Olá meus amores, tudo bem com vocês? Boa tarde!
Vem comigo que hoje o papo vai ser bem polêmico, e quando o assunto é sobre drogas ilícitas, eu não vou passar a mão na cabeça de ninguém, sou contra e não defendo a sua legalização. Acho que a legalização seria um retrocesso em se tratando de saúde pública e saúde mental.
Muitos profissionais da área de saúde não falam sobre isso, mas hoje, eu resolvi falar.
A relação entre o uso de drogas e surtos psicóticos é real, mas muitas vezes subestimada ou minimizada por diversos motivos. Aqui estão algumas razões pelas quais esse tema não é tão abordado:
Romantização do uso de drogas.
Muitas drogas, como maconha, LSD, MDMA e cogumelos, são frequentemente associadas a experiências positivas, como expansão da consciência, criatividade ou socialização. Isso leva algumas pessoas a ignorarem ou minimizarem os seus riscos, inclusive os seus efeitos adversos psiquiátricos, como ansiedade extrema, paranoia e surtos psicóticos.
Há uma desinformação ou uma informação incompleta sobre as drogas.
A educação sobre drogas, especialmente em ambientes escolares, muitas vezes é baseada em campanhas de medo (drogas matam), ou simplesmente carece de profundidade. Isso gera desconfiança e falta de conhecimento real sobre os efeitos neurológicos e psicológicos que elas podem provocar, especialmente em pessoas predispostas.
Existe uma crescente indústria legal de cannabis, por exemplo, e muitas vezes há um esforço para promover seus benefícios sem falar dos riscos, como episódios psicóticos em usuários vulneráveis. Em contracultura ou em certos meios artísticos, por exemplo, o uso de drogas é visto como um rito de passagem ou símbolo de liberdade, o que pode dificultar conversas mais realistas sobre os riscos.
Falar que uma droga pode levar a um surto psicótico toca em um assunto sensível: doença mental. Existe um estigma pesado associado à psicose e à esquizofrenia, e muitas pessoas evitam esse tema por medo ou por acharem que isso "demoniza" os usuários de drogas, mas isso é muito real.
Nem todo mundo que usa drogas terá um surto psicótico. Isso depende de vários fatores, como: predisposição genética, histórico familiar de transtornos mentais, idade de início do uso (o cérebro adolescente é mais vulnerável), tipo de droga, dose e frequência da droga. Esse fator de risco variável torna o tema difícil de abordar de forma simples, e as pessoas acabam preferindo simplificá-lo ou evitá-lo.
Exemplos clínicos reais: Maconha com alto teor de THC pode desencadear surtos psicóticos em adolescentes ou adultos jovens predispostos. As drogas alucinógenas como LSD ou cogumelos podem precipitar episódios de psicose duradouros em algumas pessoas, mesmo com um único uso. E estimulantes como cocaína e anfetaminas podem causar psicoses tóxicas, com delírios e alucinações.
Mas vamos entender, porque algumas pessoas procuram as drogas?
Esses são os motivos que levam algumas pessoas a experimentar ou usar drogas, mas vale lembrar que normalmente são temporários e podem vir seguidos de consequências negativas. As pessoas nem sabem, mas muitos querem amenizar um conflito interno, uma dor, ou algo que está lá no seu inconsciente e a pessoa não consegue lidar com aquilo. No começo, tudo são “flores”…. Sensação de prazer ou euforia: ativação intensa do sistema de recompensa no cérebro. Alívio momentâneo de estresse, ansiedade ou tristeza: efeito anestésico ou relaxante. Aumento de energia e confiança: em drogas estimulantes (como cocaína ou anfetaminas). Alteração da percepção: experiências sensoriais diferentes, sentidas como “criativas” ou “profundas” por alguns. Integração social: sensação de “pertencer” a um grupo que também usa.
Os riscos reais e de longo prazo:
Físicos: Danos cerebrais: redução da memória, atenção e capacidade de raciocínio. Doenças cardíacas e respiratórias: dependendo da droga e da forma de consumo. Lesões no fígado e rins: sobrecarga dos órgãos. Maior risco de overdose: que pode levar à morte. Problemas no sono, perda de apetite e imunidade baixa.
Psicológicos: Dependência química: dificuldade ou incapacidade de parar, mesmo com consequências negativas. Transtornos mentais: ansiedade, depressão, psicose ou crises de pânico. Alterações de humor: irritabilidade, agressividade ou apatia. Distorção da realidade: alucinações e delírios.
Sociais e legais: Conflitos familiares e sociais: brigas, afastamento e perda de vínculos. Problemas no trabalho ou estudos: queda no desempenho e demissões. Endividamento: gasto excessivo com a compra. Envolvimento com atividades ilegais: risco de prisão ou violência.
Um estudo de 2019 indicou que cerca de 34 % dos casos de psicose induzida por cannabis evoluem para esquizofrenia. A suscetibilidade é potencializada por variantes genéticas.
A romantização vem do filtro seletivo onde mostram o “brilho” do uso e escondem a sombra. É como vender um ingresso para uma festa sem avisar que a porta de saída leva para um labirinto perigoso. Alguns filmes, músicas, séries e livros, muitas vezes, retratam o uso como algo “cool”, rebelde ou ligado à criatividade e liberdade. Também alguns ídolos ou figuras públicas podem aparecer usando, passando a impressão de que é algo comum ou “sem consequências”. A busca por pertencimento pode iniciar o uso das drogas. Em certos grupos, usar drogas é visto como prova de coragem, maturidade ou integração. E a pressão social e o medo de exclusão podem fazer a pessoa associar drogas a conexão e aceitação. O meu conselho é conversem, conversem muito com os filhos dentro de casa, principalmente quando são crianças e adolescentes, explique tudo. E aqui não quero e nem pretendo julgar ninguém. É só um bate papo informativo. Talvez, essa romantização das drogas fique cada vez mais escancarada pelo marketing e a mídia. Então, a única coisa que temos é o discernimento.
Amores, o meu recado foi dado, acredito eu, que as drogas trazem muito mais consequências para a saúde do que se supõem.
Quem começa quer usufruir da droga por lazer, mas quando percebe, já se viciou. E com o tempo de uso, quer experimentar outras drogas mais fortes. Então, o melhor é nem pensar em experimentar. O “lado positivo” das drogas é muito ilusório, pois costuma ser passageiro, enquanto os riscos são cumulativos e, em muitos casos, irreversíveis. Elas mexem diretamente no sistema nervoso, criando um ciclo de prazer artificial que, a médio e longo prazo, cobra um preço alto na saúde física, mental, emocional e na vida social. Vou ficando por aqui. E se quiserem conversar mais a fundo sobre isso, pode me chamar lá no e-mail, hoje foi apenas um bate-papo rápido.
Um ótimo dia a todos! Bjs no coração!