sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Crescer custa...


"Crescer custa, demora, esfola, mas compensa.
 É uma vitória secreta, sem testemunhas.
 O adversário somos nós mesmos."
Martha Medeiros

As mudanças são fundamentais...


"Não há lugar para onde correr:
as mudanças, quando precisam
acontecer, sabem como nos encontrar.''

Ana Jácomo

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Porque entre o sim e o não é só um sopro...


"Porque entre o sim e o não é só um sopro,
entre o bom e o mau apenas um pensamento,
entre a vida e a morte só um leve sacudir de panos -
e a poeira do tempo, com todo o tempo que eu perdi,
tudo recobre, tudo apaga, tudo torna tão simples e tão indiferente."

Lya Luft

Não quero viver assim, quero despertar...


Não quero viver como uma planta que engasga e não diz a sua flor. Como um pássaro que mantém os pés atados a um visgo imaginário. Como um texto que tece centenas de parágrafos sem dar o recado pretendido. Que eu saiba fazer os meus sonhos frutificarem a sua música. Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres. Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade. Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa.
Não quero olhar para trás, lá na frente, e descobrir quilômetros de terreno baldio que eu não soube cultivar. Calhamaços de páginas em branco à espera de uma história que se parecesse comigo. Não quero perceber que, embora desejasse grande, amei pequeno. Que deixei escapulir as oportunidades capazes de bordar mais alegrias na minha vida. Que me atolei na areia movediça do tédio. Que a quantidade de energia desperdiçada com tantas tolices poderia ter sido útil para levar luz a algumas sombras, a começar pelas minhas.

Que eu saiba as minhas asas, ainda que com medo. Que, ainda que com medo, eu avance. Que eu não me encabule jamais por sentir ternura. Que eu me enamore com a pureza das almas que vivem cada encontro com os tons mais contentes da sua caixa de lápis de cor. Que o Deus que brinca em mim convide para brincar o Deus que mora nas pessoas. Que eu tenha delicadeza para acolher aqueles que entrarem na roda e sabedoria para abençoar aqueles que dela se retirarem.
Que, durante a viagem, eu possa saborear paisagens já contempladas com olhos admirados de quem se encanta pela primeira vez. Que, diante de cada beleza, o meu olhar inaugure detalhes, ângulos, leituras, que passaram despercebidos no olhar anterior. Que eu me conceda a bênção de ter olhos que não se fechem ao espetáculo precioso da natureza, há milênios em cartaz, com ou sem plateia. Quero aprender a ser cada vez mais maleável comigo e com os outros. Desapertar a rigidez. Rir mais vezes a partir do coração.
Quero ter cuidado para não soltar a minha mão da mão da generosidade, durante o percurso. E, quando soltá-la, pelas distrações causadas pelo egoísmo, quero ter a atenção para sincronizar o meu passo com o dela de novo. Quero ser respeitosa com as limitações alheias e me recordar mais vezes o quanto é trabalhoso amadurecer. Quero aprender a converter toda a energia disponível às mudanças que me são necessárias, em vez de empregá-la no julgamento das outras pessoas.
Que as dificuldades que eu experimentar ao longo da jornada não me roubem a capacidade de encanto. A coragem para me aproximar, um pouquinho mais a cada dia, da realização de cada sonho que me move. A ideia de que a minha vida possa somar no mundo, de alguma forma. A intenção de não morrer como uma planta que engasgou e não disse a sua flor.

Ana Jácomo

O templo é dentro de cada um...


Não vá ao templo depositar flores aos pés de Deus;
antes encha sua própria casa com o perfume do amor!
Não vá ao templo acender velas perante o altar de Deus;
antes remova a escuridão do pecado do seu coração!
Não vá ao templo baixar a cabeça em oração;
antes aprenda a inclinar-se humildemente perante seus semelhantes!
Não vá ao templo ajoelhar-se para rezar;
antes curve-se para erguer um oprimido!
Não vá ao templo pedir perdão por seus pecados;
antes perdoe de coração aqueles que pecaram contra você!

Rabindranath Tagore

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A chegada do camaleão...


Estamos na época das grandes feiras internacionais de livros: Bolonha, Londres, Nova Iorque. Isso proporciona um quadro das tendências literárias daquilo que vai se publicar, do que “o povo quer saber”, como se fala em política populista. Um dos principais ecos que se faz ouvir é Camaleão. Parece que vão chover capas de Camaleão. Uma grande publisher, frequentadora dos melhores agentes da área, me explicou a metáfora. Não é que haja uma repentina devoção pela besta pré-histórica, mas pelo que ela sempre representou: alguém que se esconde ao parecer igual ao meio onde se encontra. Como diria o Gilberto Gil: - “Está na cara, você não vê”. O foco não é bem o se esconder – essa é a velha leitura – mas é a incrível capacidade de adaptação à paisagem desses animais agora invejados.
Se comportar como um Camaleão, até pouco tempo atrás, era muito mal visto. Queria dizer de uma pessoa que não tinha personalidade, uma Maria-vai-com-as-outras, que não sabia o que queria e que, por isso, mendigava pequenos afagos se fazendo o mais igual possível ao que dela era esperado. Esse tipo de atitude recebia até xingamento extraído da classificação biológica: - “Você se comporta como um réptil!”.
O que era um vício vai virar virtude? Como entender? Ocorre que o mundo mudou. Na época em que valorizávamos o ser sempre igual, independente da situação, a sociedade era uma sociedade vertical, ou seja, com padrões ideais superiores que geravam uma organização social em pirâmide. Ficou famosa essa padronização, por exemplo, na proposta de Abraham Maslow, em um velho artigo de 1943 A Theory of Human Motivation, retomada em seu livro de 1954, Motivation and Personality. Vem dali o que se habituou chamar a “pirâmide de Maslow”. Modelo que curiosamente ainda faz sucesso nas discussões empresariais, desprezando o fato que o mundo de hoje é muito distante daquele de setenta, sessenta anos atrás, que uma revolução paradigmática ocorreu e que de pirâmides só sobraram as do Egito, as do México e a do Louvre. Mas essa é de vidro, não sei se deveria estar aqui.
Pois bem, quando o mundo é padronizado, hierárquico, faz sentido a rigidez comportamental, pois é a forma de se estar o mais próximo do topo da pirâmide escolhida para subir. No entanto, quando não existem mais pirâmides, quando a sociedade se faz em redes múltiplas e mutantes, o rígido não chega nem no primeiro degrau, quebra antes. Ser então Camaleão é estar pronto a todas as circunstâncias. Nada a ver com a recém criticada moleza de índole, mas com a inteligência de saber a cada instante a melhor maneira de passar no mundo a sua singularidade. Não se deve confundir singularidade com particularidade, tantas vezes usadas como sinônimos. Essa, a particularidade, como indica o nome, é parte de um todo; a singularidade, por sua vez, “ex-iste”, como escrevia Lacan, “fica fora”, e por isso exige um trabalho criativo de inscrição no mundo. Criativo e responsável, pois por ser inusitada, sem lugar anterior, o primeiro responsável por ela tem que ser você.
Os camaleões não terão uma vida fácil. A começar do fato que deverão saber desde o início que a vida não tem piloto automático e que correções de rumo são necessárias a cada momento. Segundo, as bússolas do mundo globalizado não chegam nem aos pés às do mundo anterior, que atingiram o seu ápice nos atuais GPS. Ainda está por se criar o GPS da pós-modernidade, nela, ainda estamos na pré-história, mais uma boa razão da comparação com os répteis. O homem pronto a todas as circunstâncias está muito longe da fotografia daquele senhor empinado, de relógio de bolso, bigode, vaselina no cabelo, e um monte de filhos sentados a seus pés. E também da senhorinha sua mulher, gorda, cheia de roupa rodada bege, leque na mão, e olhar perdido de bondade angelical. A globalização balançou todas essas certezas. O Camaleão vai ter que se guiar por algo pouco claro aos outros, e também a si mesmo, que os psicanalistas chamam de seu desejo, que se articula com o seu gozo, mas aí complicaríamos muito. Basta dizer que estamos na época da Ética do Desejo e que esta não se adéqua a qualquer moral pré-moldada. Temos muito a festejar um tempo que retomou em sua mãos o futuro, fazendo dele não mais uma projeção do presente, mas uma invenção. E que venham os livros e os Camaleões!

Artigo publicado na revista Psique

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Filme: Minha Vida na Outra Vida...



Baseado em fatos reais relatos no livro autobiográfico de Jenny Cockell, Minha Vida na Outra Vida conta a história de Jenny, uma mulher do interior dos Estados Unidos, que tem visões, sonhos e lembranças de sua última encarnação, como Mary, uma mulher irlandesa que faleceu na década de 30. Intrigada, Jenny sai em busca de seus filhos da vida passada. Tem início uma jornada emocionante. Jenny é magistralmente interpretada pela renomada atriz Jane Seymour, de Em Algum Lugar do Passado. Só, que desta vez, não se trata de ficção, mas de realidade.
Um belíssimo filme, assisti com o meu filho e nos emocionamos muito com essa história maravilhosa.
Eu recomendo!

O amor...


Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra. “Amor é estado de graça e com amor não se paga”. Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que “amor com amor se paga”. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo".

Rubem Alves

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Itália, um lugar fascinante! (Parte I)


Veneza - Fotos de julho (2011)

Como é Veneza? Em uma única palavra, apaixonante! 
Uma das cidades mais comentadas do mundo em filmes e pela mídia é Veneza. Mas por que será que tanto se ouve falar nesse pedacinho da Itália? A resposta é simples: Veneza é o paraíso dos apaixonados! Veneza é com certeza uma das cidades mais conhecidas do mundo, seja pelos canais, seja pelo romantismo ou pelas gôndolas. É um labirinto de ruas, você caminha em algumas bem estreitas e de repente se dá de frente com uma praça, uma ruela ou um beco sem saída... Fique atento, pois é muito fácil se perder em Veneza.

Quem chega na cidade já encontra algo único, a porta de entrada e também um dos maiores pontos turísticos... O Grand Canal enche os olhos pela arquitetura, mas principalmente pela água que corta a cidade e dá um contraste único. As ruas dão lugar a canais recheados de barcos e gôndolas.


Passeio de Gôndola... imperdível!





                                               Papai e mamãe...




Essa dupla nos encantou com os clássicos italianos... só alegria!




Além das embarcações outra caracterísica da região são as centenas de pontes. Dentre todas a mais famosa é a Ponte Rialto, outro ponto turístico “digno de um rei”. Como a cidade é formada por ilhotas, as pontes são de fato muito importantes para a locomoção. Existem ainda inúmeras placas de orientação para que os turistas não se percam em meio a tantas curvas e ruelas.


Outra Ponte...



Quando o assunto é ponto turístico a Piazza San Marco (Praça São Marcos) não pode ficar de fora. Quem nunca viu a fatídica cena onde uma pessoa caminha enquanto centenas de pombas fazem uma verdadeira revoada! Pois é, isso é Piazza San Marco, um lugar onde existem mais pombos do que pessoas!                  



Como em toda a Itália, come-se muito bem em Veneza... (Spaghetti com frutos do mar) delicioso!


Seguindo para Pádua...

Pádua
Ainda na região do Vêneto, chegamos a Pádua.
Entre outras coisas, a cidade é conhecida internacionalmente por ser a cidade onde Santo Antônio famoso franciscano português (também conhecido como Santo Antônio de Lisboa - cidade onde nasceu em 1195) passou parte de sua vida e faleceu em 1231. A data de sua morte, 13 de junho, é festejada pelos paduanos como a festa del Santo.

- Em Pádua se passa parte da história da peça A Megera Domada, de William Shakespeare.
- Galileu Galilei viveu 18 anos de sua vida em Pádua.
- A Universidade de Pádua é uma das mais antigas universidades do mundo (a sétima do mundo e, terceira na Itália), fundada no ano de 1222. 






                           Basilica de Santo Antonio de Pádua





Pisa
Uma cidade bem charmosa, que fica na Toscana. Sua principal atração é a Torre de Pisa. Pequena, mas com monumentos memoráveis, Pisa merece uma visita. É nesta praça que se encontram os principais monumentos da cidade, um harmonioso grupo de edifícios de beleza ímpar do qual fazem parte, para além da famosa Torre Inclinada de Pisa, a Catedral, conhecida por Duomo, o Camposanto e o Batistério, onde outrora se realizavam os batismos.
Foi construída entre 1173 e 1350. A inclinação da mesma deve-se à instabilidade do terreno, que começou a ceder pouco tempo após o início da construção.








Lucca
É uma cidade antiga agradável, cercada por uma alta muralha.
Lucca é uma das cidades medievais clássicas da Toscana, que conseguiu manter-se preservada por todos esses séculos.  Fundada por volta do século II a.C., era na sua origem um campo militar romano. Durante a Idade Média, foi uma pequena república independente e um grande centro de comercialização da seda; depois, como aconteceu com outras cidades italianas, ficou durante muito tempo, de 1400 a 1530, sob o domínio de uma só família, os Guinigi. Cercada até hoje por muralhas, que são uma de suas maiores atrações, Lucca tem um centro histórico bem preservado e tranquilo, por onde se pode caminhar sem pressa e admirar alguns dos mais belos edifícios medievais e renascentistas toscanos. Igrejas, palácios e museus complementam seu encanto.

As muralhas..


Um passeio pela cidade...


Igreja de San Michelle







Fica aqui as dicas para quem quiser conhecer esses lugares, vale muito a pena... foram dias incríveis!
Numa próxima postagem colocarei as fotos de Firenze, Assis, Siena, Roma e Vaticano! Bjs
      Para ver as fotos de Florença, Siena, Assis, Roma e Estado do Vaticano clique aqui