Minha família está convivendo com o Alzheimer aproximadamente 7 anos. Minha avó tem Alzheimer, e semanas atrás assisti ''Para Sempre Alice''... li o livro também e para falar a verdade, indico mais o livro do que o filme, pois o livro sempre é melhor. O filme é muito resumido, superficial em comparação ao livro, no entanto, quem não tiver tempo de ler o livro, que assista ao filme. Indico também aos profissionais de saúde, cuidadores, amigos e familiares dos portadores de Alzheimer.
Alice sempre foi uma mulher de certezas. Professora e pesquisadora bem sucedida, ela sempre se destacou em sua área de atuação e sempre participou de debates e conferências. Não havia referências bibliográficas que não guardasse de cor. Alice sempre foi antes de tudo uma mulher racional. Sempre gostou de planejar a vida no seus mínimos detalhes. Sempre acreditou que poderia estar no controle. Mas nada é para sempre. Mas como? Perto de completar cinquenta anos, Alice começa a esquecer, no início coisas sem importância, ela achava que era o estresse ou a chegada da menopausa. Até que um dia, ela se perde a caminho de casa. Ironicamente, a professora de memória mais afiada de Harvard é diagnosticada precocemente com mal de Alzheimer. Daqui para frente haverá poucas certezas para Alice. Ela terá que reinventar, a cada dia, a própria vida, terá que abandonar o controle de tudo, terá que aprender a se deixar cuidar, terá que conviver com a única certeza que parece lhe restar: a de que ela não será a mesma daqui um mês.
''A realidade é que não sei, não me lembro do ontem nem do ontem antes dele. Temo com frequência o amanhã. E se eu acordar e não souber quem é o meu marido? E se não souber onde estou nem me reconhecer no espelho? Quando deixarei de ser eu mesma?
''Quando não há mais certezas possíveis, só o amor sabe o que é verdade.''