Olá meus queridos, tudo bem? Ontem eu li esse e-mail de uma leitora que na sua trajetória de vida… perdeu seus pais, quando ainda era adolescente, foi morar com a sua avó, depois de muitos anos, casou-se, tentou ter filhos, esse era o seu maior sonho, não conseguiu realizar por condições biológicas. E depois desistiu desse sonho. Sua avó (sua única família faleceu, no começo desse ano). E meses atrás, seu casamento terminou, mas mesmo não estando mais juntos eles não param de brigar, quando se encontram, e se encontram muito, porque moram numa cidade bem pequena, ficam discutindo no meio da rua. E achei muito relevante compartilhar aqui com vocês, porque vale a pena aprender um pouco com as experiências das outras pessoas... Vem comigo!
E ela disse: “A minha maior vontade é sumir, ir para um lugar onde ninguém me conhece, onde ninguém saiba da minha vida para eu tentar esquecer o que vivi e escrever uma nova história.” Será que estou com depressão?
Minha linda leitora… acalme-se! Não, você não está com depressão. Você pode sim estar muito triste, sem chão, sentir-se sozinha, mas querer um novo caminho para si, ir em busca do desconhecido não tem nada a ver com depressão. Você está com um desejo, talvez ouvindo a sua intuição, escutando o chamado da sua alma. Querendo encontrar a sua paz. E ir em busca de um ideal vai te fazer muito bem. Acredite! Não há problema nenhum em não se encaixar mais em determinados lugares, porque estamos em constante evolução. Quem nunca se sentiu assim? Tenho certeza que isso é mais comum do que você imagina, sentir-se assim, em alguma época difícil da vida. Nem sempre todos os nossos sonhos serão realizados, e precisamos aceitar e nos perdoar… já outros sonhos, poderão acontecer. E muitos outros ainda, ficam guardados no fundo de uma gaveta, esquecidos, porque não somos mais os mesmos e nossos gostos, sentimentos, vontades e desejos mudam. Agora ficar brigando com o ex-marido sendo que o relacionamento já acabou não tem cabimento! Se não há filhos, e nem a possibilidade de voltarem, por qual motivo vocês continuam nisso? Eu até acho muito justo vocês serem amigos, se possível, mas ficar brigando no meio da rua, isso é lamentável!
Relacionamento é igual uma aposta. Pode dar muito certo, ou pode dar muito errado, mas os dois precisam saber que cada um tentou da melhor maneira que podia, com seus erros e acertos. Ninguém é perfeito, então, não dá para exigir perfeição e nem culpar o outro pelo ocorrido.
Talvez, houve visões equivocadas, brigas desnecessárias, ciúme, possessividade, desconfiança, incompreensões, também incompatibilidade emocional e está tudo bem! O que podemos fazer quando acaba? Nada... E não tem coisa pior do que sair de um relacionamento e ficar falando mal do ex por aí, isso é muito feio, lastimável e deselegante! Quando alguém quiser saber porque acabou, apenas responda que não deu certo e ponto, ou no mínimo, diga que vocês eram muito diferentes, e saiba cortar o assunto. Ninguém precisa saber o que aconteceu... Respeitar o outro é fundamental e preservar a dignidade de ambos também. Agora, vocês ficarem batendo boca por aí, no meio da rua... não é nada bom. Maturidade emocional também é estar em cacos por dentro, e mesmo assim, não querer jogar esses cacos no outro para cortá-lo e feri-lo. Essa sua atitude só revela que você não anda bem emocionalmente. Pense nisso! Ou vocês assumem de vez que se amam, ou terminam de vez! Não deixe portas entreabertas, escancare-as ou feche-as de uma vez!
Toda mudança baseia-se em reflexão, decisão, escolhas e atitudes. Aqui fica algumas perguntas para você refletir: Esse relacionamento acabou ou ainda não acabou para você? Sinceramente, eu estou sentindo uma dependência emocional no ar. Percebi uma incoerência de vontades na sua escrita, mas mantenha a calma. Isso vai passar.
Quando você disse que quer mudar para um outro lugar… É realmente construir uma nova vida ou você está querendo fugir de algo? Das suas emoções? Da sua dor?
Além disso, se você for mesmo embora, você já sabe para onde vai e o que fará daqui para frente? Planejamento é importante.
Estou te fazendo essas perguntas, porque se for para fugir da dor, não importa onde você esteja, porque a dor irá junto com você. A dor vai te acompanhar. Enquanto essa dor não for elaborada, entendida, questionada, analisada e ressignificada, ela vai estar te visitando de tempos em tempos, ela virá, não importa onde você esteja, ela voltará, porque… o sentido da dor… é que ela venha te mostrar o que você não viu ainda, essa é a finalidade da dor, fazer você enxergar a sua sombra. Os lutos precisam ser elaborados, vividos, ressignificados, tanto o luto da sua avó, quanto o luto da sua separação. E tentar fugir não é a melhor solução. Superá-los sim, fugir… não! Tenha calma e procure um grupo de apoio, nesses casos, a troca de experiências será bem favorável e enriquecedora para você. Ou peça ajuda a um profissional. O seu melhor aliado será ir em busca de autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e meditação. Cuide da sua criança ferida, da sua saúde física, mental, emocional e espiritual! Terapias integrativas também poderão ajudar. O caminho é para dentro, sempre! O paraíso ou o inferno estão dentro de você. Você é o seu lugar. Ninguém disse que seria fácil, mas você pode tentar.
Mude por você! Não se engane e nem se sabote… tudo é momentâneo, impermanente e efêmero… o que é novidade agora, daqui uns meses, já virou rotina. Seja você o seu lugar! E saiba contemplá-lo! Aprenda a respeitar o seu tempo e enxergar a beleza que existe dentro de você!
Não há nada de errado em se empenhar para melhorar a situação de vida. Só tome cuidado em querer fugir da realidade, pois a mente usa dessas estratégias para fugir do sofrimento, da dor, do presente, porque o objetivo dela é tentar te manter preso no tempo ou te prender em coisas que não fazem mais sentido para a sua vida. Fazendo de tudo para te afastar do Agora. Quer te levar para o passado ou para um futuro próximo. Então, fique atenta a isso.
O segredo é ficar mais consciente possível no momento presente, porque há padrões de comportamentos dentro de nós que não querem sair desse looping, para você aceitar a plena vivência do agora. E se você conseguir permanecer nesse presente, o passado não consegue sobreviver. Tudo é aprendizado, treino e mudanças nos comportamentos… tente.
Você vai querer saber: qual é o momento então, para eu revisitar esse passado? Na hora que você estiver num grupo de apoio ou na sua terapia. Depois, de encerrada a sessão, você precisa voltar e estar interagindo com o seu agora, com o seu presente. Use mantras para ancorar, fixar a sua mente no aqui e agora. Pense nisso.
Para finalizar, quando você nega o sofrimento ou quer fugir dele há umas pseudo saídas como: o trabalho em excesso, a bebida, as drogas, a raiva, as insatisfações, as projeções, etc., mas elas não libertam você do sofrimento. Quando não existe um caminho para fora, existe um caminho para dentro. Jamais fuja dele, enfrente-o. Sentir pena de si mesma, vai fazer com que você fique paralisada. Então, como resolver isso? Através da aceitação. Aceite a sua realidade. Querer mudá-la também é viável.
Faça meditações diárias e pergunte para a sua consciência: o que eu preciso saber que ainda está no oculto e eu preciso enxergar? Respire, fique em paz uns 10-15 minutos em silêncio e em total entrega. A resposta não virá naquela hora, às vezes vem, mas é raro vir na mesma hora. Mas tenha certeza que vai chegar com o passar dos dias. Muitas vezes a resposta estará numa leitura, num vídeo, numa conversa, ou numa inspiração, insight, ou num sonho lúcido, durante a noite. Nenhuma pergunta sincera ficará sem resposta.
Vou responder a sua última pergunta: “Quando eu saberei que me curei? “Porque quando acho que estou bem, a vida vem e bate mais forte”.
Adorei essa pergunta! Somos construtores de nós mesmos e fazemos essa construção, desconstrução e reconstrução a partir da relação com os outros, então, isso é muito relativo, mas geralmente, você saberá que está curada, quando puder lembrar da sua história ou contá-la sem dor… sem nenhum resquício de dor... Quando você perdoar sinceramente tudo o que lhe aconteceu, aceitar com o seu coração e parar de culpar os outros pelo o que não deu certo na sua vida. Nesse dia você saberá… E tudo dependerá da sua subjetividade. A sua subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, amar, se comportar, sonhar, encarar ou lidar com as situações… e cada um tem a sua, a sua singularidade. Então, não se preocupe com a sua cura, se preocupe em buscar conhecer a si mesmo.
No livro Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, tem uma passagem que diz: “O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam.”
E essa é a nossa maior beleza e missão… Mas por quê? Simplesmente porque a nossa subjetividade não cessará de mudar nunca, pois as nossas experiências trarão novos elementos para renová-la. Então, na nossa vida, queiramos ou não, tudo é movimento, tudo é transformação! E aquele que compreende a si mesmo, pode criar novas rotas para si.
Gratidão pela sua confiança! Vou ficando por aqui, torcendo para você reencontrar-se, reequilibrar-se e reconstruir-se! Desejo muitas bênçãos e felicidades no seu caminho! ✨❣️ Bjs no seu coração! Que Deus encha sua vida de fé, paz e alegria.
Como todos já sabem, isso aqui não é terapia, é somente um bate papo rápido para clarificar algumas questões.
Quem quiser compartilhar, por favor respeite os créditos.
Fiquem com Deus! 🫶🏻