O amor não vem com um manual de instruções, se fosse assim, as relações seriam bem diferentes e mais fáceis, mas nem sempre é o que acontece. Porque só aprendemos a amar como quem aprende um idioma diferente: ouvindo, observando, errando sons, celebrando pequenas conquistas, repetindo com mais cuidado. Cada relação funciona como um laboratório vivo, onde experimentos emocionais acontecem com a delicadeza de quem mexe em peças de vidro. Não existe fórmula, mas existe percepção. A gente aprende quando lê os silêncios do outro, quando identifica o que o faz sorrir e o que o fere. Amar é um estudo contínuo de humanidade e principalmente, sensibilidade.
Também aprendemos olhando para nós mesmos. O amor não se sustenta se o espelho interno estiver empoeirado. Reconhecer limites, escutar necessidades, compreender feridas, tudo isso nos torna mais aptos a dividir o mundo com alguém. É como afinar um instrumento antes de tocar em conjunto, não há música harmoniosa quando cada corda vive desafinada.
E, curiosamente, é nas imperfeições que o aprendizado se revela mais generoso. Um equívoco dito cedo demais, um gesto mal interpretado, uma expectativa que escorrega, cada falha é um convite para ajustar o coração, não para desistir. O amor cresce na tentativa, entre acertos e erros, quando admitimos que ainda estamos aprendendo e continuamos, teimosamente belos, sem desistir um do outro, e tentamos de novo. Porém, para que isso aconteça, ambos tem que baixar as barreiras do ego, do primitivismo e ser mais humilde, generoso e compassivo com o outro. Entender que não existe perfeição dentro dos relacionamentos, é primordial, pois são dois seres imperfeitos tentando se ajustar, se alinhar, se amar… O amor, além de ser para os corajosos, é também para os determinados, para aqueles que não deixam o barco virar ou afundar, quando a tempestade vem.
Se não existe manual de instruções para amar, talvez seja porque o amor não cabe num único método. Ele se reinventa em cada olhar, em cada história, em cada encontro. Aprendemos vivendo, sentindo, perguntando, escutando, experienciando e fazendo dar certo. Aprendemos porque o amor é, acima de tudo, uma arte. Repito: o amor não vem com um manual de instruções, mas ele pode dar certo para aqueles que se permitem vivenciá-lo, quando ele entra nas nossas vidas. Nenhum amor será igual ao outro, porque cada pessoa é única e em cada fase da vida, vamos evoluindo, nos transformando no melhor que podemos Ser. Esse é o propósito do amor. É como se o amor nos lembrasse de que, a vida não precisa ser apenas sobrevivência; ela pode ser partilha, descoberta e expansão. Amando e sendo amados, vamos aprendendo a lidar com a própria bagunça interna e a acolher a bagunça do outro também, sem alardes. Ele cria pontes entre as pessoas, gera vínculos que resistem ao tempo e abre espaço para que o mundo se torne menos árido e mais empolgante. Eu sei que solitude é tudo de bom, mas deixa eu te dizer uma verdade: ninguém nasceu para ser feliz sozinho. Ninguém… Por mais que dizem isso por aí. No amor, descobrimos que pertencimento não é prisão, é voo.
Vou ficando por aqui! Bjs 😘
