— Sabe, minha filha, muitas vezes os filhos da Terra desconhecem certas questões espirituais e não atentam para o fato de que suas atitudes definem o tipo de energia que atraem para si. Tudo é sintonia neste mundo de Deus.
É preciso ficar atenta, porque todos vocês estão mergulhados num oceano de energias, com o qual interagem o tempo inteiro. No mundo, estando encarnado ou não, não podemos deixar de pensar que nossas ações, pensamentos e emoções são poderosos instrumentos de elevação ou de queda.
Portanto, filha, pense um pouco em como você tem conduzido sua vida; como tem agido ou reagido em face das diversas situações que tem encontrado como desafios. Ao que parece, filha, você tem criado em sua mente os próprios fantasmas que a perseguem e julga que tem coisa-feita, magia ou maleita que alguém imaginário está enviando contra você.
"Nego-velho pede apenas que possa sondar seu interior e procurar em seus pensamentos a própria fonte de tudo o que julga estar lhe atingindo. Minha filha tem gerado energias a partir de sua atitude mental, do tipo de pensamento que está alimentando e das emoções que acompanham tais pensamentos. E é natural que esse padrão específico de imagem mental, oriunda de si própria, atraia emoções e imagens compatíveis, com o mesmo peso ou teor energético.
Essa é a magia mental, talvez a mais difícil de ser enfrentada, pois exige da pessoa uma mudança de rota, uma redefinição para modificar completamente o foco de sua atenção e educar as emoções e sentimentos com vistas a melhorar a qualidade da vida íntima."
Mas, meu pai, falou a consulente.
— Eu tenho me sentido dividida entre o que devo fazer e as minhas emoções...
Você está numa encruzilhada energética, minha filha, tornou o pai-velho.
— É o entroncamento entre razão e emoção. Aí, nesse exato lugar, é que se define a vida de muitos filhos de Terra. Sabem que há algo errado ou que precisam mudar, modificar a rota e estabelecer novo rumo ou nova meta pra suas vidas. Contudo, minha filha, tão somente saber disso parece não servir de impulso para as realizações.
É que as emoções de meus filhos encontram-se comprometidas ou desarmonizadas, e, embora saibam intimamente qual é o caminho, querem que as coisas se modifiquem de acordo com suas emoções, e não o contrário; querem que o mundo se adapte a si, e não o contrário.
Desejam que as emoções, frequentemente desajustadas, estejam acima da razão e sofrem por ver que a realidade não é assim. Ninguém consegue mudar a lei divina, minha filha. Não há como fugir da responsabilidade de ser o próprio semeador de sua felicidade ou infelicidade. Não adianta culpar espíritos, procurar coisa-feita ou mandinga ou mesmo tentar fazer um trabalho para mudar a situação. Somente você poderá fazer o trabalho operoso de modificação. Não há como mudar os sentimentos dos outros nem as emoções alheias.
“Mas existe uma maneira de você se modificar, de investir em suas próprias emoções, usando a razão para definir um estado melhor de vida mental e emocional para si. Não espere o outro mudar, filha; mude você primeiro. Comece em si mesma as mudanças que deseja no outro e verá como sua vida ganhará em qualidade”.
Tire esse negócio de mandinga, de trabalho feito ou de alguma maleita de sua cabeça; aprenda de uma vez por todas, minha filha: se há qualquer coisa que pode modificar sua vida para melhor ou para pior, essa força parte é de dentro de você. É a sua própria mente que vai definir o tipo ou a qualidade de vida que você terá deste ponto em diante.
“Pai-velho sabe que você está numa encruzilhada vibratória, dividida entre a razão e a emoção. Mas vou lhe dizer, filha. Certo amigo bem mais elevado do que pai-velho disse uma vez que Deus colocou a cabeça acima do coração para que a gente possa pensar primeiro antes de agir”.
Vamos aprender com esse pensamento e traçar novos rumos para a vida. Não aja por impulso nem baseada nas emoções, porque se arrependerá sempre. Pare de reagir e aja; seja uma pessoa ativa, que toma as decisões baseada num planejamento de sua vida.
Não transfira a outros, quer espírito ou encarnado, a direção de sua vida. Você é arquiteta da própria felicidade, minha filha." Antes que a consulente pudesse falar mais alguma coisa, o pai-velho deu por encerrado seus conselhos e, levantando a mão direita, evocou as forças superiores do bem às quais se vinculava, rogando as bênçãos da misericórdia divina para a vida daquela que o procurava. Com essa atitude, o pai-velho João Cobú ou Pai João de Aruanda deu por encerrada a conversa com a consulente.
Extraído do livro "Corpo Fechado'', de Robson Pinheiro