"A existência é muito virtuosa. Mesmo que você encontre algo que você não consiga chamar de virtude, deve ser devido à sua incompreensão; de outra forma, a existência é absolutamente virtuosa. O que quer que aconteça aqui, sempre acontece corretamente. O errado nunca acontece. Pode parecer errado a você, porque você tem certas ideias do que é certo, mas quando você olha sem nenhum preconceito, nada está errado, tudo está certo.
O nascimento é correto, a morte é correta. A beleza é correta e a feiura é correta. Mas nossas mentes são pequenas, nossa compreensão é limitada; não podemos ver o todo, sempre vemos somente uma pequena parte. Somos como uma pessoa que está escondida atrás da porta, olhando a rua pelo buraco da fechadura. Ela sempre vê coisas... Sim, alguém está passando, um carro passa de repente... Num momento está ali, e num outro momento se foi para sempre. Eis como olhamos para a existência. Dizemos que algo está no futuro, então, entra no presente e, depois, foi para o passado.
Na verdade, o tempo é uma invenção humana. É sempre agora! A existência não conhece nenhum passado, nenhum futuro – ela só conhece o presente.
Por isso continuamos a perguntar por que há sofrimento no mundo, por que há isto e aquilo... por quê? Se pudéssemos ver o todo, todos esses por quês desapareceriam. E para olhar para o todo, você terá de sair do seu quarto, terá de abrir a porta... terá de abandonar essa visão do buraco de fechadura.
É isto que é a mente: um buraco de fechadura, e é um buraco de fechadura bem pequeno. Comparado a este vasto universo, o que são os nossos olhos, ouvidos, mãos? O que eles podem alcançar? Nada de muita importância. E a esses frágeis fragmentos de verdade, ficamos muitíssimo agarrados.
Se você vir o todo, tudo é como deveria ser – eis o significado de “tudo está certo como está”.
Osho