Filme: The In Between, na Netflix chama-se: Ainda Estou Aqui, de 2022, com Kyle Allen (Skylar) e Joye King (como Tessa).
Olá meus amores, bom dia! Ontem, a minha companhia da noite, foram os filmes, e assisti dois de estremecer o coração! Senta que lá vem história… É um filme para adolescentes? Pode até ser, mas de bobo esse filme não tem nada, se você tiver um olhar mais gentil e paciente com ele. Ele é mais interessante e profundo do que eu supunha, e que filme lindo, ai ai… teve algumas cenas que me comoveram profundamente.
Se quiser, não leia mais… spoiler! Vai lá assistir o filme e depois volte aqui. 😘
O filme é baseado num livro de Marc Klein (The In Between), e a história é dividida em duas partes, o antes e depois de um acidente quando Skylar (Kyle Allen) morre e Tessa (Joey King) precisa lidar com o luto antes de ir para a faculdade. Os protagonistas vivem um romance de verão literalmente, já que Skylar mora em outra cidade, mas promete voltar para ver Tessa novamente.
Tessa e Skylar, se encontram pela primeira vez num cinema, onde ela percebe que o filme não tem legenda e é francês. Skylar percebendo isso, gentilmente senta ao lado dela e traduz o filme até o fim. Bom, nesse instante dá para perceber muitas características em Skylar: gentileza, empatia, extroversão e nenhum problema em interagir com estranhos. E Tessa nessa situação toda? Fica se sentindo constrangida e envergonhada, é claro! Nesse ponto, ela é bem diferente dele, mais reservada e na dela. Mas assistindo o filme, você começa a perceber que eles se completam justamente nisso. Ele faz ela se abrir mais para a vida, e ela apresenta para ele o seu mundo de sofrimento, isolamento e o seu amor pela fotografia. Eles se conectam perfeitamente nesses aspectos únicos, de troca mútua e um vai aprendendo com o outro.
É um filme triste ao meu ver, porque você perde quem mais ama, vindo à tona, traumas do passado, sonhos e projetos precocemente interrompidos… mas, com bons diálogos entre os personagens. E quando Tessa está apresentando o seu trabalho de fotografia, quase no final do filme, é muito interessante as suas falas, amei! 🥰 E percebam, as fotos ganharam cores. Eu poderia finalizar por aqui, mas como gosto de escrever, vou continuar!
O encontro de Tessa e Skylar não é apenas sobre dois jovens apaixonados. É o retrato de algo que todos nós já sentimos: o amor. É a surpresa de ser visto, compreendido e traduzido por alguém.
Skylar é o espelho que mostra a Tessa que há beleza mesmo nas adversidades da vida, e que às vezes, o coração precisa de um outro para acreditar em si mesmo. Mas o medo também mora ali. Medo de confiar, medo de perder, medo de amar, de se abrir, de dizer: eu te amo, e depois não suportar a ausência. É assim que muitos de nós vivemos o amor: com um pé na entrega e o outro na fuga.
O “In Between”, esse espaço entre o aqui e o além, não é só sobre fantasmas ou sinais do além. É sobre a alma que ainda não está pronta para soltar o que foi. Não aceitou a morte, e não se permite sofrer. É sobre conversar com quem partiu dentro do silêncio, é sobre segurar uma mão invisível porque a memória ainda pulsa dentro dela. E então, pouco a pouco, Tessa descobre que o amor não termina. Ele se transforma. Deixa de ser presença física, para virar lembrança, memória, inspiração e fotografia.
No fim, amar é aceitar o risco da perda, e que a perda, quando atravessada, pode florescer em força e esperança. Porque o amor que um dia tocou verdadeiramente, nunca morre dentro de nós.
Esse é o momento em que o luto deixa de ser paralisante, para se tornar fonte de crescimento emocional. Do ponto de vista psicológico, Tessa alcança a autonomia emocional: ela já não precisa que Skylar esteja fisicamente ou presente, para sentir amor, porque aprendeu a carregar esse vínculo dentro de si. Amar não significa nunca perder. Significa internalizar o vínculo, transformar dor em memória viva, e seguir adiante com mais inteireza.
Um abençoado domingo a todos! ❤️