Basta uma boa caminhada por uma mata fechada ou no meio de uma floresta para ter certeza do bem estar e da tranquilidade que os ares e odores do verde nos trazem. Cientistas da escola de medicina de Nippon, em Tóquio, confirmaram objetivamente o que nosso corpo nos diz: sentir o cheiro da natureza pode diminuir dramaticamente a pressão do corpo humano e ainda estimular moléculas que combatem doenças diversas como o câncer.
Segundo o estudo, assim que os odores da floresta adentram o nosso organismo, os níveis de estresse e irritação diminuem-se imediatamente. A exposição mais prolongada e intensa ao cheiro do verde pode reduzir portanto a pressão arterial e fortalecer a imunidade dos corpos.
O cientista Qing Li criou dentro da escola, o centro de pesquisa International Society of Nature and Forest Medicine, que visa aplicar a aromaterapia baseada no odor das florestas como tratamento alternativo. Efeito similar ocorre quando simplesmente olhamos às florestas – mesmo que em fotografias – mas o estudo de Li aponta efeito especialmente eficiente quando utilizados os odores.
Se muitas vezes a ciência é fundamental para descobrir e inventar melhorias para nossas vidas, outras vezes sua tarefa é somente confirmar aquilo que a sabedoria popular e ancestral já sabe: dar uma volta em meio ao verde e respirar fundo, faz um enorme bem para nossos corpos. Torna-se mais evidente que salvar a natureza é uma questão imediata de saúde pública.
O contato com a natureza pode por um fim a muitos dos males emocionais e físicos que enfrentamos hoje. No livro “A Última Criança na Natureza”, do jornalista Richard Louv, o especialista diz que estudos científicos revelam que a exposição direta à natureza é essencial para a saúde física e emocional. A conexão com a natureza é capaz de melhorar a capacidade cognitiva, a resiliência, o estresse, a depressão, a ansiedade e até reduzir o que se chama de hiperatividade. Chegou a hora de curarmos, nosso Transtorno do Déficit de Natureza. Louv cunhou esse termo, para o impacto negativo da falta da natureza na vida das crianças. Embora seu livro seja focado em crianças, essas premissas também servem aos adultos.
Visite com mais frequência as montanhas, o campo, a praia ou qualquer outro lugar afastado da cidade. Se você não puder visitar esses lugares, tire de cinco a quinze minutos para respirar, acalmar sua mente e visualize que está no meio da natureza. Lembre-se, o nosso cérebro não sabe distinguir o que é real do que é imaginário, para ele tudo é real. Podemos apreciar o sol, as flores, o céu, as estrelas, a chuva, as montanhas, as cachoeiras, as matas, o mar... contemplá-los e nos fundirmos com eles. Não desperdice toda essa beleza!