Infelizmente, a depressão é uma doença que ainda é bastante negligenciada pela maioria das pessoas. A falta de informação é o principal problema e o que torna difícil a compreensão sobre o que se passa na cabeça da pessoa deprimida.
Você pode fazer muitas coisas para tentar ajudar, mas definitivamente NÃO DEVE DIZER nenhuma das frases abaixo!
1. Você já deveria estar se sentindo melhor… Precisa se esforçar mais!
Por mais força de vontade que o depressivo possa ter em querer mudar e enxergar o mundo diferente, não podemos esquecer que não se trata de um momento de tristeza normal, mas sim de uma doença séria.
E, assim como qualquer outra doença, a pessoa deprimida precisa de um acompanhamento profissional para tentar superar o seu estado.
Como agir? Ofereça ajuda para procurar um médico ou psicólogo e acompanhe a pessoa deprimida durante as primeiras sessões para que ela possa se sentir mais confiante e segura.
2. Não se preocupe, apenas olhe o lado positivo das coisas!
Errado! Ao fazer esta afirmação você está ignorando totalmente os sentimentos, medos e preocupações que perturbam a estabilidade da pessoa com depressão.
Como agir? Respeite as emoções da pessoa e faça com que ela entenda a necessidade de procurar um acompanhamento médico para lidar com esses sentimentos.
3. Escute o meu conselho…
Por melhor que seja a sua intenção, dar conselhos e dicas com base na sua experiência de vida não vai ajudar em nada. Aliás, muito pelo contrário, pode piorar o sentimento de tristeza e vazio da pessoa.
Como agir? Você ajudará muito mais se for um bom ouvinte, deixando a pessoa confortável para abrir o coração e compartilhar todos os medos, anseios e emoções que sente. Sem julgamentos e repreensões, apenas ouça.
4. Olhe a sua volta! Você não tem motivos para estar triste!
A última coisa que a pessoa deprimida precisa é que desvalorizem os seus sofrimentos. Além do mais, é provável que ela se sinta culpada por não conseguir aproveitar as coisas boas que tem na vida...
Como agir? Novamente: apoie e não faça críticas. Use frases de incentivo, como: “você não está só” ou “pode contar sempre comigo”, por exemplo.
5. Não se queixe, pois existem pessoas passando por situações piores…
O sentimento de impotência e tristeza é maior quando a pessoa percebe que não consegue superar uma dor aparentemente “simples”, enquanto que outras, supostamente, conseguem ultrapassar situações bem mais “difíceis”. Assim, o depressivo se sente ainda mais fraco, incapaz e inseguro de si mesmo.
Como agir? Não faça comparações! Entenda que cada indivíduo percebe e vive as situações e emoções de diferentes modos. Não tente pôr as pessoas no mesmo saco ou usar as mesmas medidas para todos. Como dito anteriormente, procure ouvir e ser compreensível com o sentimento do próximo, mesmo que para você o problema da pessoa não pareça ser tão significativo.
6. Não é motivo para ficar triste. Você é muito sensível!
Ao “culpar” a pessoa por ser “demasiada sensível” para saber lidar com determinado assunto, você está triplicando o peso das emoções negativas e derrotistas que ela já carrega.
A depressão não se trata de nenhuma característica da personalidade de alguém para ser comparado com a sensibilidade. A depressão é um problema sério e, dependendo do estágio, o indivíduo pode perder totalmente a vontade de viver, cometendo o suicídio como solução para deixar de se sentir “culpado” pela sua condição.
Como agir? Nunca desencoraje a pessoa com depressão. Valorize todas as qualidades e não deixe de mostrar a sua disponibilidade e total apoio em tudo o que ela precisar.
Lembre-se que a pessoa com depressão vive ilhada, a melhor maneira de ajudá-la é ouvir o que ela tem a dizer. Perguntar o que você pode fazer para que ela se sinta melhor é sempre o melhor caminho. Bom senso, compaixão, amor e respeitar a dor do outro é sempre necessário nessas horas, para não piorar esse processo que requer tempo e paciência.
Procurar ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra é fundamental para que o tratamento tenha sucesso. Terapia + medicação nesses casos ajudam bastante. Só a medicação eu não recomendaria, pois é necessário mudanças de padrões comportamentais e pensamentos disfuncionais.