_ Eu vim visitar a minha professora de paciência! dizia Chico
_ Só mesmo o Chico com a sua grandeza de espírito! - exclamei emocionado.
_ Maria dos Reis era uma jovem excepcional, de 20 anos de idade, mais ou menos, que passava os dias nos braços da mãe, uma senhora robusta, que a amparava com enorme carinho. Ela não podia ouvir barulho de avião passando sobre a casa, que se agitava... Emmanuel, através de Chico, explicou que se tratava de um espírito que havia adquirido certos débitos durante a Segunda Grande Guerra.
Para todos ele sempre tinha uma palavra de incentivo e fé. Chico era a presença da luz caminhando nos arredores de Uberaba.
_ Durante o nosso trajeto pela periferia da cidade, ondas de perfume, cheiro de flores e de éter quase nos sufocava... Entramos numa casinha, em visita a um irmão com hidrocefalia...
_ Ah! eu o conheci nas ruas de Uberaba, fazia ponto na Praça do Mercado, depois se mudou para defronte à Drogasil, na Artur Machado.
_ Ele mesmo doutor Inácio! No quartinho dele, mal cabiam ele e o carrinho de madeira que o transportava... O Chico chegou, cumprimentou-o, sentou-se na beirada da cama dele e começou a papear, perguntando pelos demais integrantes da família. Ele pediu um cigarro, o Chico providenciou...
_ Este trecho da narrativa vai dar enfisema em alguém... Você poderá repetir?
_ É o Chico providenciou cigarro para ele...
_ Não fez nenhum discurso moralista, como por exemplo que fumar dá câncer, etc?
_ Ele nunca fazia discurso moralista Doutor, o senhor sabe disto... Mas a maior surpresa veio depois. Perguntando pela irmã do rapazinho, com hidrocefalia e aleijada das pernas, disse que havia levado presentes para ela (era Natal). Alguém então, providenciou chamá-la no quintal. A menina não tinha mais do que 14, 15 anos de idade e... estava grávida! _ Veja fulana - disse enfiando a mão num pequeno saco de pano, os presentes que trouxemos para você..."
Ele levara para ela uma linda boneca e, junto, um enxoval para o récem-nascido, até nas cores do futuro bêbe: azul, pois que nasceria um menino...
_ Quando saímos, doutor, após o Chico ter alegrado o ambiente com a sua bondade e o seu sorisso ele nos explicou, falando baixinho: _ A criança que vai nascer é filha dele!..."
_ Como Chico?! , perguntei não são eles irmãos?
_ São meu filho, são irmãos, mas o que vamos fazer? Censurá-los? Qual a nossa autoridade para tal? Eles dormem na mesma cama... Você viu o tamanho do cômodo em que se encontram instalados?
_ Existem situações na vida em que a gente só pode silenciar e ajudar, se não puder silenciar e ajudar, é melhor que saia de perto... Não, não podemos julgar ninguém. Eu pelo menos não me sinto em condições de condenar em alguém isto ou aquilo. Deus me livre!
Extraído do livro "Reencarnação no Mundo Espiritual", de Carlos Baccelli pelo espírito de Inácio Ferreira
Para refletirmos o quão pequenos somos diante da grandeza desse ser iluminado, que ele nos sirva de inspiração... inesquecível Chico Xavier!