O Setembro Amarelo é um movimento de conscientização sobre a prevenção do suicídio e o cuidado com a saúde mental. Em uma sociedade marcada pela pressa, pelo excesso de cobranças e pela solidão silenciosa, muitas pessoas sofrem em silêncio, acreditando que sua dor não tem importância ou que não será compreendida. Nesse contexto, torna-se essencial refletir sobre a força das palavras e sobre como podemos, por meio delas, oferecer apoio e esperança.
Diante de alguém que sofre, não é necessário encontrar frases complexas ou soluções imediatas. O que realmente importa é a escuta atenta e a presença genuína. Palavras simples como “estou aqui para você”, “o que você sente é válido” ou “você não está sozinho(a)” podem ter um impacto profundo, pois transmitem acolhimento e humanidade. O diálogo sincero, livre de julgamentos, ajuda a romper o isolamento e a abrir caminhos para que a pessoa busque ajuda profissional.
Além disso, falar sobre o sofrimento contribui para quebrar o estigma que ainda cerca os transtornos emocionais. Quando validamos a dor do outro, mostramos que sua vida tem valor e que pedir apoio não é sinal de fraqueza, mas de coragem. Nesse sentido, cada gesto de empatia se transforma em uma ponte para a esperança, lembrando que ninguém precisa enfrentar a escuridão sozinho.
Portanto, o Setembro Amarelo não deve ser visto apenas como uma campanha pontual, mas como um convite permanente ao cuidado coletivo. A palavra que acolhe pode salvar vidas, e cabe a cada um de nós assumir o compromisso de olhar para o próximo com mais sensibilidade, lembrando sempre de que falar é a melhor solução.
Os pensamentos suicidas são mais comuns do que muita gente imagina. Muitas pessoas, em diferentes momentos de vida, têm pensamentos sobre a própria morte; a diferença está no nível de risco e no que se faz a partir daí.
Alguns pontos importantes e comprovados:
Ter pensamentos suicidas não é sinal de fraqueza, frequentemente estão ligados a sofrimento intenso, transtornos mentais tratáveis (como depressão) ou a situações de crise. Buscar ajuda pode reduzir muito o risco.
A maioria das pessoas que tem ideação suicida, se começar um tratamento ou intervenções como: (apoio, terapia, medicação quando indicada) são eficazes para prevenir tentativas. Toda ideação merece atenção.
No Brasil, existe apoio confidencial e gratuito pelo CVV, telefone 188 (24h), chat e e-mail; é uma opção imediata para quando a pessoa precisa conversar com alguém que escuta sem julgar.
Se você (ou alguém próximo), está tendo esses pensamentos, aqui estão passos práticos que podem ajudar agora:
Se estiver em risco imediato, procure emergência (SAMU/UPA/Pronto Socorro) ou ligue para 188 (CVV) agora. Se puder, peça para alguém de confiança ficar com você.
Fale com alguém: um amigo, familiar ou profissional. Dizer o que está sentindo alivia a pressão e abre a possibilidade de apoio.
Remova meios letais do alcance (remédios, objetos perigosos, armas) ou peça para alguém fazê-lo por você.
No caso de dor emocional, ligue para (amigos, família, CVV 188);
Crie estratégias de distração (andar, tomar banho, escrever, ouvir música);
Tenha um ambiente seguro para ir (casa de um amigo, emergência).
Procure um profissional de saúde mental (psicólogo/psiquiatra), esse sofrimento tem tratamento.
Você não está sozinho(a). Estou aqui para te ajudar, com calma, sem julgamento. Se precisar de mim, me chame no e-mail. Será um prazer conversar com você, te conhecer e te ajudar. 💛 Jamais se sinta sozinho(a)!
Porque você não está sozinho(a)! 🫶🏻
Minhas Considerações finais para todos:
Em momentos de angústia, as palavras podem ser ponte ou muro: podem aproximar, acolher e salvar, ou afastar e invalidar. Diante de alguém que sofre, o papel da fala não é consertar imediatamente o problema, tarefa muitas vezes impossível, mas oferecer presença, validação e caminhos de apoio. Saber o que dizer, portanto, é aprender a ouvir com gentileza e a responder com empatia, transformando o diálogo em um instrumento de cuidado e esperança.
Primeiramente, é essencial reconhecer a dor do outro. Frases que confirmem a existência do sofrimento como: “eu estou ao seu lado” ou “o que você sente é real e importa” ou “o que posso fazer para você se sentir melhor?” têm poder terapêutico porque rompem o isolamento. Minimizar a experiência com expressões como “isso vai passar” ou “tem gente pior”, reforça a solidão e desvaloriza o que a pessoa vive ou sente, por isso, a escuta atenta, sem interrupções ou julgamentos, deve ser o ponto de partida. A validação emocional cria clima de confiança e abre espaço para que a pessoa compartilhe sem medo de ser censurada.
Em segundo lugar, oferecer ajuda concreta e não apenas palavras gerais é crucial. Propor ações específicas;“quer que eu fique com você agora?”; “posso te ajudar a marcar uma consulta?”; “posso ligar para o CVV com você?”, é mais efetivo do que dizer apenas “me avise se precisar”. A disponibilização ativa, reduz a barreira do pedido de ajuda e demonstra compromisso real. Além disso, orientar com delicadeza sobre busca de suporte profissional, explicando que terapia e, quando necessário, tratamento médico são caminhos legítimos de cuidado, contribui para desestigmatizar o auxílio especializado.
Por fim, falar com quem sofre deve incluir um reforço de esperança sem negar a complexidade do sofrimento. Mensagens como “você importa” e “sua vida tem valor” não são simplistas quando acompanhadas de atitudes e de acompanhamento contínuo. O combate ao estigma, a manutenção do contato e a oferta de companhia em momentos críticos transformam declarações em elementos práticos de proteção. A comunicação cuidadosa precisa também respeitar limites: se a pessoa recusa ajuda naquele momento, manter a porta aberta e reiterar disponibilidade é uma forma de amor paciente.
Portanto, dizer algo a quem está sofrendo não exige sabedoria retórica, mas sensibilidade ética: ouvir sem julgar, validar sem diminuir, oferecer ajuda concreta e encaminhar para suporte profissional quando necessário. Em uma sociedade que ainda pune a fragilidade, cultivar uma fala acolhedora é um ato de coragem e solidariedade, e pode, muitas vezes, fazer a diferença e salvar uma vida! 🎗️🫶🏻😘