Concluo com um pequeno detalhe que falta compreender que nada nos falta. Entender que felicidade não é algo que chega, que vem, que aparece. Não é uma recompensa, não é uma meta de vida. Felicidade está sempre aqui, nasceu no mesmo dia e hora que você, habita teu corpo desde o teu primeiro momento neste mundo, bem como o amor. Mas não espere que ela grite, cause cena e faça constante barulho de euforia, porque a felicidade, bem como o amor, é faísca – e faísca não faz barulho.
❝Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana.❞ (Jung) ❝Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas.❞ (Goethe) Aqui você encontrará textos de Psicologia, Autoconhecimento, Reflexões, Poesias, Espiritualidade, Músicas, Filmes, Livros e muito mais... Seja bem-vindo(a)! ♥
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sexta-feira, 31 de julho de 2020
''Mais importante do que a chegada é a caminhada, e não há caminho sem metamorfose: ela é a ponte que torna possível a nossa travessia até os novos continentes a serem descobertos dentro de nós.'' Kamila Behling
quinta-feira, 30 de julho de 2020
Resta essa faculdade incoercível de sonhar de transfigurar a realidade...
quarta-feira, 29 de julho de 2020
Recomeços são presentes que a vida nos dá...
segunda-feira, 27 de julho de 2020
“Não é o escuro que mete medo. Somos nós que enchemos o escuro com os nossos medos.” Mia Couto
domingo, 26 de julho de 2020
"O tempo me pediu calma. E como forma de respeito, Eu o escutei." Bibiana Benites
As melhores pessoas são as que estão ao nosso lado.
As melhores coisas são as que temos.
E o bem mais importante da nossa vida, é estarmos vivos.
Todas as outras coisas que desejamos, acontecerão no tempo certo.
Regiana Amorim
sábado, 25 de julho de 2020
''Não perca tempo demais pensando no futuro, não viva do ontem, esteja aqui e agora de corpo e alma, bendiga esse instante, agradeça.''
quinta-feira, 23 de julho de 2020
Usar máscara é um ato de empatia e respeito por si mesmo e pelos outros... Faça a sua parte!
Ninguém estava preparado para a pandemia que tomou conta do mundo, no início deste ano. Todos nós estávamos vivendo como de costume, planejando viagens, vendo nossos familiares e amigos sempre que possível e mantendo a preocupação com nossa saúde em um nível “normal”.
No entanto, rapidamente, o vírus começou a se espalhar e, com a gravidade da situação, fomos obrigados a rever o nosso planejamento, adiar compromissos importantes e mudar a nossa forma de nos relacionar com nós mesmos e com as pessoas ao nosso redor para proteger nossa saúde.
Agora a comunicação com as pessoas acontece a distância, o toque é praticamente uma proibição e todas as nossas palavras são ditas através de um pano que, apesar de não nos trazer alegria, ajuda a preservar a nossa saúde e a daqueles que amamos.
Infelizmente, muitos não entendem a gravidade da realidade atual, mesmo depois de mais de 13 milhões de pessoas serem infectadas e mais de meio milhão terem perdido suas vidas.
Elas acreditam que esse vírus não merece tanta atenção e prevenção, por isso abrem mão de um item simples, mas tão eficaz, neste momento: a máscara. Para essas pessoas, usar máscara diária e corretamente é sinal de medo ou fraqueza, elas não conseguem enxergar sua importância para todos nós.
O coronavírus é algo novo para o mundo, os cientistas estão trabalhando com muita dedicação para fazer novas descobertas sobre ele e encontrar uma forma eficiente de imunizar a população.
Todos os dias, milhares de profissionais dos mais diversos segmentos precisam deixar suas casas e se expor para conseguir sustentar a si mesmo e suas famílias, no meio de toda a crise gerada por conta do vírus.
Ainda assim existem pessoas que deixam a consciência e a humanidade de lado e se recusam a proteger a si mesmas e os outros de algo que já provou ser muito sério, como podemos acompanhar em noticiários do mundo inteiro.
Por conta disso, ainda é preciso conscientizar sobre o óbvio e salientá-lo, reforçando que as máscaras são fundamentais para a saúde e não representam medo, mas sim respeito próprio e pelo outro.
Pela ignorância de alguns, muitos podem sofrer. Portanto, nesta hora tão complicada, seja uma pessoa sábia e consciente, use a sua máscara!
Ao fazer isso, você não beneficia apenas a si, mas sua família e todos os que cruzam o seu caminho diariamente, além de contribuir para toda essa situação terminar logo.
As máscaras não são um símbolo de fraqueza, mas uma representação da união e do respeito que nos guiarão ao fim da pandemia. Pense nisso!
quarta-feira, 22 de julho de 2020
Sonhar, viver e todo dia agradecer! Bom dia, bom dia, bom dia! ♥
terça-feira, 21 de julho de 2020
PONTOS MORTOS QUE EXISTEM DENTRO DE NÓS... Belíssima palestra!
''Tudo está certo como está.'' Osho
segunda-feira, 20 de julho de 2020
Aos amigos de longe, aos amigos de perto, sempre em nossos corações... Feliz Dia do Amigo! ♥
sábado, 18 de julho de 2020
Tem mais verdade na poesia, do que no jornal que se lê todo dia...♥ Um lindo fim de semana!
sexta-feira, 17 de julho de 2020
''Se alguém me chama "egoísta", o que está a dizer-me? Está a dizer-me "não penses em ti, pensa em mim." Quem é o egoísta? (Jorge Bucay)
Está a dizer-me "não penses em ti, pensa em mim."
Quem é o egoísta?
Desde há três ou quatro mil anos que o Talmude diz:
Se eu não pensar em mim, quem o fará?
E se eu só pensar em mim, quem serei eu?
E se não for agora, quando?
Uma, a que, quando tem frio oferece toda a sua roupa de agasalho.
Outra, a que, quando sente frio, veste a sua roupa de agasalho.
E uma terceira que, quando sente frio, acende uma fogueira para se aquecer a si mesma e a todos os que queiram desfrutar do calor.
A primeira pessoa é suicida: irá morrer de frio.
A segunda é miserável: irá morrer sozinha.
A terceira é um ser humano normal, adulto e egoísta (acende a fogueira porque ele tem frio).
Eu quero ser aquele que acende milhares de fogueiras e, mais ainda, quero ser o que ensina milhares de seres humanos a acender fogueiras.''
quinta-feira, 16 de julho de 2020
''Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.'' Fernando Pessoa
terça-feira, 14 de julho de 2020
Nós estamos de passagem - Raul Teixeira... Cuidado com os ''apEgos'' nessa vida...
sábado, 11 de julho de 2020
Nova edição da obra completa de Anne Frank reúne cartas, imagens e contos inéditos... Um diário que tornou-se símbolo de esperança e resiliência...
Versões de "O Diário de Anne Frank"
Existem quatro versões do diário. A primeira delas, chamada de a versão "A", é o manuscrito original, sem cortes. A segunda, ou "B", é a versão revisada pela própria Anne, quando ouviu no rádio, em 29 de março de 1944, que Gerrit Bolkestein, um membro do governo holandês no exílio, pretendia transformar cartas, diários e afins em documentos históricos assim que a Segunda Guerra acabasse, a jovem decidiu reescrever seu diário, usando nomes falsos - a família Frank se tornaria os Robin - e adotando o gênero epistolar.
"Imagine como seria interessante se eu publicasse um romance sobre o Anexo Secreto. Só o título faria as pessoas acharem que é uma história de detetives", escreveu, radiante, naquele mesmo dia.
A terceira, ou "C", é a versão editada por seu pai, Otto Frank, em 1947. Nela, omitiu detalhes considerados desnecessários, como as reflexões de Anne sobre sexualidade - e suas explosões de raiva contra a mãe, Edith.
A quarta e última, a "D", é a versão revista, ampliada e organizada pela escritora e tradutora alemã Mirjam Pressler. Lançada em 1995, a "edição definitiva", de mais de 700 páginas, resgata os trechos suprimidos pelo pai em 1947.
Jovens mortos permanecem sempre jovens, e é assim também com Anne Frank. Ela será sempre a menina de 15 anos que estava procurando em seu diário um substituto para um amigo ou interlocutor. E ela tinha um grande desejo: viver como uma escritora.
"Depois da guerra, eu gostaria de publicar um livro com o título 'O anexo secreto'", escreveu Anne no seu diário em 11 de maio de 1944. Menos de três meses depois, ela foi deportada juntamente com as outras sete pessoas que estavam no esconderijo.
Anne Frank morreu em fevereiro de 1945 no campo de concentração de Bergen-Belsen, provavelmente devido a tifo, exaustão e desnutrição.
Dois anos após o fim da guerra, em 25 de junho de 1947, foi publicado o livro O diário de Anne Frank (em holandês, Het Achterhuis ou O anexo secreto, como Anne queria). A primeira impressão, de 1.500 livros, se esgotou rapidamente.
Nesse meio tempo, O diário de Anne Frank tornou-se parte indispensável da leitura escolar na Alemanha e de escolas de várias partes do mundo. A conhecida edição de bolso da editora Fischer Verlag pode ser encontrada em muitos lares alemães.
Mirjam Pressler, grande tradutora e autora que morreu em janeiro de 2019, trabalhou juntamente com Otto Frank nesta versão sem omitir, como fez anteriormente o pai de Anne Frank em sua primeira versão por motivos de discrição, detalhes como referências da filha sobre a mãe e pensamentos dela sobre sua própria sexualidade.
Este texto completo, histórico-crítico, foi publicado primeiramente em 1986 em língua holandesa e, em 1986, na língua alemã. O diário de Anne Frank se tornou um clássico mundial após uma adaptação cinematográfica de Hollywood na década de 1950, seguida de filmes e peças de teatro em várias línguas.
Atualmente, os registros de Anne Frank sobre sua vida confinada no esconderijo estão novamente no topo da lista dos livros independentes mais vendidos, que inclui publicações de 160 editoras independentes na Alemanha.
"Eu nem sabia que a minha pequena Anne era tão profunda", disse Otto Frank anos após a morte da filha. Seus registros diários cobrem 779 dias de vida, dos quais 753 dias confinados atrás de um armário de arquivo no prédio do escritório do seu pai.
Como amiga da família e pesquisadora sobre Anne Frank em Seattle, Nussbaum, que conheceu Anne e sua irmã Margot pessoalmente, esperou 25 anos por essa edição. "O diário que todos conhecemos é uma amálgama, uma mistura do diário espontâneo e de retoques posteriores feitos pela Anne", conta Nussbaum, que trabalhou 25 anos no projeto de reedição da obra.
"Essa é a grande questão: alguma vez serei capaz de escrever algo grande, serei jornalista e escritora? Espero que sim. Eu espero muito que sim!" O desejo de Anne Frank, que ela confiou ao seu diário no dia 5 de abril de 1944, tornou-se realidade.
Boa leitura!
“Como é maravilhoso que ninguém precise esperar um minuto sequer antes de começar a melhorar o mundo”. Anne Frank
“Então, não penso em toda miséria, mas sim em toda beleza que ainda existe. É aí que mora a grande diferença entre a mamãe e eu. O conselho que ela dá para a melancolia é : ''Pense em toda a miséria que há no mundo e se dê por satisfeita de não ser com você. Já o meu conselho é:''Vá para fora, para os campos, para a natureza e para o sol. Vá para fora e tente reencontrar a felicidade em si próprio; pense em tudo que há de belo dentro de si mesmo e à sua volta e seja feliz.''
sexta-feira, 10 de julho de 2020
“Aquilo a que você resiste, persiste” Jung
Essa é uma conhecida frase de Carl Gustav Jung que circula bastante pelas redes sociais. Mas o que ela quer dizer exatamente? Acredito que a melhor maneira de entendermos o seu significado é através do Mito de Édipo, um dos mais famosos da antiga Grécia.
Édipo, que não sabia ter sido criado por pais adotivos, consultou o oráculo de Delfos, que lhe previu estar destinado a matar o pai e a casar-se com sua mãe. A fim de evitar a tragédia, ele resolve fugir. Durante a fuga, envolve-se em uma briga na estrada, e sem saber, mata Laio, o seu verdadeiro pai. Mais tarde, em Tebas, Édipo se defronta com a Esfinge que vinha devastando a região, e resolve o enigma que ela propôs, salvando as pessoas dessa terrível ameaça. Como recompensa pela sua astúcia e inteligência, torna-se rei e se casa com a Rainha Jocasta, viúva de Laio e sua verdadeira mãe. Quando descobre a verdade, Édipo lamenta o ocorrido e arranca seus próprios olhos e, por fim, atira-se em uma fenda que se abre na terra, consumando-se assim sua tragédia.
O Mito de Édipo se tornou famoso pela importância que lhe foi atribuída por Freud no séc.XIX e na formulação teórica do complexo que recebe o mesmo nome – o Complexo de Édipo. De acordo com a visão freudiana, o mito mostra o conjunto de desejos amorosos e hostis que uma criança experimenta em relação aos seus pais e que desempenham um papel fundamental na estruturação da personalidade e na orientação do desejo humano. Mas não vou me deter aos detalhes da teoria freudiana, até por que meu objetivo aqui é falar do Mito de Édipo a partir de uma perspectiva diferente.
Do ponto de vista da Psicologia Junguiana, o Mito de Édipo adquire outros contornos. E dele podemos tirar uma importante lição, talvez ainda mais significativa que a freudiana e que nos remete ao nosso racionalismo e materialismo.
No transcorrer da história humana, o homem tem feito tentativas heróicas no sentido de se libertar dos domínios de sua natureza animal. Em função disso, passou a supervalorizar alguns aspectos da vida, como a razão, a consciência e a objetividade, em detrimento de outros, considerados inferiores, como as paixões e as emoções.
Porém, como diria Jung, a vida, assim como a Esfinge, tem seus mistérios. Decifra-los não é apenas tarefa da razão, como bem pretendeu Édipo. Precisamos compreender que não cabe apenas ao intelecto extrair o significado da vida, mas há outros fatores que não se explicam lógica e racionalmente e que compõem o nosso lado mais irracional, instintivo e criativo.
Vivermos nossa vida unicamente centrada nos valores da razão e nas preocupações do nosso ego limita a expressão de toda riqueza e potencial que trazemos dentro de nós. Nos aliena dos significados vivos que brotam da nossa natureza mais inconsciente e nos faz viver uma vida estéril, rígida, unilateral e sem um sentido, ou significado simbólico mais profundo. O destino fatídico de Édipo.
A vida simbólica, a sensibilidade e receptividade ao irracional, intuitivo e imaginativo da vida é necessária para o nosso desenvolvimento e equilíbrio psicológicos. Se Édipo tivesse considerado a profecia do Oráculo simbolicamente em vez de considera-la ao “pé da letra”, e se tivesse olhado pra dentro de si mesmo em vez de mudar sua geografia externa, poderia ter evitado o seu destino cruel, tanto no nível literal quanto no simbólico. Poderia, por exemplo, ter encarado o fato de “matar o pai” como uma advertência para controlar melhor suas ações impulsivas, seu temperamento, seu orgulho e arrogância juvenil diante de tudo e de todos. Poderia ter explorado sua tendência para “casar com a mãe”, como um símbolo de sua necessidade regressiva de buscar superproteção, permanecendo infantil e imaturo. Diante destas horríveis premonições, um Édipo moderno poderia ter procurado ajuda profissional, evitando essas atrocidades.
Às vezes temos a impressão de que a vida nos trapaceia e nos faz passar por papéis ridículos. Mas não é a vida (ou a Esfinge) que nos enganou, mas as nossas próprias ilusões, criadas pelo nosso pensamento, que nos fazem acreditar que a vida é uma sucessão de fatos em ordem crescente de hierarquia que nos levarão um dia à perfeição dos deuses ou à felicidade plena. Porém, como disse Jung, nós não viemos ao mundo para sermos felizes, perfeitos ou bons, mas para ampliarmos nossa consciência.
No entanto, precisamos encarar o fato de que não há despertar de consciência sem dor. O sofrimento é parte fundamental da vida e condição indispensável para o nosso amadurecimento. Sem ele permaneceríamos inconscientes, infantis e dependentes. Se não formos capazes de contemplar o sofrimento e de entender sua finalidade, permaneceremos para sempre fugindo, ou negando, ou assumindo o papel de vítimas, como Édipo fez.
Se pararmos para olhar o caminho trilhado por Édipo, fugindo do seu destino e reencontrando-o novamente para dolorosamente cumpri-lo, veremos que ele acaba por dar uma volta completa num círculo, chegando ao ponto exato de onde partiu. Édipo nos ensina que quanto mais tentamos fugir, quanto mais evitamos de encarar as nossas emoções e as tarefas que precisamos cumprir nesta vida, mais próximos estamos de nos encontrar com elas, e da pior forma. Como nos alertou Jung na sua famosa frase: “tudo aquilo a que você resiste, persiste”.
Fonte: Pensar Contemporâneo
Já dizia Guimarães Rosa : ''Quem elegeu a busca não pode recusar a travessia.''
terça-feira, 7 de julho de 2020
As Personalidades da Nossa Mente Inconsciente...
Jung e os arquétipos configuram um legado excepcional dentro da psicologia analítica. Poucos autores ofereceram uma visão do inconsciente tão inovadora, capaz de transcender o fisiológico e o patológico para nos revelar a existência de certas figuras ou modelos herdados de comportamentos que habitam em nossa mente e que determinam o comportamento e o pensamento.
Para entender de forma mais simples o que é um arquétipo, pensemos em uma figura muito atual nos filmes de hoje: os heróis. Todos, em algum momento, tivemos os nossos preferidos; personagens complexos, mas que respondem em essência a um mesmo padrão, a um mesmo conceito: a bondade, a maldade, a sabedoria e a mentira, por exemplo.
Muitos destes personagens simbolizam os mais clássicos arquétipos de Carl Jung, os mesmos que, por sua vez, estão em nós mesmos regendo nossos comportamentos e decisões. Esta ideia, por si só, não deixa de ser interessante por vários detalhes.
Em primeiro lugar, se entendermos que tais figuras habitam o nosso inconsciente uma geração após a outra, como uma espécie de legado psíquico, isso implica, por exemplo, que não chegamos a este mundo como em uma “tábula rasa”, como diria o filósofo John Locke.
Neste inconsciente coletivo que todos nós compartilhamos independentemente da nossa cultura, aconteceram os mesmos impulsos, necessidades, características com maior ou menor predominância.
Por outro lado, um aspecto lembrado por Carl Jung é que apesar de todos nós possuirmos esta espécie de “alma coletiva”, nossa responsabilidade e finalidade como pessoas é a individualização. Seria, então, um processo forçado onde desenvolvemos uma consciência individual, onde damos forma a uma imagem psíquica forte, saudável e realizada de nós mesmos.
Quando Carl Jung ingressou na Universidade de Basileia, em 1895, para estudar Ciências Naturais e Medicina, começou a ter um sonho recorrente. Ele via a si mesmo lutando contra uma espécie de névoa escura e densa. Em meio a este cenário, havia uma figura negra e alta que o perseguia. Além disso, também podia ver como uma luz reluzia na palma de suas mãos, uma energia que ele não sabia muito bem como utilizar.
Um tempo depois, chegou à conclusão de que aquela entidade era sua “sombra”, a qual continha seus medos reprimidos, o peso de seu passado e muitas de suas atitudes negativas. A luz em suas mãos representava a obrigação de iluminar estas áreas obscuras ou convulsas. Como podemos ver, poucos autores e figuras da psicologia usaram este mundo onírico e sua linguagem implícita para dar sentido ao comportamento humano de forma tão presente.
De fato, um de seus herdeiros teóricos mais ilustres, o junguiano Michael Fordham, explica em uma pesquisa publicada na revista Ment Health que Jung e os arquétipos foram uma primeira tentativa de definir nosso desejo de autorrealização.
Ele defende que só quando identificamos estes arquétipos que habitam em nós e desvendamos sua mensagem, promovemos um avanço em nós mesmos. É uma etapa que vai nos libertar das nossas sombras, medos e angústias para evoluirmos como entidades livres e realizadas.
Vamos conhecer, portanto, estas figuras da nossa psique que formam nossa alma coletiva.
O Ser
- O Ser é o “todo” da nossa psique. Representa uma fusão perfeita que dispõe de todas as nossas forças psíquicas, onde se unem o consciente e o inconsciente, nosso lado introvertido e também o extrovertido.
A Sombra
Neste vínculo entre os arquétipos e Jung, o que mais relevância apresenta e o que mais espalha seu legado é a figura da “Sombra”. Falamos dela há pouco e, sem dúvida, já intuímos no que consiste sua peculiar anatomia:
- A “Sombra” contém a essência do passado, o que negamos e o que reprimimos, o que ignoramos.
- Dessa forma, nela também ficam embutidos nossos desejos mais profundos, os medos e pensamentos negativos.
- É comum que surjam em sonhos em forma de figuras aterrorizantes, serpentes ou animais selvagens que nos perseguem.
- Entretanto, longe de temer essa figura, é preciso entender algo muito simples: ela faz parte do que nós somos. A sombra abriga aquele lado de nós que não trabalhamos muito e que pede para ser iluminado com consciência e coragem.
Enfrentar nossa sombra e levá-la à luz é um ato de crescimento muito necessário.
Anima e Animus
- O Anima denota feminilidade e seu oposto, Animus, simboliza masculinidade. Portanto, o que este arquétipo significa? Para Carl Jung, cada um de nós, não importando o gênero ou sexo, dispõe de ambas as forças por igual. Assim, os homens dispõem de uma energia feminina adormecida e, muitas vezes, reprimida. O mesmo acontece com as mulheres.
- Portanto, se fôssemos capazes de dar impulso às nossas energias opostas, poderíamos nos beneficiar (de acordo com Jung) das virtudes de cada sexo, como a intuição, a força, o senso de proteção, a coragem, etc.
A Persona
Dentro do enfoque dos arquétipos e Jung, a figura da Persona é uma das mais interessantes. Estamos diante de um “escudo psíquico” que utilizamos para proteger nosso ego do mundo exterior.
- A Persona é a imagem pública que escolhemos mostrar para o exterior, para a sociedade. Como podemos intuir, tal ato ou necessidade pode nos levar a um processo de desintegração. Ninguém tem motivo para mostrar algo que não é, ninguém deve andar nos contextos sociais por trás de um escudo, escondendo seu “eu”.
- Portanto, para alcançar este objetivo que é a “individualização”, devemos eliminar o arquétipo da Persona da nossa psique.
O Pai
O arquétipo do Pai integra um grande número de forças psíquicas e sociais: é a lei, a disciplina, a autoridade, a proteção, o amor, etc. Simboliza uma figura interna que age como mestre e que deve nos ajudar a conquistar nossos objetivos.
- Entretanto, este arquétipo contém um conjunto de forças opostas. Por um lado, está o pai positivo; aquele que, longe de nos vetar ou censurar, nos impulsiona com sua energia e afeto, nos dando direção e disciplina. Por outro lado, temos o pai das sombras, um título mais que enigmático que revela o oposto caracterizado pelo ego, pela rigidez e pelo autoritarismo.
- Alimentar um arquétipo ou outro depende de nós…
A Mãe
O arquétipo da Mãe é o que mais pode nos nutrir em cada uma das nossas capacidades e competências na vida. Simboliza o cuidado, o encorajamento e o amor universal. É aquele impulso que sempre favorece o nosso sucesso, o que nos alimenta em momentos complicados, prestando seu carinho e motivação.
Dentro dessa corrente dos arquétipos de Jung, essa figura é a grande divindade. É o mito e a entidade que sempre apareceram na cultura e na natureza como a criadora de todas as coisas, como a essência sábia e favorecedora onde a magia e a espiritualidade nos guiam a todo instante.
Os arquétipos de Jung configuram um legado de plena atualidade que o mundo da inteligência artificial está utilizando para desenvolver seus avanços tecnológicos no mundo da robótica.
Para concluir, os arquétipos descritos aqui são os mais relevantes dentro da teoria do inconsciente coletivo de Carl Jung. Entretanto, é possível que tenhamos a ideia de que esta teoria se aproxima mais de um contexto mitológico, em um tipo de psicologia arcaica que carece de interesse e aplicabilidade em nossa atualidade.
Além disso, cabe dizer que este modelo de arquétipos está sendo utilizado no mundo da cibernética e da robótica. Engenheiros do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), como Peter Senge, se baseiam nestas ideias para programar inteligências artificiais e dotar de “personalidade” os robôs do futuro. Um assunto, sem dúvida, muito interessante onde o nome de Carl Jung continua muito atual.
Fonte: A Mente é Maravilhosa
segunda-feira, 6 de julho de 2020
Projeto da USP ensina mindfulness pela internet para prevenir ansiedade e depressão...
O número de pessoas que sofrem com ansiedade e depressão deve aumentar muito por causa do isolamento social provocado pela pandemia. Para ajudar a atravessar este duro período, o Centro de Mindfulness e Práticas Integrativas está promovendo encontros virtuais.
Mindfulness significa atenção plena, ou seja, a capacidade de focalizar atenção de maneira integral em algo. “A prática de mindfulness nos ajuda a tomar consciência de nossas experiências, reconhecendo a forma como respondemos física e emocionalmente aos acontecimentos da vida”.
Nesse sentido, a instituição promove atividades virtuais voltadas à prática. Uma delas é o Estúdio Cultivando Mindfulness, que oferece encontros online, gratuitos e abertos ao público geral. Acontece todas às quartas-feiras às 18 horas. “Basta se inscrever no site uma única vez e então o participante terá acesso a todos os encontros que serão oferecidos ininterruptamente durante a pandemia”.
A atividade é realizada em parceria com o MindfulSpace, um estúdio de mindfulness que busca desenvolver a prática com pessoas físicas e organizações de modo geral. Para participar, basta acessar o link e fazer a inscrição.
https://mindfulspace.com.br/estudio-cultivando-mindfulness/
As sessões oferecidas pelo projeto são voltadas para iniciantes e praticantes. Durante a inscrição é preciso informar sua condição clínica, se está em tratamento de alguma doença e toma remédios, por exemplo.
Fonte: Jornal da USP