Cultivar a sensação de gentileza aumenta e perpetua a sensação de bem estar...
Exceto para alguns poucos privilegiados, a felicidade raramente vem “pronta”. Em geral, ela é “artesanal” – construída dia a dia, a partir de uma escolha constantemente renovada – e compreende duas possibilidade complementares: o bem-estar atual, imediato, ligado ao momento presente; e o habitual, de longo prazo, que permeia várias instâncias da vida. A primeira forma pode ser descrita como uma experiência intensa de alegria. Inclui o desejo sexual, assim como todos os outros tipos de satisfações sensuais e vivências flow – ou seja, o mergulho intenso e a entrega a uma atividade prazerosa. A sensação de relaxamento quando nos sentamos na varanda, na hora do pôr do sol, após um dia duro e produtivo de trabalho, ao lado da pessoa que amamos, e colocamos as pernas para cima ou o frescor estimulante que experimentamos durante um banho em uma cachoeira são exemplos de felicidade atual. Nesses casos, surge uma sensação agradável que alguns psicólogos chamam de “afeto positivo”. Muitas pessoas já descobriram que conseguem se motivar para realizar tarefas desagradáveis ao antecipar em sua mente a sensação boa que as preencherá após o término bem-sucedido da atividade.
Embora muita gente subestime sistematicamente os detalhes e as pequenas gentilezas tanto na vida privada quanto na profissional, um meio bastante eficiente para ampliar o próprio bem-estar é investir em afetos positivos no convívio social, expressos por meio de um sorriso, um elogio sincero ou palavras gentis. O problema é que muitos aprenderam a se relacionar segundo princípios que lhes parecem lógicos: “Se eu gosto de você, não preciso lhe dizer; quando não gostar mais, então eu lhe digo” ou “Não reclamar é o mesmo que elogiar”. Será mesmo?
Fonte: Revista Mente&Cérebro