Bom dia meus amores, eu adoro essa frase da Clarice Lispector… e ela é mais complexa do que se pensa! Às vezes, queremos arrancar algo de dentro de nós, e aquilo pode ser vital para a nossa sobrevivência.
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”
O que ela queria dizer com isso é que:
Nossos “defeitos” também fazem parte de quem somos. Muitas vezes queremos eliminar aquilo que julgamos ser uma falha, insegurança, sensibilidade, timidez, teimosia, medo. Mas essas características podem estar ligadas a qualidades que sustentam nossa identidade.
Os defeitos podem ser sustentação oculta. Por exemplo: a sensibilidade que causa sofrimento também pode ser a base da empatia; a teimosia pode estar conectada à perseverança e determinação.
Transformar é diferente de eliminar. A frase sugere cautela: em vez de tentar “arrancar” algo de dentro de nós, talvez seja melhor compreender, acolher e integrar esses aspectos, encontrando um equilíbrio.
No fundo, Clarice está apontando para a complexidade do ser humano: até aquilo que parece negativo pode estar ligado ao que temos de mais vital.
O que você chama de defeito pode ser apenas uma face de algo precioso. A timidez, por exemplo, pode esconder delicadeza; a ansiedade pode revelar uma mente criativa e cautelosa. Acolher é mais poderoso do que eliminar. Autoestima não é se tornar perfeita, mas aprender a ser inteira. Quando você tenta arrancar algo de si, pode acabar cortando também a raiz de uma qualidade importante. Já quando olha com compaixão, consegue transformar o que pesa em algo que nutre.
Autocompaixão é se permitir ser paradoxal. Você pode ser forte e frágil, confiante e insegura, firme e sensível, tudo ao mesmo tempo. Amor-próprio é integração.