Olá meus queridos, recebi isso e resolvi compartilhar com vocês um pedacinho dessa mensagem, talvez alguém esteja passando por isso também…
“Olá Cristiane, fiquei num relacionamento sete anos e fui traída. Descobri. Pedi o divórcio. Mas sabe qual é a dor maior? Ele casou com quem me traiu por sete anos e pelo visto nunca a traiu. Essa é a dor que mais me dilacera por dentro. Hoje é um homem fiel e pai de família. Não tivemos filhos.”
Olá minha querida, eu sinto muito que você tenha passado por tudo isso. Essa sua frase dói em você, porque mexe com muitas questões internas como lealdade, verdade, honestidade e confiança. E quando esse cristal é jogado no chão, são estilhaços para todos os lados. Há coisas na vida que nunca poderão ser consertadas e esquecidas. E essa situação carrega aquele gosto amargo de quem virou lição… mas não colheu dos frutos. Ou seja, você pagou o preço do erro alheio, virou espelho, zona de aprendizado. Enquanto alguns saíram mais espertos, você ficou com os machucados e suas cicatrizes. Há uma injustiça silenciosa nisso, como se o crescimento deles tivesse sido irrigado pelo seu sofrimento. Mas existe um detalhe que você não está enxergando: quem ensina sem querer, também aprende, mesmo quando você não percebe. Você aprendeu sobre limites, leitura de pessoas, amor-próprio em versão amadurecida. Aprendeu onde não ficar, o que não aceitar, a se priorizar, a se manter firme e forte, mesmo nas situações mais difíceis. Aprendeu sobre resiliência e jamais ser igual a quem te feriu, porque você sabe como dói passar por isso, e entendeu que a vingança é um prato que se come cru. Aprendeu a se retirar dos lugares que não te preenchem com doação, respeito e amor. Nada é em vão, mesmo achando que foi. Eles podem ter aprendido a não errar de novo, mas você aprendeu a não se perder de novo. E isso, embora, não apague a dor, muda o final da sua história.
Há pessoas que evoluem errando com os outros; e há quem evolua sobrevivendo a esses erros, que foi o seu caso. O que te dilacera não é apenas a traição. É a sensação de ter sido o terreno onde ele aprendeu a ser o homem que você merecia e sonhou um dia, mas que só conseguiu ser depois de te ferir. Isso cria uma ferida específica, porque mistura luto, injustiça e comparação, mas o comportamento dele hoje, não reescreve o passado nem transforma o que você viveu, em erro.
Além disso, a fidelidade dele agora, não diz nada sobre o seu valor, nem prova que você não foi suficiente. Diz apenas que ele escolheu agir diferente em outro contexto, com outra maturidade, depois de ter aprendido da forma mais dura, insensata e egoísta.
O que você sente é luto por duas coisas: pelo relacionamento que existiu e pelo que poderia ter sido se o respeito tivesse vindo antes. E esse luto é legítimo. A cura não está em entender por que ele mudou, mas em lembrar que você não falhou. Você sobreviveu a algo que não deveria ter acontecido.
Eu espero de coração que você consiga se curar e esquecer essa fase. O que você poderia fazer você já fez: se colocar em primeiro lugar, se escolher e se amar incondicionalmente, apesar de tudo que lhe aconteceu. Não negociar lealdade, confiança, verdade e honestidade, pois são inegociáveis. Agora, é ir em busca da sua felicidade e pensar somente em si. Deixar o passado no passado e seguir por novos caminhos, objetivos, sonhos e projetos para a sua vida. Não pense mais nisso, não queira se afundar numa areia movediça com infinitas indagações “porque isso aconteceu com você”, “o que você poderia ter feito”, “quais foram os motivos que o levaram a te trair”… enfim, essas perguntas, talvez nunca serão respondidas. E não se preocupe com elas. Você não tem culpa. Pare de se culpar ou se lamentar pelos erros alheios, ele fez as escolhas dele… e já arcou com as consequências. E aqui está algo essencial, embora difícil de aceitar: o comportamento dele fala do processo dele, não do seu valor. Pessoas não traem porque o outro é insuficiente. Traem porque não sabem sustentar intimidade, rotina, responsabilidade afetiva ou limites. Quando mudam, não é porque encontraram “alguém melhor”, mas porque a perda as obrigou a olhar para o que evitavam. E não crie tantas ilusões na sua cabeça, pois não são todos que mudam. Alguns apenas se adaptam melhor à imagem que dizem sustentar.
O meu conselho é: se preocupe mais com a sua vida de agora e deixe tudo isso para trás. Perdoe, se puder e esqueça. Eu entendo que ainda terão muitas feridas para serem curadas, mas eu tenho certeza que você será muito mais feliz e encontrará alguém que respeite você e te ame do jeito que você merece. Você é superação! Não se bloqueie e nem ative os gatilhos da desconfiança, pois ainda há muitas pessoas leais, verdadeiras, honestas por aí e que estão procurando um relacionamento sério. E se você estiver muito cansada, triste e querendo mudanças e não estiver conseguindo isso sozinha, procure uma terapia ou faça algo que te ajude a ser mais feliz e confiante. Combinado? Autoconhecimento, desenvolvimento pessoal, um curso, uma viagem, uma academia, novas amizades, um livro… tente algo novo, viva, explore, sinta! Parece clichê, mas funciona. E um passinho de cada vez… não desanima não, tá? Lembrando sempre que isso não é terapia, apenas um bate papo inicial. Vai ser feliz, vai! 😉 Você é muito mais forte do que imagina e também será muito mais feliz! Confia!
Vou ficando por aqui! Bjs no coração! ❣️
