domingo, 8 de junho de 2025

Você não está aqui para repetir o padrão da sua família — está aqui para curar, crescer e ser inteira...

 

Olá meus amores, tudo bem com vocês? Eu espero que sim. Ontem, me fizeram essa pergunta e resolvi compartilhar com vocês. 

“Cristiane o que eu faço? Minha família vive interferindo nos meus relacionamentos amorosos. Eu não aguento mais. Já terminei um relacionamento por causa deles e me arrependi muito. Parece que eles querem boicotar de alguma forma meu namoro. Com meu atual namorado, os mesmos padrões se repetem. Eles querem escolher por mim. Eu acho isso muito injusto. O que posso fazer a respeito dessa situação?”

Olá minha linda, vamos pensar por partes. Olha, em primeiro lugar, você não está errada por amar alguém que sua família desaprova. E você não precisa escolher entre o amor e sua família, mas sim, aprender a colocar limites emocionais claros. 

Muitas vezes, inconscientemente, é um medo de te perder ou perder o “controle” sobre você. Isso acontece muito quando você é a mais jovem da família, e todos querem dar palpite, porque te acham inexperiente, ou imatura ou nova demais… e esquecem que você já é adulta, independente e já pode tomar as próprias decisões sozinha, porque você sabe o que é melhor para si. Mas, na cabeça deles, você ainda é aquela eterna criança, “inocente demais” e eles precisam te ajudar. Ninguém age assim por mal, mas se você não souber impor seus limites, nada vai mudar. Imponha-se.

Você pode estar presa emocionalmente se sente culpa por desagradar, mesmo quando age por você; tem medo de tomar decisões sem “permissão” da família e vive tentando provar seu valor ou se justificar; ou sente que não pode ser você mesma sem críticas ou rejeição.

Avalie seu relacionamento com seu namorado: ele te faz bem? Seu parceiro te respeita e te apoia? É um relacionamento bom e saudável? Você o admira? Vocês estão felizes? Vocês tem uma boa relação juntos? Se ele te apoia, te respeita e te torna uma pessoa melhor. Qual seria o problema? 

Às vezes, colocar limites não é falta de amor, é uma forma saudável de se proteger e crescer. Até porque para amadurecer como pessoa, muitas vezes, precisamos cair, levantar para aprender, desenvolver e evoluir. Se a sua família quiser impedir de você viver seus processos, você precisará impor sim alguns limites, talvez você esteja vivendo numa redoma de vidro, em que eles te colocaram, e sair dela só depende de você, pois isso não é nada saudável… Nessa proteção excessiva ou com níveis de controle, poder sobre você e dependência emocional, se você não estabelecer limites, nada vai mudar. 

A independência emocional envolve: fazer escolhas baseadas na sua verdade, mesmo que doa ou cause conflito; se responsabilizar pelas consequências sem culpar nem agradar os outros; então…

Chegou a hora de separar o que é seu e o que é da sua família. O que lhe cabe experienciar, decidir, resolver e viver; e o que não é da conta deles… 

Você pode dizer algo como:“Eu entendo que vocês se preocupam comigo, mas eu preciso viver minhas próprias experiências e histórias para aprender.  O que eu preciso agora é de apoio, não de julgamento ou críticas. Ou… “Isso é importante para mim, mesmo que vocês não entendam agora, eu quero viver a minha vida.” Ou ainda… “Eu respeito a opinião de vocês, mas essa decisão é minha e não vou voltar atrás. Eu sou capaz de escolher por mim.” Ou…

“Posso contar com vocês? Daqui para frente, eu prefiro decidir a minha vida sozinha!” Pronto. Disse tudo o que queria e sem magoar ninguém. 

Você não precisa que todos aceitem suas escolhas,  apenas que você esteja em paz com elas. 

Nesses casos, a terapia pode te ajudar a desenvolver a autoestima, sua autonomia emocional e sua autenticidade. Eu vivo falando essas palavras por aqui e muita gente ainda tem dúvidas. Vamos lá… 😉

Autoestima é o valor e respeito que você tem por si mesma, independentemente de como os outros te veem ou tratamÉ a sua capacidade de se reconhecer como alguém digna de amor, cuidado, respeito e escolhas próprias, mesmo com imperfeições. Autoestima não é se sentir bem o tempo todo, nem "achar que é melhor que os outros". É a capacidade de se enxergar com respeito, dignidade e amor, mesmo quando erra, falha ou está vulnerável. É confiar na sua capacidade de enfrentar a vida e se tratar com carinho, mesmo em sofrimento, ou os outros não te aprovando da maneira que você gostaria. Sua autoestima é alta ou baixa? Alta, se você não depender da opinião dos outros. Baixa, se você precisa dar explicações da sua vida para todos ao seu redor. 

Ela se forma na infância, e reflete como você foi tratada… com amor, respeito ou crítica? Suas emoções foram acolhidas ou ignoradas? Te ensinaram a se ver como digna ou como “errada” por ser quem você é? Através dessas experiências, sua autoestima foi se moldando. E esses padrões podem estar se repetindo até hoje. A boa notícia é que dá para modificar tudo isso com terapia, autoconhecimento ou mudanças no seu comportamento. 

 Autonomia emocional é a capacidade de sentir o que você sente, sem depender da aprovação dos outros. Tomar decisões com base no que você acredita e valoriza, não por medo de rejeição. Cuidar das suas emoções sem esperar que alguém te salve, compreenda ou valide sempre. Ter vínculos afetivos sem perder sua identidade ou se anular. Você tem autonomia emocional ou acha que precisa desenvolver a sua? 

E por último a autenticidade, que é a capacidade de ser verdadeiramente quem você é, com sentimentos, valores, limites, ideias e desejos próprios,  mesmo quando isso não agrada a todos. É viver com coerência entre o que você sente, pensa e fazAutenticidade é liberdade nas suas ações. 

É quando você se mostra de verdade, mas sem abandonar o cuidado e o respeito com as outras pessoas. É falar o que pensa, mas sem ferir ou maltratar, com amor e respeito. 

Além da terapia te ajudar a fortalecer ou desenvolver a sua autoestima, autonomia emocional e autenticidade, ela também pode te ajudar a estabelecer vínculos mais saudáveis dentro do seu núcleo familiar sem dependência emocional e fazer você parar de repetir padrões de comportamentos apenas para agradar os outros e viver infeliz consigo mesma. Aprender a lidar  com a pressão familiar, sem perder a sua identidade e diferenciar a sua verdade da expectativa dos outros; é um passo fundamental nesse processo de transformação. 

Para finalizar, minha querida, como somos tão diferentes nesse mundo com mais de 7 bilhões de pessoas, nunca teremos as mesmas opiniões, ideias, percepções, crenças e atitudes que os outros esperam de nós… e está tudo bem! O ideal é que haja respeito e empatia entre vocês. Permita olhar outros pontos de vista e aceitá-los, mas posicione-se para que também, respeitem as suas decisões, sem mudar seus ideais internos, seus valores e princípios… dê voz para as suas convicções. Saiba o que quer e seja feliz por suas escolhas. 
E se você errar? E tem outro jeito de viver sem erros? Acho difícil. Não tenha medo. Todos estamos aqui para aprender e evoluir. 
Portanto, você não precisa que todos aceitem suas escolhas, apenas que você esteja em paz com elas.
Espero ter ajudado de alguma maneira, fique bem, fique em paz. E siga o seu coração com sabedoria, ele é a sua bússola interna. Respire fundo, acalme a sua mente e silencie para ouvir o que é essencial para você, e aquilo que você deseja muito.

Você não precisa de permissão para viver sua vida.
Você precisa de coragem para sustentar sua verdade com firmeza e afeto.

Beijos, minha linda, vou ficando por aqui! ❤️😘 Lembrando que isso não é terapia, apenas um bate papo. 

Uma boa noite e uma feliz semana a todos! ❣️