Esses vegetais agem diretamente no plexo solar das pessoas, limpando energias densas e acalmando em profundidade. As energias ou fluidos exalados pelas chamadas ervas-de-cheiro atuam na intimidade do sistema nervoso, no hipotálamo, conforme observações nos laboratórios da erraticidade.
Estimulam aí certos elementos químicos do cérebro humano, de maneira a causar estados de consciências agradáveis, como melhor autoestima, dispondo o indivíduo à vida com maior qualidade. Os aromas cítricos de determinadas ervas, frutos ou mesmo flores vibram em sintonia com emoções superiores, liberando toxinas mentais, etéricas e físicas, favorecendo também estados de saúde mais harmônicos." Sorrindo para o trabalhador, que ficou satisfeito com as explicações do pai-velho, João Cobú prosseguiu:
— Entretanto, é necessário examinar a forma de retirar as ervas de seu habitat natural. Para isso, meus filhos, temos de ficar atentos ao seguinte. De forma alguma, ao ser utilizada para fins terapêuticos, a erva pode ser colhida na madrugada ou à noite, isto se quisermos aproveitar ao máximo suas propriedades medicamentosas e fluídicas.
Mesmo que não haja sol e o dia esteja nublado, deve-se colher desde a alvorada até o momento do pôr-do-sol ou ao entardecer, antes de cair a noite. Mas não basta obedecer a esse critério; há cuidados adicionais: as ervas só devem ser apanhadas respeitando-se o fluxo do fluido vital ou do bioplasma, se quisermos ser mais exatos. Pela manhã, até aproximadamente as 9 horas, quando os raios solares ainda estão no processo de aquecimento da morada dos homens, colhem-se apenas raízes, pois é ai que o fluido vital ou bioplasma das plantas se concentra.
Desse momento até mais ou menos as 15 horas, podem-se apanhar folhas e flores para uso da medicina espiritual ou terapia energética. Durante esse período, em que o sol irradia com maior intensidade seus raios revitalizadores, a vitalidade circula mais vigorosamente nas extremidades da porção exposta, acima do chão.
Somente após as 15 horas tira-se o caule, pois este é o horário em que o bioplasma inicia o processo de "descida" em direção à terra, energizando o caule das plantas.
À noite se dá o repouso do bioplasma; durante o período noturno, a vitalidade manifesta-se apenas o suficiente para manter a vida orgânica da planta.
Então não tem efeito colher as plantas de qualquer jeito, em horários diferentes do que meu pai indica?
Não é bem assim, meu filho. Podem-se colher as ervas em qualquer horário, sim; contudo, não se aproveita a seiva energética ou bioplasma, que obedece ao fluxo da energia solar em todos os reinos da natureza.
Apanhando-as sem levar em conta esse fluxo, apenas os elementos de sua constituição química serão extraídos, mas de forma alguma a vitalidade.
E quanto às ervas secas, elas servem para finalidades terapêuticas, meu pai?
Ainda aí temos de considerar qual propriedade terapêutica se pretende explorar. Caso a busca se resuma aos elementos químicos, que favorecem exclusivamente a saúde física, então as ervas secas atenderão. No entanto, se o objetivo é extrair os elementos fluídicos, etéreo e mais dinâmicos que oferecem, as plantas são destituídas de tais elementos no processo de secagem, ao longo do qual a energia vital é corrompida ou alterada. Muito embora haja, mesmo com as ervas secas, uma maneira de fazer o bioplasma retomar seu fluxo natural, nego-velho só pode ensinar essa técnica quando meus filhos avançarem no estudo sobre bioenergias e magnetismo. Sem amplo conhecimento do magnetismo não há como alterar o fluxo energético e vital das plantas.
E quanto à forma de preparo das ervas, meu pai? Devem ser administradas sempre por meio dos banhos ou existe outra maneira que ainda não conhecemos?
Quando há indicação para uso de banhos, meus filhos hão de convir que é o meio mais fácil de usufruir das substâncias terapêuticas e energéticas das ervas. E um recurso que está ao alcance de qualquer pessoa.
Porém, ao se prepararem banhos de imersão (como, por exemplo, se faz com a camomila, indicada para estresse, ansiedade e ainda crises de pânico), não é adequado ferver a água juntamente com as ervas. O melhor método, o mais eficaz é, após a fervura, apagar o fogo e somente então adicionar as ervas, deixandoas em repouso até o chá esfriar ligeiramente. Depois de alguns minutos de decocção — é esse o nome do processo — as ervas devem ser retiradas da água, restando apenas o sumo e as propriedades medicamentosas e energéticas. Aí, sim, o produto está pronto para ser usado para banhos de imersão, para aspersão ou outra coisa qualquer, de acordo com a prescrição, inclusive como chá fototerápico.
"Caso tais cuidados não sejam tomados, corre-se o risco de surgir alergia ao elemento material, sem relação com o extrato ou fluido. Reações indesejadas podem ocorrer ao menos de duas maneiras: tanto em razão da fervura de determinadas ervas, quanto devido à falta de coagem, isto é, por causa do contato direto da erva com a pele. Na última hipótese, o processo alérgico pode-se estender por semanas. "Há ainda, meus filhos, outra forma mais requintada e também muito eficaz de explorar os recursos bioenergéticos das plantas.
ÁGUAS-DE-CHEIRO
Ingredientes: Folhas e flores de alfazema e manjericão; remédios florais: Alfazema, Artemísia, Rosmarinus; águas de cachoeira e orvalho ou sereno; essências especiais.
Preparo: Lua nova.
Indicação terapêutica: Suaviza e tranquiliza. Útil à revitalização das energias da aura. As propriedades etérícas dessas flores e folhas enchem o indivíduo de vitalidade, pois trazem elementos da natureza ricos em bioplasma, estimulantes das reservas fluídicas do duplo etérico.
Ao mesmo tempo, agem no plexo solar, no nível emocional, liberando formas adensadas.
O próximo remédio energético que vou descrever denomino Águas-de-ísis, pois é inspirado numa fórmula semelhante, utilizada por alguns hierofantes do Egito antigo.
ÁGUAS-DE-ISIS
Ingredientes: Rosas vermelha e branca, flores de alfazema, hibiscos vermelhos e crisântemos amarelo e branco; remédios florais: Quince, Hibiscus, Rock Water, Sempervivum, Orelana; águas de chuva e de cachoeira; essências especiais. Preparo: Lua nova.
Indicação terapêutica: Libera o coração de mágoas e desperta o lado feminino, o sentimento, a intuição. Favorece a manifestação do auto-amor. Estimula pensamentos altruístas e eleva a frequência vibratória do chácra cardíaco.
O próximo remédio natural e energético deve ser administrado a pessoas que se encontram desvitalizadas, abatidas física e moralmente. Indicado como auxiliar no processo de recuperação de indivíduos que enfrentaram longos períodos de enfermidade ou processos de vampirismo energético, principalmente. A este remédio chamo Raio-de-Luz.
RAIO-DE-LUZ
Ingredientes: canela em pau, cravo e gengibre; flores: pétalas de girassol e rosas vermelhas; remédios florais: Sempervivum, Moutain Pride, Rescue e Buquê de 5 Flores; águas de fonte e de cachoeira; essências especiais e composto energético. Preparo: Lua nova ou cheia. Indicação terapêutica: Desperta a energia yang e revitaliza, liberando substâncias etéricas densas, tanto do corpo físico como do duplo. Fortificante energético, que transfere a vitalidade das ervas e da essência para o corpo e a mente.
Tobias ouvia e anotava tudo, pois não queria perder as indicações de João Cobú, que, como sabia o médium, fora também médico em outra existência.
Continuando, o pai-velho falou mais:
— Outro remédio energético que indico para certos filhos é aquele que denomino Chuva-de-Prata. Desde já, entretanto, peço aos meus filhos que não se atenham à nomenclatura. Chamo-os assim apenas para distinguir uma fórmula natural da outra, nada mais. Nenhum dos nomes tem qualquer sentido oculto ou esotérico.
CHUVA-DE-PRATA
Ingredientes: Rosas brancas, camomila, flor de laranjeira, alecrim e manjericão-branco; remédios florais: Momórdica, Star Tulip, Rosmarinus; águas de chuva e de cachoeira.
Preparo: Lua cheia e exposição ao sereno durante a noite, com o vidro aberto.
Indicação terapêutica: Libera energias nocivas e toxinas do organismo, dilui ou atenua emoções densas e promove a harmonia da aura. Aumenta as defesas naturais e energéticas.
Creio que devo frisar — continuou o pai-velho que esses remédios energéticos não são para administração via oral, e sim como banhos, conforme explicado anteriormente. De preferência, banhos de imersão, semelhantes aos chamados banhos de ofurô, que se vêem em spas e clínicas atualmente.
Ou seja, as fórmulas devem ser derramadas numa banheira de qualquer espécie, onde meus filhos procurarão relaxar ao longo de 20 a 40 minutos, no máximo. Na impossibilidade, faz-se o banho de aspersão, isto é, borrifando ao longo de todo o corpo os preparados líquidos. Durante os banhos de imersao ou após aspergir o produto sobre o corpo, na falta de banheira ou similar, meus filhos poderão ingerir o chá da camomila, indiscriminadamente, o que será muito benéfico para as emoções.
Outra fórmula desenvolvida do lado de cá pelos espíritos responsáveis pela natureza é a Silvestre.
SILVESTRE
Ingredientes: Hortelã, espada-de-são-jorge; arruda, levante, canela, sementes de mostarda e mirra; remédios florais: Pink Yarrow, Buquê de 9 Flores, Manto de Luz, Crab Apple, Sulphur Flower; águas de chuva, de cachoeira, bem como água mineral gasosa natural ou sulfurosa; essências aromoterápicas verdes e silvestres.
Preparo: Lua cheia e exposição aos raios solares. Composto especialmente sob a ação dos dementais.
Indicação terapêutica: Auxiliar na limpeza do campo áurico e tratamento de emoções conflitantes. Liberação de mágoas e pensamentos recorrentes. Trabalha as energias de cura do duplo etérico. Bastante eficaz principalmente para quem lida com público em geral e com pessoas difíceis, portadoras de conteúdo emocional grave, tal como é a rotina de terapeutas e médiuns.
Meu Deus, Pai João — falou um dos trabalhadores. — Existe tanta coisa que desconhecemos!
É, meu filho. E assim mesmo há quem critique a sabedoria milenar dos pais-velhos sem sequer experimentar, classificando tudo como pura fantasia e misticismo. Nego-velho espera que, ao menos, façam-se testes e análises antes de atribuir tudo ao domínio do fantástico.
"Mas vamos continuar mais um pouco, filho. Acredito ser possível passar mais algumas dicas para aproveitarem em seus trabalhos e, assim, não ficarem tão dependentes de orientação espiritual. "O próximo remédio energético, nego-velho o chama de Águas-de-Hórus, apenas relembrando um preparado muito eficiente da Antiguidade.
ÁGUAS-DE-HORUS
Ingredientes: Rosas brancas e vermelhas, alecrim, manjericão, alfavaca, alfazema, girassol, mirra e levante; remédios florais: Rosmarinus, Aristoló-quia, Holly, Chaparral, Floral de Emergência Australiano; tinturas: arnica, espinheira-santa e menta; águas de mar, cachoeira, chuva e fonte. Preparo: Lua nova ou cheia.
Indicação terapêutica: Ideal para iniciados ou pessoas que estejam despertando para o caminho espiritual.
Desperta o sentido do belo e do bem. Promove o aumento da frequência vibratória dos chacras superiores e sensibiliza o psiquismo.
— Pai João — interpelou Tobias. — Conforme o senhor explicou, a pessoa pode apresentar excesso nas características de determinada polaridade energética, tanto com perfil de ansiedade, mais ativo, elétrico ou yang quanto, de modo contrário, evidenciando traços mais sensíveis, emotivos ou yin.
Nesse caso, existe alguma fórmula indicada para auxiliar no equilíbrio energético desse indivíduo?
— Claro, filho — respondeu o pai-velho.
— Tenho duas recomendações baseadas em observações e anos de estudo com os tipos citados. É claro que tais indicações, como as que fiz antes, não são fórmulas milagrosas, mas auxiliares. Apenas isso. "Estes são os remédios energéticos que denomino simplesmente Yin e Yang, devido aos tipos de ervas empregadas.
YANG
Ingredientes: Espada-de-são-jorge, arnica, cravo, canela, sementes de girassol e de mostarda, picão, cipómil-homens, gengibre; água do mar, exclusivamente; remédios florais: Sempervivum, Pink Yarrow, Moutain Pride, que visam equilibrar as energias do indivíduo. Preparo: Lua nova ou cheia.
Indicação terapêutica: Aumenta o tônus vital e combate o esgotamento energético. Trabalha as energias vitais do organismo, a kundalini. Estimula a libido e desperta o lado yang, ativo e positivo do ser. Combate dificuldade de concentração, dispersão mental e emoções mais afloradas ou intensas.
Indicação terapêutica: Aumenta o tônus vital e combate o esgotamento energético. Trabalha as energias vitais do organismo, a kundalini. Estimula a libido e desperta o lado yang, ativo e positivo do ser. Combate dificuldade de concentração, dispersão mental e emoções mais afloradas ou intensas.
YIN
Ingredientes: Alecrim, alfazema, alfavaca, manjericão, rosas brancas e lírio; águas de cachoeira e de chuva; remédios florais: Linum, Manto de Luz, Rosmarinus, Hibiscus.
Preparo: Lua nova com exposição ao sereno. Indicação terapêutica: É ideal para despertar o lado sensível, emocional. Suaviza o pensamento e as emoções fortes. Trabalha o lado yin, passivo e emotivo do ser. Para as pessoas elétricas, inquietas e ansiosas. Também é eficaz para pessoas hiperativas mental ou fisicamente.
Por último, nego-velho vai ensinar a vocês um remédio energético muito indicado para combater insônia, como auxiliar no tratamento desse mal, que atinge milhares de filhos na Terra. Por isso, nego-velho o chama de Sonhos. De todas as fórmulas até aqui descritas, é a única que pode ser administrada como solução oral, ao recolher-se.
SONHOS
Ingredientes: Tinturas de capim-cidreira, maracujá e valeriana; remédios florais: Calmin, Passiflora, Valerian, Agrimony, Angélica (do Alasca); água mineral.
Dosagem: Tomar 30 a 35 gotas em um cálice de água ou no chá de camomila, antes de deitar. Indicação terapêutica: Insônia.
Como vêem, meus filhos — concluía o pai-velho —, há muito que aproveitar das ervas, em suas diversas modalidades de preparo.
Entretanto, para saber se esse recurso funciona, você terá de experimentar primeiro, antes de sugerir aos outros o uso desses remédios da natureza. Não se esqueçam da oração, da fé e da mentalização de forças positivas durante o preparo e o uso. Assim meus filhos adicionarão elementos mentais nobres ao composto feito sob a influência dos elementais.
Encerrando o assunto nesse dia, Pai João despediu-se dos trabalhadores, deixando-lhes a incumbência de pôr ou não em prática os ensinamentos ali ventilados. Havia muito que ponderar a respeito.
Extraído do livro "Corpo Fechado'', de Robson Pinheiro