A frase “o excesso é uma carência” carrega uma força reflexiva muito grande. Ela sugere que aquilo que fazemos “demais”: amar demais, falar demais, controlar demais, trabalhar demais, se doar demais, gastar demais, comer demais, etc, pode, na verdade, esconder um vazio não olhado, uma necessidade interna não reconhecida. Já a pergunta “o que eu não estou querendo ver e entender?” fala de uma resistência inconsciente, um não querer encarar uma verdade que, no fundo, já está ali, pedindo para ser sentida, observada e se fazer uma análise profunda sobre isso. Quais são seus excessos? Pense sobre isso, para que você não mergulhe ou não venha mergulhar, na total cegueira emocional. A palavra de ordem requer liberdade e principalmente equilíbrio. E todo excesso, vai na contramão disso.
Vivemos em uma sociedade que costuma valorizar o “mais”: mais amor, mais dedicação, mais sucesso. Mas, muitas vezes, o excesso não é abundância, é falta. Quando algo transborda de forma desordenada, talvez seja porque há um buraco interno tentando ser preenchido. Surge, então, a pergunta: o que não queremos ver é, no fundo, aquilo que precisamos compreender? Sim.
O excesso pode se manifestar de várias formas, na necessidade de agradar, na busca constante por validação, na urgência em controlar tudo ao redor. Essas atitudes, embora pareçam força, revelam uma carência mais profunda: o medo de não ser suficiente, de não ser amado, de perder o controle. Nesse sentido, o excesso funciona como um disfarce emocional.
Evitar enxergar essa carência é uma forma de autoproteção e cegueira emocional. Muitas vezes, não queremos olhar para a dor, então a transformamos em ação. Quanto mais evitamos sentir, mais agimos, e mais nos afastamos de nós mesmos. A verdadeira transformação começa quando paramos de agir no automático e nos permitimos entender o que dói e principalmente integrar essa dor. Sentir não é fugir. A dor não vem para destruir, vem para mostrar uma necessidade não atendida, um limite ultrapassado, um controle que está desequilibrado, uma parte de você que está pedindo atenção. Pergunte a si mesmo: “O que essa dor quer me contar?”
Talvez seja: “preciso de descanso”, “preciso de amor-próprio”, “preciso me soltar do controle”, “preciso de disciplina”, “preciso de planejamento”, “preciso de ajuda”.
A dor é um mensageiro, não um castigo.
O excesso, portanto, não é apenas um comportamento, é um sinal. Quando olhamos para ele com honestidade, descobrimos a falta que tenta ser escondida. E compreender essa falta é o primeiro passo para preencher com presença, e não com compulsão. Às vezes, entender dói. Mas não entender, aprisiona.
E você merece sair dessa situação. Liberte-se!
Integrar é permitir que a dor exista, mas não seja mais a única voz dentro de você.
A dor pode se transformar em sabedoria, força ou delicadeza. Ao aceitá-la, você cria novos sentidos para ela. Você passa a caminhar com ela, não contra ela, e aos poucos, ela deixa de ser ferida aberta e vira cicatriz: marca de quem atravessou e permaneceu viva.
Portanto, aceite atravessar por ela, mas sem permanecer nela… seja como um rio, saiba fluir, apesar de todos os obstáculos. Não deixe seus pensamentos te afetarem. Siga em frente!
Paz a todos! Bjs no coração!💓