sábado, 30 de abril de 2011

Além da Terra...


Depois da morte do corpo:
A frase amiga que houvermos proferido no estímulo ao bem será um trecho harmonioso do cântico de nossa felicidade.
A opinião caridosa que formulamos, acerca dos outros, converter-se-á em recurso de benignidade da justiça divina, no exame dos nossos erros.
O pensamento de fraternidade e compreensão, com que nos recordamos do próximo, transformar-se-á em fator de equilíbrio.
O gesto de auxílio aos irmãos do nosso caminho oferecer-nos-á sublime colheita de alegria.
Mas, igualmente, além túmulo:
A maledicência, a que nos entreguemos, será espinheiro a provocar-nos dilacerações e feridas;
A nossa indiferença para as amarguras do próximo aparecerá por geleira, dificultando-nos os passos;
A nossa preguiça surgirá como sendo um gerador de penúria espiritual;
A nossa crueldade exibir-nos-á, na tela da consciência, a constante repetição dos quadros infelizes de nossos delitos, compelindo-nos à aflitiva demora em escuras paisagens purgatoriais.
A morte é o retrato da vida.
A verdade revelará na chapada memória as imagens que estiveres criando, sustentando e movimentando, no campo da existência.
Se desejas ventura e tranquilidade, além das fronteiras de cinza, semeia, enquanto é tempo, a luz e a sabedoria que pretendes recolher, nas sendas da ascensão maior.
Hoje - plantação, segundo nossa vontade.
Amanhã - seara, conforme a lei.
Se agora cultivamos a sombra, decerto encontraremos, depois, a resposta das trevas.
Se, porém, semeamos o amor e a simpatia, onde encontramos, indiscutivelmente, mais tarde, penetraremos, ditosos, nos domínios da luz.

Do livro: Mais Perto, de Francisco Cândido Xavier. Autor: Emmanuel

Conversando com os filhos...

Repressão e moralismo afastam filhos da conversa sobre a primeira transa

 A cada dia, a primeira transa acontece mais cedo. Pesquisas revelam que a iniciação sexual está ocorrendo em média aos 15 anos e meio de idade para as meninas, e para os meninos, até antes disso. "Ficar" indica que seu filho ou filha certamente já deixou de ser BV (Boca Virgem), mas não signfica que já está se relacionando sexualmente. A partir do namoro, que caracteriza um compromisso assumido, é que a possibilidade da primeira vez torna-se mais próxima e real.

Como puxar o papo:
Nesse momento, cabem várias observações e orientações. Uma das regras básicas é conhecer os amigos. Oferecer um almoço, um churrasco, trazer o grupo para dentro de casa é uma forma de se aproximar e saber o que seus filhos andam fazendo, conversando. Os adolescentes costumam ter códigos próprios e em geral conversam entre si sobre temas relacionados à vida sexual. Mas nem sempre as informações que possuem são corretas. Por isso, os pais devem ficar atentos ao que eles sabem ou pensam que já sabem para poder orientá-los da maneira certa. Além de detectarem se realmente a vontade de se iniciar sexualmente é do filho ou da filha ou não passa de uma pressão do grupo ou namorado.

Aqui, uma espécie de "lista" de alguns assuntos que precisam ser ressaltados:

• O momento mais adequado: cada um deve tomar suas decisões conforme seu ritmo e suas convicções -- sem ceder à pressão do namorado, da namorada ou do grupo
• A primeira vez é importante, sim -- apesar de o fato de perder a virgindade hoje não tem a mesma carga moral de antigamente
• A primeira transa não pode ser encarada como uma prova de amor ou, no caso dos meninos, de masculinidade. Amor, respeito, atitude e carinho são conquistas que podem ser reveladas de várias maneiras, não apenas num ato sexual.
• Prevenção (o uso de camisinha, em qualquer circusntância, previne a transmissão de doenças e afasta o fantasma de uma gravidez indesejada)

Como NÃO agir:
Atritos nessa hora só afastam os pais dos filhos. Fuçar gavetas, agendas, ver as ligações do celular não são atitudes recomendadas. Chamar o filho ou filha de lado para "aquela" conversa, dizendo "você já está um rapazinho ou uma mocinha e por isso precisamos conversar" também causará estranhamento e até mesmo, ridicularização.


Fonte: Uol

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um pouquinho do texto de Jean-Paul Sartre...


Eu sei que nunca mais encontrarei ninguém que inspire uma paixão.
Você sabe, não é tarefa fácil amar alguém.
É preciso ter uma energia, uma generosidade, uma cegueira.
Há até um momento, bem no início,
em que é preciso saltar por cima de um precipício:
Se refletirmos, não o fazemos.
Sei que nunca mais saltarei...

                                                                           Sartre

Aprendizado eterno...



O professor de violino ouvia, admirado, a pretensão daquele velhinho lúcido e ágil, não obstante seus 77 anos: - Quero ser seu aluno!

- Muito bem, Sr. Antônio, seja feita sua vontade. Saiba, entretanto, que não sendo jovem, terá dificuldade no aprendizado.

Além do mais, trata-se de um instrumento musical dos mais complexos...

- Tudo bem, meu filho. Estou disposto a enfrentar essa "barra", mesmo com minhas limitações...

O professor não se conforma.

- Senhor Antônio, sua iniciação lhe tomará vários anos dedicados a estudos e exercícios. Considerando que, pela ordem natural, sua existência está no ocaso, não lhe parece um desperdício?

O velhinho sorri e encerra o assunto, esclarecendo:

- Em absoluto! O esforço do aprendizado não só me oferecerá motivações existenciais, alegrando meu presente, como preparará meu futuro. Regressarei ao Plano Espiritual com noções musicais que tenho certeza, enriquecerão meus patrimônios culturais, favorecendo minha reintegração na pátria verdadeira. Lá também há violinistas...

Não há existências findantes - apenas etapas de aprendizado que se completam, as quais podem ser aproveitadas integralmente, favorecendo o porvir.

A vocação de hoje iniciou-se no aprendizado de ontem, tanto quanto o talento do futuro começa no esforço do presente.

Aprender, em qualquer idade, é o caminho mágico de realizações gloriosas. Quem faz com perseverança vai em frente, melhorando sempre, sem cansar nunca.

Do livro: Atravessando a Rua, de Richard Simonetti




terça-feira, 26 de abril de 2011

Mude...

Mude
Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama.
Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais,
leia outros livros,
Viva outros romances!
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.
Tente o novo todo dia.
O novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
A nova vida.
Tente.
Busque novos amigos
Tente novos amores..
Faça novas relações.
Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde, ou vice-versa.
Escolha outro mercado,
outra marca de sabonete,
outro creme dental.
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas.
Troque de carro.
Compre novos óculos,
escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
Arrume um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.

Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda!


Trecho extraído do livro Mude, de Edson Marques

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Exemplo edificante...


A médica suíça Elisabeth Kübler-Ross, que ficou conhecida no mundo por seu trabalho junto aos doentes terminais e por escrever a respeito da morte e o morrer, também exemplificou lições ricas de vida.
Ela narra em sua biografia que decidiu comprar uma fazenda de trezentos acres, numa região rural do Estado da Virgínia.
A vida simples da fazenda a apaixonou. Acordava com uma sinfonia de vozes de vacas, cavalos, galinhas, porcos, burros, lhamas...
Os campos se desdobravam até onde sua vista podia alcançar, cintilando sob o orvalho fresco da manhã.
Árvores amigas ofereciam sua sabedoria silenciosa.
Suas mãos tocavam a terra, a água, o sol. Trabalhavam com a matéria-prima da vida.
Porque ela anunciasse que iria adotar bebês contaminados pela AIDS, começou a sofrer perseguições dos vizinhos.
Em 1994, ela estava para tomar um avião quando uma amiga veio correndo ao seu encontro, no aeroporto. Haviam colocado fogo em sua casa.
Queimou inteira e foi considerada perda total.
Queimaram os diários que seu pai escrevera sobre a infância dela, os seus papéis e pesquisas com pacientes, sua coleção de arte nativa norte-americana, fotografias, roupas... Tudo.
Mas ela não desanimou. Pelo contrário, escreveu: As adversidades somente nos tornam mais fortes.
Viver é como ir para a escola. Dão a você muitas lições para estudar. Quanto mais você aprende, mais difíceis ficam as lições.
Aquela experiência foi uma dessas lições. Já que não adiantava negar a perda, eu a aceitei.
De qualquer forma, era só um monte de coisas. Eu estava ilesa. Meus dois filhos crescidos estavam vivos.
Algumas pessoas tinham conseguido queimar a minha casa com tudo o que estava dentro, mas não tinham conseguido me destruir.
Quando aprendemos as lições, a dor se vai. Aprendi que não há alegrias sem dificuldades. Como gosto de dizer: "Se protegêssemos os Canyons dos vendavais, nunca saberíamos a beleza de seus relevos."
Confesso que aquela noite de outubro foi uma dessas ocasiões em que é difícil encontrar beleza.
Como acredito que o único propósito de nossa existência é crescer, fiz minha escolha.
Alguns dias depois, dirigi-me à cidade, comprei uma muda de roupas e me preparei para o que viria em seguida.

Nunca é tarde demais para recomeçar a vida ou retomar um empreendimento.
Por mais profunda que nos pareça a queda ou por mais duro que nos pareça o infortúnio, hoje pode ser o ponto de retorno e de elevação a um pico mais acima. A um voo mais alto para a alma.
Nunca é tarde demais para corrigir e melhorar o que notamos errado. Nunca é tarde para compensar enganos. Para compreender e perdoar.
Nunca é tarde demais para nos voltarmos para Deus e lhe aguardar as bênçãos.
Nunca é tarde demais para aprender com a própria vida.

Fonte: Momento Espírita, Biografia de Elizabeth Kübler-Ross.

O equilíbrio da vida...


Eis aqui alguns trechos da palestra de Brian Dyson, ex-presidente da Coca-Cola, que aconteceu em conferência a uma universidade americana, onde ele falou sobre a relação entre o trabalho e outros compromissos da vida:

"Imaginem a vida como um jogo, no qual vocês fazem malabarismo com cinco bolas que lançam ao ar. Essas bolas são: trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito.

Trabalho é uma bola de borracha. Se cair, bate no chão e pula para cima. Mas as quatro outras são de vidro. Se caírem no chão, quebrarão e ficarão permanentemente danificadas.
Entendam isso e busquem o equilíbrio na vida.
Como?

Não diminuam seu próprio valor, comparando-se com outras pessoas. Somos todos diferentes. Cada um de nós é um ser especial.

Não fixem seus objetivos com base no que os outros acham importante. Só vocês estão em condições de escolher o que é melhor para vocês próprios.

Dêem valor e respeitem as coisas mais queridas aos seus corações. Apeguem-se a elas como a própria vida. Sem elas a vida carece de sentido.

Não deixem que a vida escorra entre os dedos por viverem no passado ou no futuro. Se viverem um dia de cada vez, viverão todos os dias de suas vidas. (Carpe diem)

Não desistam quando ainda são capazes de um esforço a mais.
Nada termina até o momento em que se deixa de tentar.

Não temam admitir que não são perfeitos.

Não temam enfrentar riscos. É correndo riscos que aprendemos a ser valentes.

Não excluam o amor de suas vidas dizendo que não se pode encontrá-lo. A melhor forma de receber amor é dá-lo. A forma mais rápida de ficar sem amor é apegar-se demasiado a si próprio. A melhor forma de manter o amor é dar-lhe asas.

Não corram tanto pela vida a ponto de esquecerem onde estiveram e para onde vão.

Não tenham medo de aprender. O conhecimento é leve. É um tesouro que se carrega facilmente.

Não usem imprudentemente o tempo ou as palavras. Não se podem recuperar. A vida não é uma corrida, mas sim uma viagem que deve ser desfrutada a cada passo.

Lembrem-se: Ontem é história. Amanhã é mistério e Hoje é uma dádiva.
Por isso se chama "presente"

Brian Dyson

domingo, 17 de abril de 2011

Depois que cansei de procurar...

"Depois que cansei de procurar aprendi a encontrar.
                       Depois que um vento me opôs resistência, velejo com todos os ventos."

                                                             Friedrich Nietzsche

domingo, 10 de abril de 2011

Estresse pode desencadear Alzheimer



O estresse psicológico na meia-idade pode levar ao desenvolvimento da demência na velhice, especialmente a doença de Alzheimer, diz um estudo da Universidade de Gotemburgo, na Suécia. O estudo foi feito a partir de dados coletados por um estudo longitudinal – de ampla amostragem e duração – que acompanhou mais de 1.400 mulheres durante 35 anos. Os dados iniciais da pesquisa, publicada no periódico Brain, foram colhidos pela primeira vez em 1968, com mulheres entre 38 e 60 anos. “O estresse, para esse estudo, foi definido como uma sensação de irritação, tensão, nervosismo, ansiedade, medo ou relacionado a problemas para dormir por mais de um mês, envolvendo assuntos relacionados ao trabalho, família, saúde e outros problemas”, detalha Lena Johansson, pesquisadora e principal autora do estudo.
Durante os 35 anos de duração do acompanhamento, 161 indivíduos desenvolveram demência, principalmente na forma da doença de Alzheimer. O risco para a demência era 65% maior nas mulheres que indicavam repetidos períodos de estresse na meia-idade em comparação àquelas que não haviam enfrentado tais problemas. As mulheres que haviam sofrido com o estresse por mais de três décadas consecutivas (independentemente da idade) também tinham o dobro de chance de desenvolver demência. “Esse é um dos primeiros estudos que mostram os efeitos do estresse na meia-idade e sua relação com o desenvolvimento da demência com o avanço da idade. Os resultados confirmam pesquisas anteriores feitas com modelos animais. O estresse já mostrou, anteriormente, estar relacionado ao aumento de problemas cardiovasculares, maior incidência de acidentes vasculares cerebrais (AVC), ataques cardíacos e hipertensão”, aponta a pesquisadora, que trabalhou em outro estudo que também ligou a má saúde cardiovascular ao desenvolvimento do Alzheimer. “Nosso estudo pode resultar em um melhor entendimento dos fatores de risco que levam à demência, mas ainda é um estudo inicial. São necessários outros estudos similares para que comprovemos os resultados”, finaliza. Evitar o estresse, entretanto, já se mostrou benéfico para a saúde de uma forma em geral, e mesmo sem estudos comparativos é possível recomendar que as pessoas se engajem em rotinas mais saudáveis para contrabalancear esse fator de risco.
Fonte: University of Gothenburg

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ata notarial para comprovar casos de bullying

Documento feito em cartório pode ser prova em casos de bullying.

Famílias de vítimas podem solicitar uma ata notarial a um tabelião. Ele observa e narra os fatos no documento, que custa cerca de R$ 270.

Pais de crianças e adolescentes que são vítimas de bullying, tanto presencial quanto na internet, podem procurar ajuda nos cartórios. Um documento que é feito nestes locais pode servir como prova em um eventual processo judicial.

O documento se chama ata notarial. Para obtê-lo, a pessoa precisa ir até um cartório e descrever a ocorrência para o tabelião. Ele irá até o local dos fatos, fará observações e escreve o documento. Normalmente, a prática de bullying acontece nas escolas, interna ou externamente. O tabelião vai até o local descaracterizado – por isso, os agressores não sabem que ele está observando. “É um documento exclusivo do tabelião, por meio da qual ele narra os fatos que ocorreram na presença dele. A ata é solicitada por alguém que precisa desse documento e pode ser avaliada por um juiz num eventual processo judicial”, explicou o tabelião Rubens Fabrício Barbosa.

Nos casos de bullying pela internet, o documento também pode ser utilizado. Entretanto, neste caso, ele é feito dentro do próprio cartório – o tabelião acessa a página na internet onde ocorrem as agressões e descreve os fatos no documento. O documento custa cerca de R$ 270 – o valor varia de acordo com o seu tamanho.


Fonte: G1

Crianças... de coleira?


O uso do acessório em crianças é polêmico. Confira o que dizem os especialistas (e os pais) sobre o assunto.
Quantas vezes você pede, mais de uma vez, para o seu filho não se afastar de você na loja, no parque ou no supermercado e ele parece não ouvir? Procurando uma solução rápida para não perder os filhos nesses momentos, muitos pais estão aderindo à ideia de usar uma coleira nas crianças. Claro que não é aquela que usamos em nossos bichos de estimação. Ela pode ser de pulso, colete ou até mesmo uma mochila colorida e cheia de desenhos. Mas será que essa é a melhor solução mesmo? A prática tem dividido opiniões de pais e especialistas. Segundo Quézia Bombonatto, psicopedagoga e presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), essa atitude interfere no diálogo que se pode ter com os filhos. “A criança tem que aprender a lidar com o comando da mãe. Os pais têm de impor limites e explicar o que pode acontecer se ela sair de perto deles”, diz.

A auxiliar administrativa Samira Bereta de Almeida, mãe do João Victor, de 1 ano e 4 meses, afirma que jamais usaria a coleira no seu filho, porque acredita que a criança deve ter o seu espaço. "Eu sou contra e, todas as vezes que saio com meu filho, ando de mãos dadas, no colo ou com o carrinho. Não vejo necessidade de colocar esse acessório. Tem que deixar a criança à vontade e, se ela se afastar, os pais têm de mostrar onde deve andar", critica. Segundo uma rede especializada em produtos para bebês, o acessório tem bastante saída, principalmente em período de férias, quando as mães têm ainda mais medo de perder as crianças em lugares desconhecidos. É por esse motivo que a psicóloga Helena Porcheddu, mãe da Rebecca, de 3 anos - que vive em Londres, onde a prática é bastante comum –, diz que a coleira foi uma das melhores coisas que comprou para sua filha. "Vamos muito a museus, feiras, ou seja, lugares com muitas pessoas, e eu prefiro colocar a mochila que tem a coleirinha em vez de ficar empurrando carrinho. Ela se sente livre como se estivesse indo sozinha", defende. Para Quézia, apesar de atitudes como gritar, puxar e arrastar a criança sejam muito mais agressivas, “quando os pais pensam em encoleirar a criança, têm de se questionar por que estão fazendo isso”. “É hora de se perguntar por que não estão conseguindo fazer o filho obedecer e como fazer isso da melhor maneira possível”. O acessório jamais deve substituir a disciplina dada pelos pais. “Os valores da criança são formados a partir do que os adultos ensinam. Assim, se a noção de autoridade for embasada em objetos e não no diálogo, como ela vai identificá-la quando estiver na adolescência?”, diz a psicóloga infantil Andréia Souza.

Impor limites e zelar pela segurança das crianças dá trabalho, sim, mas também é uma forma de criar vínculos com elas. É isso que vai fazer com que se sintam amadas e seguras.

E você, o que acha sobre este assunto tão polêmico?