Segundo Tolle, as dores emocionais se acumulam ao longo da vida de um ser humano, formando um campo energético, o qual ele chamou de “corpo de dor”.
“Nossa história é formada por dores mentais e emocionais - emoções antigas que são revividas continuamente.” (Eckhart Tolle) Carregamos pela vida uma grande quantidade de bagagem desnecessária mental e emocional, ressentimentos, arrependimentos, culpas. Esta tendência humana de carregar dores antigas, gera o acúmulo descrito como “corpo de dor”, e este campo energético se alimenta de novas dores, reabastecendo-se continuamente e tornando-se cada vez mais pesado. Na mente dominada pelo corpo de dor - o pensamento torna-se cronicamente negativo, sendo nutrido por pensamentos de dor, rancor, tristeza e ansiedade.
“Para o corpo de dor, a (nova) dor é prazer. Ele devora ansiosamente todos os pensamentos negativos.” Isto explicaria a enorme audiência por notícias trágicas e filmes violentos.
Pessoas com corpos de dor densos são reativas, explosivas e tem total falta de autoconsciência, pois não percebem a diferença sobre o fato e suas reações a ele.
Para sair desse looping que se retroalimenta, Tolle aconselha práticas espirituais como yoga, tai chi, além de conexão com o momento presente. “Em vez de culpar a escuridão, acenda a sua luz.” ✨
Esse corpo não é algo assim tão fora, é um campo que se formou e que se mistura energeticamente ao nosso organismo, e sem que continuemos alimentando-0, se extingue. Como chegou a ser impresso nas células, como diz Tolle, pode não ser facilmente extinto por decreto. É um fenômeno que se alimenta da nossa própria inconsciência e que, portanto, precisa ser alvo da luz da consciência, e também da postura de não-identificação.
Como as dores da vida começam a ser vividas desde quando começamos a viver, e na infância já começam a ser manipuladas, assim, quanto menos forem enfrentadas, mais o corpo de dor cresce e persiste. Tolle diz que “as sobras de dor deixadas para trás a cada forte emoção negativa que não é enfrentada, aceita e depois abandonada de forma plena, juntam-se formando um campo energético que vive em cada uma das células do corpo. Elas incluem não só os sofrimentos da infância como as emoções dolorosas que se agregam a eles depois, na adolescência e durante a vida adulta”. O corpo de dor se torna, assim, uma entidade semiautônoma, na definição do autor, e se alimenta de infelicidade.
Por isso, lembre-se, você não é a sua dor, ela está ali, mas num determinado momento vai passar, se conecte ao presente e pare de remoer dores do passado. Se acolha, se ame e foque em coisas boas a partir de hoje. Aprenda a agradecer e contemplar as pequenas coisas da vida. Abra as janelas da sua alma e deixe a brisa e o sol entrar. Tudo na nossa vida é impermanente e transitório, aproveitemos os instantes com alegria no coração.
Eu poderia falar muito mais, mas quero salientar aqui, que o que achei mais importante nesse livro, foi sobre o corpo de dor, que quanto mais alimentado, nutrido, revivido, mais vai ficando registrado nas nossas células, no nosso DNA, no nosso corpo. Ou seja, é um processo que precisa de uma desidentificação com a dor, que é o processo de remover a identificação com o ego. Por que isso? Porque para o nosso ego é muito confortável permanecer nesses estados de vitimismo, vaidade, rancor, raiva, ódio e tristeza. São essas emoções e mais os sete “pecados capitais” (luxúria, ira, orgulho, gula, inveja, preguiça e avareza) que alimentam e estimulam o nosso ego. O maior desafio aqui é reverter esses processos com o esquecimento, o perdão, a autoconsciência e o amor. Focando mais no nosso lado luz do que no nosso lado sombra. E como podemos fazer isso? Apreciando apenas o aqui e agora, estar no presente. Não deixar a mente divagar nem lá no passado, nem lá no futuro. Excesso de passado, vem a tristeza ou saudade e excesso de futuro vem a ansiedade e o medo. Estar no presente é aprender a viver com sabedoria. Trazer a mente para o Agora. Difícil? Sim. Demanda treinamento constante, paciência e atenção plena, mas só dessa forma que poderemos extinguir esse corpo de dor, que tanto atrasa a nossa evolução.
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