Olá meus amores, tudo bem com vocês? Eu espero que sim.
Ontem, fui na minha médica ginecologista levar meus exames de mamografia que faço de seis em seis meses. E quando eu vou pra lá, já sei que não tenho hora para voltar para casa. Adoro a minha médica, ela é excelente, mas são horas e horas aguardando na recepção e ontem, não foi diferente. Fiquei 3 horas, esperando a minha consulta, mas eu ganhei a minha tarde! Porque, ao meu lado sentou uma senhora de 68 anos, que aparentava uns 55 anos e conversamos tanto que aquelas 3 horas viraram 30 minutos de tanta coisa que ela me disse e eu fiquei lá absorta ouvindo a sua história de vida. Olha, eu achei ela tão culta, tão fofa e simpática que ela me contou uma parte da vida dela, entrou no Instagram me mostrou as fotos dos filhos, noras e netos… rsrs Uma gracinha e muito extrovertida, mas tem o lado triste também, ela ficou muito doente e resumindo bem: 1 ano na cama, sem conseguir andar e disse que perdeu o pai, a mãe, o irmão, o marido e a prima. Um atrás do outro. Foi aí que eu comecei a entender tudo… A vida dela era muito corrida e estressante, ela trabalhava sem parar num hospital e cuidava de todo mundo da sua família, mas muito pouco de si. Lutos não vivenciados… acarretam isso… depressão, fadiga, exaustão… burnout… Quando você não para por bem, a vida te convida a parar na marra… Foi um ano inteiro na cama, sem poder andar, com problemas graves na coluna, visitando vários médicos, sem um diagnóstico preciso, enfim… Foi uma luta incessante até ter um diagnóstico e um tratamento, cama e descanso absoluto ou ficaria sem poder andar pelo resto da vida. Foi com esse diagnóstico trágico, que ela teve tempo para elaborar seus lutos, tirar um tempo para si, assistir filmes e séries, ler um livro, escutar suas músicas preferidas… acompanhar seus netos e filhos pelas redes sociais… Será que vocês estão me entendendo? Quando não é pelo amor, é pela dor! E da maneira mais sofrida possível. Pois o nosso corpo vai dando os sinais, mas com a correria do dia a dia, negligenciamos, não lhe escutamos. É uma insônia hoje, uma tristeza amanhã, uma dor de cabeça que não cessa, uma dor de estômago na hora da raiva… e pumba! Uma hora ele, o corpo, entra em colapso, precisa de uma pausa e a mente também! E vocês acreditam que quando ela retornou ao médico, depois de um ano, inexplicavelmente, sua cirurgia de coluna foi cancelada, pois só com os medicamentos ela havia se curado. Eu conversei bastante com ela sobre trauma e ter que elaborar e vivenciar/ressignificar a dor das perdas.
Resumindo tudo em uma frase: Nem todo trauma é lembrado pela memória, mas o corpo lembra. Aprenda a dar pausas. Quando você não tem um tempo para você, pode apostar que a vida fará de tudo para você tirar um tempo para si, e eu espero do fundo do coração, que seja pelo amor e não pela dor, como aconteceu com essa senhora bem amável e sorridente. É claro que nada é por acaso, hoje ela sabe viver a vida, da melhor forma possível. Ela ainda está elaborando os seus lutos, e isso ainda vai levar um tempo, mas ela aprendeu a olhar para si e entender suas necessidades, ajudar os outros é fundamental, mas sem esquecer de si mesma. E hoje, ela sabe tirar um tempo para si e fazer o que gosta e eu espero que você também tenha momentos de lazer, alegria, cuide da sua mente, da sua saúde e da sua paz de espírito, no seu dia a dia. Foi só uma breve reflexão. Já vou ficando por aqui.
Bjs, fiquem com Deus! Boa noitinha para todos! 🫶🏻 ❣️😘