“O que te preocupa, te escraviza.” (John Locke)

Ontem eu ouvi uma pessoa dizer: “eu sinto vergonha por ser só uma dona de casa!” Será que você também sofre por causa disso? Se sim, vem! Vamos conversar… 😉

Você não é só uma dona de casa minha querida, você vai além de todo esse rótulo que você imprimiu e colocou na sua cabeça, sem você dentro de uma casa, tudo ficaria um caos. Você organiza, cuida, administra, zela, gerencia, soluciona problemas, faz acontecer… não é porque você não ganha um salário que o seu trabalho não importa e não tem valor, pelo contrário, ele é fundamental para o sucesso e equilíbrio do seu lar, já experimentou sair por uns dias e deixar todos ao léu? Quando você volta, todos se sentem felizes e aliviados. Porque você é a força que sustenta essa casa, você faz e acontece! Sem você por perto, todos ficam meio perdidos, desorientados… estou falando alguma mentira? Faça isso e verá o que acontece… você vai se surpreender, quando voltar! 

Jamais se compare com alguém, porque nessa conta sempre vamos sair perdendo, porque terá sempre alguém mais bonito, mais bem-sucedido, mais inteligente, mais feliz… etc. Evite se preocupar e se comparar com os outros. Seja mais você! 

Ser dona de casa não é ausência de trabalho. É trabalho em dobro e sem palco. É um serviço sem fim. É logística, cuidado, gestão de recursos, manutenção da vida cotidiana. É o tipo de esforço que, quando funciona bem, ninguém percebe. E quando falta, tudo desmorona. 

A vergonha costuma nascer quando confundimos valor com visibilidade. O mundo aplaude o que pode medir, faturar. Mas há trabalhos que sustentam a existência e não cabem em planilhas. Eles ficam invisíveis, mas não são irrelevantes, pelo contrário, são extremamente necessários. 

Um exercício de reflexão: Se outra pessoa descrevesse tudo o que você faz num dia, sem usar o rótulo “dona de casa”, isso pareceria pequeno? 

Se esse mesmo trabalho fosse feito por alguém contratado, ele teria mais valor para você?

Talvez o convite seja trocar a pergunta “o que vão pensar de mim?” por “o que eu sustento, mesmo quando ninguém vê?”

Vergonha não é sinal de fracasso. Muitas vezes é sinal de que estamos medindo nossa vida com a régua errada. Você não é menor por cuidar da base. Bases não aparecem na fachada, mas sem elas, nenhuma casa fica de pé.

Pergunte a si mesma, com gentileza: Quem me ensinou, direta ou indiretamente, que isso é menos? Em que momento da minha vida eu comecei a me diminuir por isso? Se eu dissesse isso em voz alta numa roda, de quem eu teria medo do julgamento?

Há trabalhos muito importantes e que deveriam ser respeitados e valorizados, mas preciso te dizer algo: se você não se sente bem fazendo o que você faz, ninguém vai te dar o valor que você merece. Você tem que gostar, valorizar e ter orgulho de si. Todo trabalho é digno, desde o mais simples até o mais difícil. E se você quiser sair disso, faça coisas por você que vão agregar no seu dia a dia. Um curso, uma leitura, algo que te deixa feliz. 

Agora imagine outra mulher. Não você.

Alguém que cuida da casa, da rotina, das pessoas. Que organiza, alimenta, sustenta o cotidiano. Você a acharia menor? Ou só é dura quando o alvo é você?

Aqui costuma morar um ponto sensível: exigimos de nós uma validação que nunca exigimos dos outros. Já parou para pensar nisso? 

Uma pergunta-chave: Se ninguém estivesse olhando, se não houvesse comparação, status ou expectativa… o que mudaria na forma como você se vê?

Talvez a vergonha não seja sobre ser dona de casa. Talvez seja sobre ter aprendido que amor, respeito e orgulho precisavam ser “merecidos” de um jeito específico.

Você não precisa resolver isso hoje. Só perceber já é um ato de coragem.

Vou te dar um conselho que não é rápido, mas pode ser transformador, como trocar o chão da casa por dentro, sem ninguém ver, e depois perceber que tudo ficou mais firme.

Pare de se apresentar pedindo desculpas.

Não em voz alta apenas, mas por dentro.

Muitas mulheres dizem “sou só dona de casa” sem perceber que o “só” é uma ferida antiga falando. Tire essa palavra do seu vocabulário interno. Ela corrói a confiança em silêncio.

Depois, faça um exercício simples e poderoso: nomeie o que você faz em verbos, não em rótulos.

Você não “é” dona de casa. Você: administra um lar, organiza recursos, cuida de pessoas, mantém rotinas funcionando, sustenta o cotidiano emocional e prático, entre outras coisas importantes… Percebeu a diferença? É muita coisa! 

Confiança nasce quando sabemos explicar a nós mesmas o nosso valor, mesmo que o mundo não perceba. Espero que daqui para frente você se veja com outros olhos… olhos mais amorosos e de orgulho por ser quem você é! Combinado? 

Outro ponto essencial: não compare o seu bastidor com o palco dos outros.

Há mulheres exaustas, adoecidas e vazias em cargos admirados. Status não imuniza ninguém contra dor, sofrimento, valor ou insegurança.

Também é importante um pacto consigo mesma, repetindo: reserve algo que seja só seu, ainda que pequeno. Faça algo que você goste. Não para “provar” nada a ninguém, mas para lembrar que você merece fazer coisas boas para si também. 

E, talvez o mais delicado: trate a si mesma com o respeito que você oferece aos outros. Você cuida, sustenta, apoia, administra, gerencia, zela.

Confiança não nasce do aplauso externo. Ela nasce quando você para de se diminuir para caber na expectativa alheia. Você é muito mais do que imagina ser, tenha certeza disso e espero de coração que você daqui para frente se veja com  essa potência que você realmente é. Um ser muito importante, valoroso, exercendo suas habilidades e funções, dentro do seu lar, contribuindo com o amor para que todos da casa estejam bem e cuidados. Se você não souber lidar melhor com isso, ninguém fará por você. Invista na sua autoestima e não se sinta rebaixada por ninguém. Todos nós somos iguais e temos o nosso valor. Um cargo X, Y, Z… não te define. Isso é uma grande bobagem que inventaram. Seja feliz sendo quem você realmente é, isso sim, é encantador! E atrai pessoas para perto de você. Conheço tantas donas de casa por aí, e quer saber? Adoro conversar com elas, bato um “papão”, e ainda aprendo muito com o que elas me ensinam… são divertidas, espontâneas, alto astral e muito inteligentes. Adoro… 🥰 

Espero que você consiga superar esse sentimento de insegurança. Ok? Minha linda, continue sendo quem você é. Guarde isso: nessa vida não precisamos ser alguém além de nós mesmos. Você é incrível, nunca se esqueça disso e tenha muito orgulho de si mesma! ❣️💋 Bjs no coração! Vou ficando por aqui! 🫶🏻