É verdade… Sabe, a dor, quando profunda, não desaparece facilmente. Ela se instala em camadas silenciosas da alma, e passa a moldar a forma como a pessoa enxerga o mundo. Uma constatação sensível sobre os efeitos invisíveis, do sofrimento emocional.
Quando alguém atravessa experiências intensas, de dor… cria-se, de forma inconsciente, uma espécie de mecanismo de defesa. A felicidade, que antes era desejada, passa a ser vista com desconfiança. Isso acontece porque o sofrimento ensina, de maneira dura, que tudo o que é bom pode terminar de forma abrupta. Assim, a pessoa não teme a felicidade em si, mas o risco de perdê-la novamente.
Esse medo faz com que muitos se protejam afastando-se daquilo que poderia fazê-los bem. Passam a esperar que algo dê errado, mesmo quando tudo está indo bem. Não é falta de vontade de ser feliz, é o trauma, silencioso e persistente, que ensina a temer o que antes se sonhava.
Porém, compreender esse medo é o primeiro passo para libertar-se dele. A felicidade não deixa de existir por causa da dor. Ela apenas exige coragem para confiar de novo, mesmo com as cicatrizes ainda abertas. Reaprender a ser feliz é, muitas vezes, mais desafiador do que suportar a própria dor, mas é também um ato profundo de reconstrução, ressignificação e fé no amanhã.
Superar esse temor exige tempo, segurança emocional e, sobretudo, confiança no presente. A felicidade não é ausência de dor, mas a capacidade de acolher o que é bom, sem deixar que o passado determine cada passo do futuro.