Como eu cheguei até hoje sem ler nada de Sylvia Plath? Sua vida não foi nada fácil, por isso muito de seus escritos são melancólicos e angustiantes, ela sofreu anos e anos com a depressão, estava num casamento abusivo, sentia-se muito solitária, tentou suicídio, foi internada num hospital psiquiátrico e em 1963 conseguiu tirar a própria vida. É aquilo que dizia Rubem Alves, naquele texto fabuloso dele: Reflexão sobre Saúde Mental… Vai um trechinho aqui: “Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maikóvski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh se matou. Wittgenstein se alegrou ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakóvski suicidou.” E ele discorre esse texto maravilhoso… afinal, o que seria saúde mental? Fica essa reflexão para vocês.
Mas vamos voltar a Sylvia Plath… Abaixo só um pouquinho de seus escritos…
“Não sei o que é não ter emoções profundas. Mesmo quando eu não sinto nada, eu sinto isso completamente.”
“Antes de entregar meu corpo, preciso entregar meus pensamentos, minha mente, meus sonhos. E você não queria saber nada disso.”
“Quando você entrega o seu coração para uma pessoa e ela não aceita, não dá para pegar de volta. Você o perde para sempre.”
“Se você não espera nada de ninguém, então você nunca se desaponta.”
“Talvez quando nos encontramos querendo tudo, é porque estamos perigosamente perto de não querer nada.”
“Me sentia muito calma e muito vazia, do jeito que o olho de um tornado deve se sentir, movendo-se pacatamente em meio ao turbilhão que o rodeia.”
“Não teria feito a menor diferença se ela tivesse me dado uma passagem para a Europa ou um cruzeiro ao redor do mundo, porque onde quer que eu estivesse – fosse o convés de um navio, um café parisiense ou Bangcoc –, estaria sempre sob a mesma redoma de vidro, sendo lentamente cozida em meu próprio ar viciado.”
“Um pontinho no meu corpo ouvia o chamado e voava em sua direção. Senti meus pulmões inflarem, invadidos pelos elementos da paisagem: ar, montanhas, árvores, pessoas. Pensei comigo: “ser feliz é isso.”
“Não posso ser todas as pessoas que quero e viver todas as vidas que quero. Não posso desenvolver em mim todas as aptidões que quero. E por que eu quero? Quero viver e sentir as nuances, os tons e as variações das experiências físicas e mentais possíveis de minha existência.”
“Você me pergunta por que passo minha vida escrevendo? Encontro entretenimento nisso? Vale a pena? Acima de tudo, isso traz algum retorno financeiro? Se não, então há um motivo?... Eu escrevo apenas porque há uma voz dentro de mim que não se cala.”
“O silêncio me deprimia. Não era o silêncio do silêncio. Era o meu próprio silêncio.”
“Penso que a minha poesia seja fruto da experiência de meus sentidos e da minha emoção, mas devo dizer que não posso ter simpatia por aquele ‘grito do coração’ (...). Creio que se deva saber controlar as experiências, até as mais terríveis, como a loucura, a tortura (...). E se deva saber manipular com uma mente lúcida que lhe dê forma (...).”
Extraído de: “Diários de Sylvia Plath” e “A redoma de vidro” Sylvia Plath começou a escrever memórias e diários aos onze anos, o que fez até sua morte, aos trinta. “Minha vida, sinto, não será vivida até que haja livros e histórias que a revivam perpetuamente no tempo”, disse Plath. Os relatos de seus anos como universitária, no Smith College, em Massachusetts, e no Newnham College, em Cambridge, o casamento com Ted Hughes e dois anos de sua vida como professora e escritora na Nova Inglaterra, além de rico material para os leitores interessados na vida da poeta, lançam uma nova luz à vasta produção poética e em prosa da autora, amplamente autobiográfica.. Ela lembra até um pouco, pelos seus escritos, a Clarice Lispector e a Florbela Espanca, na minha humilde opinião, é claro! Sylvia Plath lutou anos e anos contra uma depressão, tentando infelizmente, o suicídio e logo sendo internada num hospital psiquiátrico. O reconhecimento que buscava, era um desejo de validação artística e de pertencimento, porém ela só foi mesmo reconhecida a partir de sua morte trágica, em 1963.
“É uma grande responsabilidade ser você mesmo. É muito mais fácil ser outra pessoa ou não ser ninguém.”
Sylvia Plath
Boa noite meus lindos! ❣️ Durmam com os anjos! 👼