"Eu estava mexendo no violão,
comecei a fazer a melodia,
e a primeira coisa que apareceu foi exatamente cidade submersa,
isolada de tudo...
Porque cantarolando parecia cidade submersa,
parecia que a música queria dizer isso.
E eu tinha que ir atrás depois,
tinha que explicar essa cidade submersa,
tinha que criar uma história.
Aí eu coloquei esses escafandristas e esse amor adiado,
esse amor que fica pra sempre, né?
Essa ideia do amor que existe como algo que pode ser aproveitado mais tarde,
que não desperdiça. Passa-se o tempo, passam-se milênios,
e aquele amor vai ficar até debaixo d’água e vai ser usado por outras pessoas.
Amor que não foi utilizado. Porque não foi correspondido,
ele ficou ímpar,
pairando ali, esperando que alguém o apanhe e complete a sua função de amor."
Chico Buarque
Do livro "Histórias de Canções: Chico Buarque", de Wagner Homem
Ah Chico... encantador!