“A partir do momento que você começa a ver as pessoas como descartáveis, a tendência é de que se torne uma pessoa cada vez mais intolerante com as diferenças e menos capaz de aceitar as frustrações. Portanto, fica difícil aceitar quando o outro falha, fracassa, ou simplesmente não atende às suas expectativas. O resultado disso, é que você passa a viver descontente não só com aqueles que o rodeiam, mas, pior ainda, com você mesmo. Isso porque os valores trazidos por essa modernidade líquida fazem com que você desaprenda a interagir de forma mais empática com os outros e consigo mesmo, até esquecer o fato de que nós, humanos, somos incompletos e imperfeitos. Os fracassos seus ou os do outro, não precisam ser apagados, lamentados ou vingados. Eles precisam apenas ser percebidos como um convite que a vida lhe faz para seu crescimento pessoal. É bem certo leitor, que não vai se lembrar da quantidade de vezes que caiu até deixar de engatinhar e aprender a andar do jeito correto. E, quando cresceu, também colecionou uma série de tombos emocionais até se sentir firme e confiante, para viver relações mais intensas e mais verdadeiras. Esses exemplos, mostram que ninguém avança na vida sem fracassos, porque no final das contas, as imperfeições da vida nos aperfeiçoam.”
Do livro: Amar-se: Uma viagem em Busca de Si Mesmo, de Marcos Lacerda