O Professor Reuven Feuerstein (nascido em 21 de Agosto de 1921 em Botosan, Romênia) (hebraico פוירשטיין) um psicólogo judeu-israelense, criador da Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural (MCE), a teoria da Experiência da Aprendizagem Mediada (MLE), e o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI). A ideia de que inteligência pode ser desenvolvida está associada ao trabalho do Professor Feuerstein.
Feuerstein estudou na Universidade de Genebra sob orientação de Jean Piaget, André Rey, Barbel Inhelder e Marguerite Loosli Uster e é um seguidor de Lev Vygotsky. Ele é o presidente do Centro Internacional pelo Desenvolvimento do Potencial de Aprendizagem (ICELP) em Jerusalém. Os conceitos de que a inteligência é plástica e modificável, e que a inteligência pode ser pensada, são centrais na Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural. Inteligência pode ser desenvolvida em um ambiente de aprendizagem mediada criado a partir da teoria da Experiência da Aprendizagem Mediada.
Um mediador é uma pessoa que trabalha interagindo com o aprendiz estimulando suas funções cognitivas, organizando o pensamento e melhorando processos de aprendizagem.
Depois de desenvolver suas teorias e de aplicar uma série intervenções práticas para mediação com crianças sobreviventes do holocausto. Feuerstein respondeu à demanda de professores por métodos que pudessem solidificar seu trabalho no formato curricular. Para esse fim, ele desenvolveu 14 “instrumentos” que mediadores e estudantes usaram para enriquecer funções cognitivas e construir o hábito de se ter um pensamento eficiente. Ele organizou esses instrumentos “livres de conteúdo” (content free) em um programa de 3 anos para estudantes acima de 9 anos. Esse programa é chamado de Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI).
Depois de 50 anos de sucesso, documentados por mais de 1500 pesquisas científicas com várias populações, incluindo engenheiros da Motorola (USA), estudantes carente em comunidades rurais do Brasil (Bahia), imigrantes não-alfabetizados (Etiópia), crianças autistas e com síndrome de Down (Jerusalém-Israel), estudantes do ensino médio com baixo aproveitamento em matemática (Cleveland, Ohio, USA) e muitos outros grupos.
Feuerstein desenvolveu uma versão básica do PEI para uso com crianças e adolescentes com dificuldades cognitivas profundas. Projetos através do estado do Alasca (EUA), Grã-Bretanha, Itália, Índia e Japão tem sido desenvolvidos, explorando a aplicabilidade de novos instrumentos com jovens com dificuldades diversas de aprendizagem.
Reuven Feuerstein era filho de um rabino da cidade romena de Botoani. Quando tinha 8 anos, um cocheiro analfabeto lhe pediu para que o ensinasse a ler a Torá, o livro sagrado dos judeus, em troca de seu relógio de bolso.
O cocheiro aprendeu a ler, mas o garoto não ganhou o relógio. Esta é a história da vida do psicólogo Feuerstein, hoje com mais de 80 anos, e que no seu Centro Internacional de Desenvolvimento do Potencial de Aprendizagem, em Jerusalém, faz questão de não cobrar de seus pacientes.
Durante a segunda guerra mundial, ele estudava psicologia em Bucareste. Participou do movimento de resistência judeu, ajudando a enviar clandestinamente para a palestina crianças cujos pais tinham sido mandados para campos de concentração pelos nazistas.
Após a guerra, montou dois acampamentos para jovens traumatizados, sobreviventes do holocausto, que não iam bem na escola.
Na Suíça, em 1948, estudou com Jean Piaget, o pai da psicologia do desenvolvimento.
De volta a Israel, prosseguiu a trabalhar no seu método para ajudar deficientes mentais ou jovens de baixo rendimento.
Seu método ainda é visto com desconfiança em alguns círculos acadêmicos.Mas, o que é certo é que ele tem contribuído de maneira notável para a compreensão das habilidades e sua capacidade de modificação.
Enquanto muitos educadores acham que as crianças deficientes devem receber tarefas que não exijam muito, quase sempre manuais, Feuerstein desafia seus alunos com problemas intelectuais complexos.
Em dezembro de 1988, ele entrou em uma sala de aula da Universidade Barillan, próxima a Tellaviv.
“Podem me dar os parabéns”, falou. “tenho o orgulho de anunciar que acabei de me tornar avô. Meu neto tem síndrome de Down.”
Hoje, Feuerstein afirma: “eu sempre disse aos pais que o nascimento de uma criança com síndrome de Down era motivo de alegria, e não de tristeza”.
Quando meu neto nasceu, aconteceu comigo. Muitas vezes eu havia me perguntado qual seria minha reação. Mas passei no teste. O menino é uma fonte de alegria para mim.”
Aos 13 anos, ele está matriculado em uma escola comum.
Diz o avô:“ele vai crescer, casar-se e ter um emprego normal, como qualquer outra pessoa.”
E quando lhe perguntam: “que tipo de emprego”, responde depressa o sábio Feuerstein:“o de professor, talvez.”
Todos somos irmãos, filhos do mesmo pai, conforme ensinou o mestre Jesus.
O psicólogo Feuerstein, em seu instituto, dá provas desta verdade. Por suas mãos, passam meninos novaiorquinos, como o pequeno Daniel, de 11 anos; o pequeno autista da Costa Rica; o inglês Alex que aos 8 anos teve removido o hemisfério esquerdo do cérebro e aos 19 anos, já aprendeu a ler e a fazer as operações matemáticas básicas.
Mais do que isto: o rabino permitiu que seu método, que visa melhorar a inteligência e a capacidade de aprendizado, fosse traduzido para 17 idiomas. E hoje já é ensinado em mais de 50 países, inclusive no Brasil.
No estado da Bahia, o curso de Feuerstein está sendo introduzido no currículo das escolas do ensino médio, com previsão de atingir, dentro de três anos, 600 mil alunos, em 500 escolas.
Isto se chama fraternidade. Isto se chama esperança sem fronteiras.
Fontes: - Artigo “Os milagres do Dr. Feuerstein”, de autoria de Christopher Matthews, -
- Revista Seleções e
- Momento Espírita.