Um dia eu ouvi uma história na senzala. Era mais ou menos assim:
“Um jardineiro saiu plantando flores para embelezar a paisagem triste de um lugar no mundo. Como o chão era muito fértil, as sementes e as mudas foram caindo e brotando, formando um jardim vistoso e bonito. Mas era de uma beleza simples, diferente. Junto com as flores nasciam outras ervas, outras plantas que o jardineiro não havia semeado. O jardineiro observava com cuidado, pois havia decidido não arrancar as ervas. Ele iria esperar até o tempo certo e então resolveu adubar e fortalecer as flores. Elas, que já eram tão bonitas, ficaram mais vistosas e se elevaram acima das outras ervas, que foram sufocadas pela simplicidade e pela beleza das margaridas, das hortências, dos cravos e dos jasmins. Tudo florido e bem cuidado, não havia lugar para o mato, que aos poucos foi desaparecendo diante de tanta coisa bela e boa”.
Pense nessa história simples e analise a sua vida, suas atitudes.
De cada planta utilizada na fitoterapia, por exemplo, Pai João extrai um ensinamento. Explica as características daquela erva e sua relação com o indivíduo para o qual o medicamento está indicado. Acrescenta ainda: “De nada adianta a pessoa tomar o medicamento da natureza, meu filho, se ela não modificar sua conduta e suas atitudes”.
O que você tem plantado é o que tem nascido no jardim de seu coração.
Pai João de Aruanda in Sabedoria de Preto Velho, de Robson Pinheiro