Com base em sua experiência como terapeuta e no seu profundo conhecimento, Mark Baker demonstra por que a mensagem de Cristo é perfeitamente compatível com os princípios da psicologia: ela contém a chave da saúde emocional, do bem-estar e do crescimento pessoal.
Em uma linguagem simples, ele mostra que, seja qual for a nossa crença religiosa ou filosofia de vida, todos podemos nos beneficiar da sabedoria daquele que, como diz o autor, foi o maior psicólogo de todos os tempos. Organizado em dezenas de lições concisas, este livro é uma coleção de exemplos práticos sobre como essa sabedoria comprovada pelo tempo, pode nos ajudar a resolver os problemas do cotidiano, a repensar atitudes e a praticar o perdão, a solidariedade, a lealdade, principalmente a humildade, valorizando nossas vidas e nossos relacionamentos com mais amizade e amor.
O livro é profundo e extenso de ensinamentos, seria impossível resumí-lo, por isso coloco aqui alguns tópicos que são relevantes para refletirmos (confesso que mudei alguns paradigmas depois que li este livro)...
"Não condeneis e não sereis condenados."
A auto-condenação envolve a crença em uma mentira a respeito de nós mesmos.
"Que o vosso 'Sim' seja 'Sim' e o vosso 'Não' seja 'Não'."
Acreditar que a verdade é relativa e que nada realmente importa é exatamente o oposto do que Jesus ensinou. Mas tudo é importante. O que ocorre é que, apesar de a verdade ser absoluta, nós a percebemos de forma relativa. Foi por isso que Jesus disse: "Eu sou a Verdade". Ele sabia que não compreendemos objetivamente as verdades mais profundas da vida; nós nos aproximamos delas. Sempre interpretamos o que percebemos, o que significa que nunca somos realmente objetivos a respeito de nada.
"Se alguém te ferir na face direita, oferece também a outra." Ele não disse: "Se alguém te ferir na face direita, dá meia volta e afasta-te." Jesus queria que as pessoas tomassem uma posição firme e tivessem uma atitude digna. O que ele estava transmitindo é que o amor é mais forte do que o ódio. Se as pessoas atacarem você por ódio, procure amá-las até a morte. Jesus viveu este preceito literalmente na sua vida. Ele preferiu uma vida mais curta repleta de humildade e amor do que uma existência mais longa cheia de medo e passividade.
As palavras têm força. E Jesus sempre pronunciou palavras amorosas, poderosas e confiantes ao se referir a si próprio.
As pessoas que vencem falam bem de si para elas mesmas. Em nenhum lugar do Evangelho Jesus se deprecia. O filho de Deus era pleno de autoconhecimento e de amor.
Não podemos escapar do nosso eu, mas podemos encontrá-lo.
Embora seja preciso que os outros nos ajudem a crescer, também é necessário que tenhamos vontade de fazê-lo. É comum não querermos realmente crescer, porque isso significaria ter que examinar o que existe dentro de nós, e tememos o que poderíamos ver.
A coragem não é a ausência do medo e sim a presença da fé apesar do medo.
Jesus ensinou que o crescimento envolve um árduo trabalho. Precisamos estar preparados para assumir a nossa parte de responsabilidade se quisermos colher a recompensa.
As mudanças rápidas são frequentemente temporárias, mas o crescimento lento transforma profundamente.
Quando temos medo de que as nossas necessidades não serão satisfeitas, nos envolvemos em atos impulsivos de autopreservação ou em mecanismos de defesa para nos proteger. Esses mecanismos infelizmente tornam-se psicopatologia, que nos separa não apenas das outras pessoas como também do nosso verdadeiro eu. Jesus declarou que os seres humanos não podem existir como ilhas; os psicólogos afirmam que não podemos ser completos sem nos relacionarmos com os outros.
Jesus falava sobre o arrependimento neste sentido. Ele não queria fazer as pessoas se sentirem mal a respeito de si mesmas; ele queria ajudá-las a mudar. Para crescer tanto espiritual quanto psicologicamente temos de modificar a nossa maneira de pensar e de agir.
As pessoas sábias estão sempre preparadas para mudar de ideia e de atitude; as tolas, jamais.
A verdadeira religião fortalece a compaixão e a ligação com Deus e os outros.
À medida que amadurecemos, compreendemos que as regras são diretrizes e não leis rígidas que devem ser obedecidas. À primeira vista essa afirmação pode dar a impressão de que estou dizendo que quanto mais as pessoas se desenvolvem moralmente, mais elas fazem apenas o que querem. No entanto, as pesquisas demonstraram que no mais elevado nível de desenvolvimento moral nós, seres humanos, levamos em conta não apenas as nossas necessidades, mas também as dos outros. Na vida dos poucos que alcançaram os estágios superiores da evolução moral, podemos observar o que Jesus ensinou, ou seja, que as regras só existem para nos ajudar a amar.
As pessoas verdadeiramente serenas nunca estão sozinhas.
O tempo por si só não é capaz de curar. Se não procurarmos ajuda, os demônios do passado ficarão presentes.
A mudança duradoura acontece de dentro para fora.
Odiamos nos outros o que não conseguimos suportar em nós mesmos. Uma das perguntas que me fazem de tempos em tempos é a seguinte: "Como posso saber o que existe no meu inconsciente que pode estar me prejudicando?" Para responder a esta pergunta, digo às pessoas que pensem a respeito de tudo que elas não gostam nos outros. A seguir, peço-lhes para fazer uma lista das cinco coisas que mais detestam nas pessoas que as cercam. É provável que essas cinco coisas estejam enterradas em um lugar profundo, que os analistas junguianos chamam de o "lado da sombra" do inconsciente.
O ódio aos outros frequentemente é sintoma de uma ferida interna em nós mesmos.
"O que é mais fácil dizer: 'Teus pecados estão perdoados' ou 'Levanta-te e anda?”
Curar fisicamente o corpo era fácil quando comparado com o arrependimento e o perdão necessários no coração humano.
Existem ocasiões em que perdoar a nós mesmos é o mais árduo ato de amor.
O amor por si mesmo e o amor aos outros - um não pode ser praticado sem o outro.
Abrir-se para o amor é o que nos realiza.