Como loucos, vivemos perseguindo a tal felicidade. Meio cegos, nem percebemos quando ela de fato está sentada no nosso colo. Surdos, não ouvimos os sinais que a vida nos dá diariamente.
É uma perseguição sem fim. Uma busca constante. E uma pequena descrença, já que existem aqueles ditados que falam que felicidade dura pouco. Quer saber? Não concordo. A felicidade mora dentro da gente. Só que nem sempre temos capacidade de perceber.
A felicidade é sutil. É uma poesia, um pedaço de manga, um gole de vinho, uma música que arrepia. A felicidade é tão simples. Um abraço em quem a gente não vê faz tempo, um carinho de um amigo, um beijo em seu amor. É andar de mãos dadas, encostar a cabeça no ombro do outro no cinema, dormir juntinho. É cheiro de café passado, susto que passa logo e perfume de flor. A felicidade é serena. Uma ferida que sara, a calça que finalmente entra, a tão desejada voz do outro lado do telefone. Um filho que aprende a dizer mamãe, a receita que dá certo, o olhar que se encontra.
Estou em uma fase muito feliz. E saboreando cada momento, sem perder um segundo sequer da tal felicidade.
Clarissa Côrrea