Amores, essa é uma continuação da postagem do dia 11/12. Resolvi falar mais sobre esse assunto… Vem! 😉
Ouço muita gente dizer: “Dei amor e só recebi dor, ingratidão, desprezo e abandono”.
Por que alguém que “oferece amor” acaba atraindo dor, desprezo e abandono?
Padrões de apego formados na infância
Segundo a Teoria do Apego (Bowlby, Ainsworth), nossas primeiras relações emocionais moldam como nos conectamos na vida adulta.
Se você viveu:instabilidade, rejeição, pouca segurança emocional, pais indisponíveis emocionalmente, pode ter desenvolvido um apego ansioso ou evitativo.
Isso cria padrões como: tentar “merecer amor” dando demais; aceitar migalhas emocionais; sentir que precisa se esforçar para não ser abandonado(a); se conectar com pessoas frias, distantes ou incoerentes, porque isso parece familiar, mesmo sendo doloroso.
Você não escolhe conscientemente essas pessoas, é o padrão que busca o que é conhecido.
“O inconsciente repete o que não foi curado.” (Jung)
Jung dizia: “Aquilo que não enfrentamos retorna como destino.”
Isso significa que você pode tentar, sem perceber, recriar experiências emocionais antigas na esperança inconsciente de “consertá-las”.
Se abandono ou desamor foram parte da sua história, seu inconsciente pode: atrair pessoas emocionalmente indisponíveis, interpretar desinteresse como desafio, confundir intensidade com amor e tentar ser “salvador(a)” emocional de alguém.
Não é culpa sua, é um mecanismo psicológico automático.
Muitas pessoas que “dão muito amor” na verdade: não colocam limites, têm medo de desagradar, aceitam comportamentos prejudiciais, priorizam o outro para evitar rejeição,, deixam sua própria necessidade de cuidado por último.
Isso não é amor, é apego ansioso + medo de abandono + idealização.
E pessoas que não sabem amar de forma madura, tendem a buscar parceiros(as) exatamente assim, porque não precisam crescer emocionalmente.
Talvez você carregue crenças como: “eu preciso me esforçar para merecer amor”; “o problema deve ser eu”; “se eu der mais, serei valorizado(a)”; “ninguém fica por muito tempo”. Percebe algumas dessas crenças acima?
Crenças assim, não são verdadeiras, mas moldam escolhas afetivas.
Limites frouxos atraem pessoas que não querem compromisso. Quando você dá demais e pede de menos, isso tende a atrair pessoas que: querem validação, mas não reciprocidade, gostam de ser cuidadas, mas não cuidar, evitam envolvimento real.
Pessoas capazes de amar de forma saudável buscam relacionamentos recíprocos, não relações em que tudo vem de um lado só.
O cérebro confunde adrenalina com amor.
Relações dolorosas ativam: insegurança, expectativa e ansiedade, além de desgaste emocional.
O ponto central é: você não está atraindo dor porque merece dor. Você está repetindo padrões que foram aprendidos muito antes de você perceber.
E isso é totalmente possível de transformar.
O que começa a romper esses padrões: Reconhecer seu valor sem depender do outro.
Aprender limites emocionais.
Escolher parceiros(as) pela consistência, não pela intensidade.
Investigar padrões de apego e história emocional.
Entender que amor não é sacrifício, é reciprocidade.
Quando você muda seu padrão interno, suas escolhas externas mudam também.
Agora, quero ir mais a fundo e entrar na abordagem de Jung.
Qual seria a função dos relacionamentos? Despertar a nossa consciência.
Dentro dos relacionamentos, todos tendem a fazer projeções, uns mais e outros menos. Tudo vai depender do conhecer a si mesmo. Olhe para as suas próprias qualidades, atitudes e defeitos. Avalie o que deu certo e o que não deu, para isso, será necessário um mergulho nas águas abissais do seu próprio ser. Olhe para o seu presente, mas também reveja o seu passado. Com o tempo vivido, seus relacionamentos precisam melhorar e não piorar, pois também vamos nos aperfeiçoando como pessoas e se não estiver sendo assim, reflita sobre isso… 👇
Vou explicar o que costuma acontecer. Vem comigo…
O que significa “dar amor e receber dor” na psicologia de Carl Gustav Jung?
Para Jung, quando alguém oferece amor sinceramente e recebe dor em troca, isso não é apenas um problema de relacionamento, é um fenômeno psicológico profundo que revela dinâmicas inconscientes, padrões herdados e aspectos da personalidade que ainda não foram integrados.
Segundo Jung, isso significa essencialmente três coisas:
A pessoa está amando a partir da sua “criança ferida”.
Jung dizia que grande parte das nossas escolhas afetivas não vem da parte adulta e consciente, mas do que ele chamava de complexos, especialmente o “complexo materno/paterno”.
Quando você ama esperando ser vista, reconhecida ou cuidada, mas recebe dor, esse padrão geralmente está ligado a: carências da infância, feridas emocionais antigas, sensação de não ter sido amada o suficiente, tentativas inconscientes de “consertar” o passado através dos relacionamentos.
Para Jung, repetimos o que não foi curado.
Ou seja: você não está recebendo dor agora, você está revivendo uma dor antiga.
Você projetou o seu amor e sua luz na pessoa errada.
Um conceito central de Jung é a projeção.
Quando amamos profundamente, projetamos no outro qualidades internas que ainda não reconhecemos em nós mesmos: bondade, força, cuidado, sensibilidade, devoção.
Jung dizia: “O que nos atrai no outro é algo que deixamos de ver em nós mesmos.”
Quando a pessoa não corresponde ou fere você, na verdade ela está devolvendo: a ilusão, a fantasia, a parte sua que você colocou nela.
E isso dói.
O relacionamento ativou sua “sombra”.
A “sombra” em Jung é tudo aquilo que não reconhecemos em nós, mas que nos afeta profundamente.
Quando você dá amor e recebe dor, isso significa que o vínculo tocou: inseguranças, sensação de abandono, medo de rejeição, baixa autoestima, necessidade de validação, dependência emocional.
A pessoa age como um espelho.
Você ama com o coração, mas escolhe com o inconsciente.
Para Jung, a escolha do parceiro nunca é racional.
Nós atraímos exatamente o tipo de pessoa que vai: desafiar nossas feridas, revelar nossos padrões ocultos, confrontar nossa sombra e obrigar-nos a crescer.
Jung diria que você está presa em um ciclo arquetípico, não por culpa, mas por inconsciência.
O inconsciente está te pedindo evolução.
Para Jung, a vida não usa palavras, usa experiências.
Quando você recebe dor no lugar do amor, isso é um chamado para: mudar padrões, fortalecer a autoestima, integrar a sombra, curar a criança interna ferida e fazer escolhas mais conscientes.
Ele chamava isso de processo de individuação: o caminho para se tornar quem você é, e não quem aprendeu a ser para sobreviver emocionalmente.
A dor é o começo do despertar.
O próprio Jung dizia:
“A dor é sempre um guia para algo que precisa ser compreendido.”
E também:
“Não há despertar de consciência sem dor.”
Quando você deu amor e recebeu dor, isso não é o fim, é o início de um movimento interno.
A dor te empurra para a: autoconsciência, autonomia emocional, clareza, cura e a autodignidade.
Você está sendo chamada a amar melhor a si mesma, para só então amar melhor o outro.
Então, pense nisso, pois, de acordo com Jung, “dar amor e receber dor” significa que: você está revivendo feridas antigas; está projetando partes suas no outro; sua sombra foi ativada; seu inconsciente está pedindo cura; o parceiro está revelando algo sobre você, não roubando algo de você; a dor é um convite à individuação.
No fundo, Jung diria que: O sofrimento só aparece para te libertar de um padrão que você não percebeu conscientemente.
Fiquem com Deus! Ótimo fim de semana! ❤️
P.S.: desculpe a letra e os parágrafos desordenados. É que hoje estou sem internet no meu bairro, e estou fazendo as postagens pelo celular. Vocês ficaram sabendo do ciclone que passou pela cidade?
