Há tempo pra tudo. Tempo de ser deserto ou chuva grossa. Tempo de ser orvalho na janela dos olhos ou terra seca na aridez dos dias. Tempo de despertar sorrindo ou desaguar em lágrimas fartas. Tempo de ser grato sorrindo, tempo de ser fortaleza chorando. Tempo de diminuir a rigidez dos ombros, a censura das palavras, a secura do pensamento. Tempo de aprender a ser rio, chuva, banho de cachoeira ou água do mar. Tempo de conseguir ser sal quando tudo é ventania. Tempo de desaguar delicadeza, transformando tudo em poesia.
Fabíola Simões