Constelação Sistêmica Familiar – O vício, por Bert Hellinger
“Torna-se viciado aquele a quem falta algo. Para ele, o vício é um substituto.
Como curamos um vício em nós?
Reencontrando aquilo que nos falta.
Quem ou o que falta no caso de um vício? Geralmente é o pai. Ninguém é capaz de sentir-se inteiro e completo sem seu pai. Sendo assim, o vício e a ânsia de reencontrar o que foi perdido e, com ajuda, sentir-se são e restabelecido. Contudo, por ser apenas um substituto, o vício não é capaz de satisfazer essa necessidade. Por isso prossegue. E prossegue sem o pai.
Como podemos ajudar um viciado? Como ele pode ajudar a si mesmo?
Ele leva aquilo que foi perdido para dentro de seu vício, desta forma tornando-o supérfluo.
O vício mais difundido em nosso tempo é, em muitos países, o fumo. Nem mesmo o fato de estar escrito “fumar mata” nos maços de cigarro assusta a maioria das pessoas. Para elas ainda mais mortal é o sentimento de que algo lhes falta em seu profundo interior.
Como é possível para um fumante levar o pai que lhe falta para dentro de seu vicio?
Primeiramente, o que o ajuda é fumar com prazer, pois seu ato de fumar o conscientiza do quanto sente falta de algo. Quando deseja ou precisa fumar, sente o quanto lhe faz falta, por exemplo, seu pai. Assim que se prepara para tragar o cigarro, imagina seu pai. Então traga a fumaça profundamente em seus pulmões, olhando para seu pai, dizendo-lhe internamente: “Tomo você em minha vida e em meu coração”. E fuma até sentir seu pai dentro de si.
Algo similar vale para o álcool. Aquele que se tornou doente devido a este vício brinda com o pai antes de beber. Então bebe, lenta e profundamente, sorvendo seu pai, a cada gole até sentir-se preenchido por ele e vivenciá-lo profundamente: “Tomo você em minha vida e em meu coração”.
E as mães? Como elas ajudam seus filhos viciados?
Elas reconhecem que, para seus filhos, são apenas uma metade, e nunca a totalidade. Ao invés de manter seus filhos longe do pai, os guiam com amor até ele.
Este movimento começa quando verem e amarem, em seus filhos, também o pai deles, recordando o tempo feliz em que se sentiam em unidade com ele em todos os aspectos. Desta forma, reconhecem seu anseio por ele e se tornam um com ele novamente – e saudáveis.”
Trecho extraído do livro: A cura, de Bert Hellinger
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