O FUTURO A DEUS PERTENCE.
Escutei essa frase muitas vezes em minha infância.
A vida traz tantas surpresas, tantos mistérios que a gente nunca sabe como vai encontrar uma pessoa amanhã ou depois.
Quem hoje ocupa determinada posição social seis meses ou um ano mais tarde pode estar em outra situação, totalmente diferente.
E a beleza da vida está justamente nisso: nas incertezas que o tempo nos reserva.
Você já imaginou como a vida seria aborrecida se apenas a lógica prevalecesse? O filho do pobre seria sempre pobre, e o do rico, sempre rico porque frequenta as melhores escolas, tem os melhores professores e todo o tempo do mundo para estudar. A empresa com nome e capital seria a líder do mercado... Os times com o melhor elenco sempre ganhariam o campeonato... O executivo de educação refinada seria sempre bem-sucedido na carreira e teria as melhores oportunidades...
A delícia da vida é o seu mistério, que apronta uma surpresa à lógica todos os dias, que destrói as previsões dos analistas mais competentes, que faz com que aquele aluno desprezado pelos professores se torne um Einstein, que transforma uma pequena empresa, prestes a fechar depois de alguns anos de existência, na gigante do seu setor. Que faz com que um time sem grandes nomes se supere e ganhe o título. Talvez você esteja se perguntando: "Mas então não dá pra fazer nada? Não podemos mudar o futuro? Temos que nos conformar com o que virá?"
Claro que NÃO! Apesar das incertezas, dos desígnios de Deus, podemos administrar o futuro para que ele nos traga conforto e alegria. Com maneiras novas, coerentes com este mundo em que vivemos, que está em permanente evolução. Com soluções alavancadas por atitudes que tomamos no presente, que usam o passado apenas como referência para que erros antigos não se repitam.
Dois pescadores fretaram um avião para levá-los a um rio no meio de uma floresta. Algum tempo depois, o piloto voltou para buscá-los. Olhando o resultado da pesca, observou: "Este avião não aguenta mais que dois pirarucus. Vocês vão ter que deixar os outros dois aqui".
"Mas o piloto do ano passado aceitou levar os quatro!", reclamaram.
O piloto, sem graça, concordou então em levar os quatro peixes gigantescos.
Logo depois de decolar, entretanto, o avião não pôde ganhar altura e se espatifou no solo.
Os pescadores, muito machucados, conseguiram descer e olharam ao redor. Um perguntou para o outro:
"Onde será que nós estamos?"
"No mesmo lugar onde caímos no ano passado."
Admiro muito a fé e a determinação de um lavrador nordestino que, sem saber se vai chover, planta para poder colher o sustento de sua família. Contudo, admiro, especialmente, os plantadores de uva de Petrolina (Pernambuco) e de Juazeiro (Bahia), que criaram um sistema de irrigação artificial que traz as águas do rio São Francisco para suas fazendas.
Para eles, chover pode até representar um problema porque altera a quantidade de água de que a planta vai precisar. Eles preferem que não chova para assim determinar o volume exato de água que as uvas receberão. O futuro deles já não é definido pela presença ou ausência da chuva.
O futuro vai sendo construído a cada decisão que você toma na vida. Todos os dias estamos dizendo sim ou não às oportunidades da vida, às situações que se apresentam. E a qualidade do "sim" e do "não" que você diz hoje que definirá como será sua vida amanhã.
Algumas pessoas estão sendo capazes de construir um amanhã em que sucesso e felicidade estarão integrados como uma força única.
São aqueles que conseguem integrar competitividade com humanismo. Esses são os donos do futuro.
Roberto Shinyashiki - extraído do livro ''Os Donos do Futuro"