Em outubro de 2014, aos 48 anos, Sophie Sabbage foi diagnosticada com câncer de pulmão e ouviu do médico um conselho: “Não se torne uma paciente. Viva a sua vida.” Após um primeiro momento de pânico, aquelas palavras definiram a forma como viveria a partir de então.
Determinada a entender sua doença e a agir de acordo com o que se passava em seu corpo, Sophie leu, pesquisou, ouviu especialistas e decidiu aliar a medicina convencional a terapias complementares. Tomou as rédeas de seu tratamento e recusou-se a olhar para si mesma como vítima.
Nesse processo, descobriu que é possível conviver com o medo, a raiva e a tristeza de maneira saudável, sem se desesperar ou se voltar para o falso pensamento positivo. Aprendeu a preservar sua autonomia e a viver com intensidade, um dia de cada vez.
Em O que o câncer me ensinou, Sophie compartilha o resultado das pesquisas que fez, os tratamentos que testou, as lições que aprendeu, as mudanças que implementou e a maneira extraordinária como vem enfrentando a doença.
Com um olhar profundo e sensível, este livro leva a uma maior compreensão sobre o câncer, sobre como viver com ele e fortalecer sua capacidade de encará-lo com coragem, criatividade e gratidão.
''Minha doença, sem dúvida, ainda pode me matar. Na realidade, se eu considerar as estatísticas, as previsões e as probabilidades de quem tem câncer de pulmão estágio IV, sou um caso
perdido. Mas prefiro não fazer isso. Escuto o que eles dizem com
zelo e humildade para reduzir as camadas resistentes da negação
que me protegem de palavras como “terminal” e “incurável” até
que possa escutá-las sem me fragmentar como um cristal. Opto
por entender a doença sem me entregar a ela, me resignar sem
sucumbir, gritar meu nome do alto das estatísticas antes que minha identidade seja soterrada no frio anonimato dos números.
Não tenho ilusões a respeito da gravidade de meu estado, mas
agora sou capaz de confiar docilmente no amanhã sem medo de
cair, de me afogar ou de me queimar.
Quero viver quase mais do que tudo. Quase. Dedico os dias, as
horas e os minutos a prolongar a vida, com a inabalável intenção
de criar minha filha até ela se tornar adulta, de envelhecer com
meu amado marido e de fazer a diferença que gosto de pensar
que vim ao mundo fazer. Mas a maior vitória não é sobreviver ao
câncer, por mais heroico que isso possa parecer e por mais firme
que seja o meu propósito de fazê-lo. A maior vitória é preservar
minha individualidade, qualquer que seja o desfecho – o “Eu” duramente conquistado que nem pertence ao meu corpo nem vai
se desintegrar com ele –, e saber que permiti que ele se desenvolvesse apesar do câncer, mesmo enquanto a minha carne definhava. E a única maneira que conheço de fazer isso é efetuando uma
escolha digna, conscienciosa e corajosa de cada vez.
No início desta jornada, o médico que me diagnosticou e revisou minha primeira tomografia, além de realizar a broncoscopia
(um procedimento que não é para os fracos), disse uma coisa
extraordinária antes de me encaminhar para o oncologista:
– Não se torne uma paciente, Sra. Sabbage. Viva a sua vida.
Levei a sério suas palavras. Isso permitiu que eu buscasse mais
do que escapar do meu prognóstico ou morrer corajosamente.
Quando eu estava naquele choque inicial profundo – me sentindo prestes a desaparecer, numa espécie de noite sem fim –, aquele
médico despertou a melhor parte de mim...''
"A partir do momento em que soube que minha doença era incurável, minha vida foi transformada radicalmente. Morrer é agora uma parte íntima e integral do meu viver. É minha companhia de todos os dias. Eu precisava aceitar essa presença e reconhecer que a morte não precisava me roubar do meu propósito, que eu ainda podia ser motivada e transformada pela maneira como me dedico a esta experiência. Mesmo as grandes feridas da minha vida podiam ser curadas antes de eu morrer''.
''Ser diagnosticada com câncer é um desafio multifacetado para a
mente, o corpo, o coração e o espírito. Não se trata absolutamente de uma jornada apenas física, embora muitas vezes seja tratada
como tal.
Meus médicos perguntam como está o meu corpo, não o meu
coração. Eles querem saber como estou lidando com os efeitos
colaterais dos medicamentos, não como estou enfrentando o
medo que assalta grande parte dos meus dias ou as ondas de
tristeza que a princípio quebravam com força e que agora continuam o seu vaivém sobre mim. A medicina convencional me
aconselha a adotar uma “dieta balanceada” de proteínas, carboidratos e vegetais e garante que não tem problema comer açúcar.
Meus terapeutas alternativos estão convencidos de que o câncer
se alimenta do açúcar (entre outras coisas) e imploram para que
eu o corte completamente da minha alimentação''.
''Costumo dizer que minha fé é o vento que infla minhas velas
e que meu propósito é o leme do barco. O propósito é uma
força poderosa quando escolhido de maneira consciente e com
profundo comprometimento. Ele guiará todas as suas escolhas
e decisões nesta jornada, então é importante defini-lo o mais
cedo possível. Sobreviver ou melhorar? Aguentar ou desistir?
Assumir o controle ou deixar que alguém cuide de você? Superar as dificuldades ou amadurecer com a experiência? Viver
ou morrer? Não existem respostas corretas. Apenas escolhas...''
''Em meio aos argumentos contra e a favor das
“dietas para o câncer”, há muitas coisas válidas e algumas
que o bom senso manda ignorar. Mas a realidade é que há
muitos riscos a se considerar se você não mudar a dieta. Crie um contexto
para que sua jornada seja curativa, consciente, estimulante,
intencional e dedicada a seu bem-estar... Minimize a toxicidade em seu corpo para que o câncer tenha menos recursos para crescer. Perceba e elimine
as falsas crenças (sobre si mesmo e sobre o câncer, a vida e
a morte), assim como as suposições e as previsões em relação ao futuro que geram medo desnecessário e resultados
limitadores... Procure apoio emocional - Não existe momento
mais adequado nem justificativa melhor para investir em
seu bem-estar mental, emocional e espiritual, além de
dedicar-se à cura física''.
''Assuma todos os arrependimentos, perdas
e decepções que acumulou ao longo da vida, mas pelos
quais ainda não se permitiu sofrer. Renuncie a todos os
“deveria...” e “e se...” que causam uma dor incalculável, e
muitas vezes não identificada, quando nos confrontamos
com nossa mortalidade''.
''Eu poderia morrer curada, viver curada e sair transformada ou sobreviver transformada. O resultado final está nas mãos de Deus, mas isso é de minha total responsabilidade''.
“Meu câncer é sistêmico e incurável, mas estou vivendo com ele. Na verdade, estou me fortalecendo com ele. Se eu considerar as estatísticas, as previsões e as probabilidades, sou um caso perdido. Mas prefiro não fazer isso.Dedico os dias, as horas e os minutos a prolongar a vida, com a inabalável intenção de criar minha filha até ela se tornar adulta, de envelhecer com meu amado marido e de fazer a diferença que gosto de pensar que vim ao mundo fazer...''
Extraído do Livro: "O que o câncer me ensinou'' - Encontrando coragem, sentido e uma nova perspectiva de vida, de Sophie Sabbage.
Preste muita atenção nas palavras de Bernie S. Siegel (cirurgião geral e pediátrico. Desde 1989 vem se dedicando integralmente ao seu ideal de humanizar a visão do médico com relação ao paciente e de ajudá-lo a induzir a própria cura. Conferencista muito requisitado em todo o mundo para discorrer sobre temas relativos a pacientes e cuidadores, ele já escreveu diversos best-sellers, entre os quais Fé, Esperança e Cura, publicado pela Editora Cultrix.). Ele diz:
''Pacientes excepcionais se recusam a ser vítimas. Eles
estudam e se tornam especialistas em seu próprio tratamento. Eles questionam o médico porque querem
entender seu tratamento e participar dele. Eles exigem
dignidade, querem ter sua individualidade respeitada e
desejam ter controle, independentemente do comportamento da doença. - Bernie S. Siegel
Minhas Considerações: Um ótimo livro para a nossa reflexão, acima só um resumo breve, pois não quero que você perca a vontade de ler e deixe de aprender com a jornada enriquecedora de Sophie, contando suas experiências, medos, desafios e anseios. Como o próprio nome diz, ela apresenta vários ensinamentos que o câncer trouxe e como ela aprendeu a amar a si mesma por causa dele. A importância dos propósitos em nossas vidas pode ser verificada em situações do nosso dia a dia ou mesmo em ocasiões onde imagina-se que o indivíduo não tenha mais motivos para continuar vivendo. Nem sempre conseguimos escolher as circunstâncias sob as quais vivemos, mas podemos escolher nossa atitude perante elas. Não somos preparados para lidar com o pior. Sempre esperamos pelo melhor, ou pelo menos deveríamos, e é exatamente sobre isso que o livro é... manter-se positivo, mesmo com seu mundo prestes a desabar. O câncer é um processo de entrar em contato consigo mesmo, com dores passadas e presentes, perdas, frustrações, lidar com sentimentos confusos como negação, raiva, culpa, medo, tristeza, vergonha, depressão, até chegar a hora da plena aceitação. Não reprima seus sentimentos, chore quando precisar chorar, muitas vezes lavar a alma é fundamental, você já segurou tanta coisa até aqui, que agora é hora de sentir, limpar tudo o que está acumulado no corpo e na mente, desintoxicar em todos os sentidos. Não é nada fácil, mas eu tenho fé que você vai superar essa doença. E com toda certeza aprender, crescer, evoluir, se amar mais e sair dessa tempestade muito melhor como ser humano, se valorizando, buscando o seu caminho, priorizando o que é melhor para si, aprimorando seu ser, seu bem-estar e desenvolvendo suas forças intrínsecas que só você tem e são únicas... E como eu já ouvi muitas pessoas dizerem e li alguns relatos a respeito, por isso que eu não duvido, muitos agradecem e dizem que o câncer foi um presente em suas vidas, um presente muito amargo, mas mesmo assim, um presente. Que hoje elas agradecem por tudo que passaram.
Algumas dizem literalmente que foram jogadas nas pedras ao mar, sacudidas, levando pancadas pra lá e pra cá de todas as formas, porém depois do susto, do mergulho em si, conseguiram olhar para dentro com mais compaixão, amor e ternura, ir em frente na vida, apesar de todo sofrimento que passaram, mudaram hábitos e pensamentos destrutivos, aprenderam a apreciar o lado bom da vida, as coisas mais simples e muitos ainda, estão fazendo o que gostam e não toleram mais perder tempo com coisas vãs, foram em busca do autoconhecimento e estão mais felizes hoje, priorizando somente relacionamentos saudáveis em suas vidas e por vezes, deixando pra lá o que vai lhes fazer mal emocionalmente. Evitando pessoas e ambientes tóxicos, e se aprimorando mais em suas jornadas para serem felizes. Por isso, eu sei que o caminho é longo, mas acredite na luz no fim do túnel. Jamais acredite nas estatísticas desesperançosas de alguns médicos, que lamentavelmente perderam o bom-senso de se colocar no lugar do outro... de enxergar a dor do outro, tanto física, quanto emocional, perdendo o espírito humanitário e ter o despropósito de dizer que você tem apenas X meses ou X anos de vida. Esses médicos não têm esse poder. Os prognósticos nunca são 100% de acertos. Quando os médicos fazem isso, estão acabando com todas as possibilidades, forças, esperanças, fé e ânimo daquele indivíduo que quer se curar.
Johann Goethe dizia: ''Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo universo conspira a seu favor''.
E Einstein dizia: ''Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse um milagre''.
Portanto, eu acredito veementemente que Tudo é possível nessa vida, basta nunca perder a esperança e a fé!
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