“Toda dor tem uma história. Querer reduzir a depressão ao seu aspecto meramente biológico é empobrecer a humanidade. Ninguém “tem” depressão, não é um vírus. As pessoas deprimem porque algo lhes aconteceu. Além de medicar, o que em alguns casos é imprescindível, é preciso ouvir. A mesma coisa acontece com os ataques de pânico. Querer tratar pânico só com medicamento, é a mesma coisa que dar Tylenol para quem está com a perna quebrada. Não vamos abandonar a subjetividade que está por trás do humano.”
Versos Psicanalíticos:
“Quando a gente tenta/De toda maneira/Dele se guardar/ Sentimento Ilhado/Morto/Amordaçado/Volta a incomodar.” (Fagner)
Freud percebeu, depois da Guerra, que nem sempre queremos o BOM pra gente. A gente repete a dor como um disco riscado. A gente reencarna o trauma. Não é tão simples, não basta “querer” (quem quer em nós?). A psicanálise traz um humano cindido, desconhecido de si. É preciso falar para alcançar a outra cena. Essa, que não vemos, mas faz-se ver em nós…
Claudia Barral