Olá meus amores, bom dia!
Respondi esse e-mail, com essa pergunta e gostaria de compartilhar, pois muitos podem estar nesse dilema também...
“Cristiane, há três anos terminei meu casamento, tenho duas filhas, porque a gente brigava demais, hoje eu tenho consciência que éramos muito irresponsáveis e tóxicos um para o outro, decidimos tentar mais uma vez, mas e agora? A minha família o odeia e a família dele também não gosta mais de mim. No nosso término, trocamos muitas farpas. Foi um pesadelo! Apesar de tudo, ainda gosto dele, mas falei tanto mal dele na época, para a minha família e amigos e vice-versa, que estão todos contra esse relacionamento e hoje sinto que exagerei na dose e ele também. O que você me aconselha? Ninguém quer que eu volte… e agora?”
Olá minha querida, vamos analisar juntas essa situação? Seja realista, se vocês já se “destruíram” uma vez, pela falta de respeito, reciprocidade, brigas, discussões no passado, reveja muito bem para não voltar para um barco que continua furado. Nunca permita que o comportamento do outro, faça você questionar o seu valor. E nesse caso, vocês dois passaram dos limites.
E quem é que garante que vocês não vão repetir os mesmos erros do passado? As mudanças são bem lentas e gradativas, tudo leva tempo, e nem sempre, querer é poder, porque envolve muitas outras questões. Pense muito bem, antes de tomar uma decisão.
Primeiro ponto: quanto mais pessoas souberem da sua vida, mais poder você dará para elas, de decidirem a sua vida por você… quer desabafar? Procure um psicólogo ou uma única pessoa de confiança. E lembre-se sempre, que o seu melhor amigo, também tem um outro melhor amigo… Se é que você me entende! Sair falando da sua vida para todo mundo, você passa uma imagem que você não tem equilíbrio emocional suficiente para resolver as suas próprias emoções sozinha; E envolvendo família, amigos, pessoas do trabalho, as coisas ficam mais difíceis e complexas, porque cada um vai querer intrometer-se conforme suas ideias, vontades, desejos, anseios, experiências, expectativas e visões de mundo que carregam consigo… olha o rebuliço, que isso vai gerar! É óbvio que você vai ficar perdida, confusa, indecisa, sem saber o que fazer! Cada um terá uma opinião sobre a sua vida, sem ter vivido o que você viveu. E você acha isso justo? Reflita! Olha, a situação que você mesma criou para a sua vida! Você abriu todas as portas para as pessoas terem essa liberdade, esse acesso sobre você, agora feche-as ou arque com as consequências!
Segundo ponto: chegou a hora de dar um basta nisso tudo, impor os seus limites, colocar os pingos nos 'is' e dizer para os seus familiares, que você sabe o que é melhor para si. Você é adulta, já é mãe de família e agora tem as suas responsabilidades e pode muito bem tomar as próprias decisões sozinha. Faça isso com tranquilidade, aqui é para dialogar e não ofender ninguém, alegando que você repensou, amadureceu e que mudou alguns comportamentos, conceitos e pontos de vista. Uma pergunta: se daqui para frente você errar, você terá autorresponsabilidade o suficiente para assumir as consequências do seu erro sozinha ou vai voltar para a família chorando e se lamentando novamente? Pense nisso.
Terceiro ponto: Pare com essa mania de querer agradar os outros. E se anular por causa disso. Você está com vergonha, e sentindo-se mal perante os outros, porque você reconheceu que ultrapassou todos os limites. Você humilhou, desrespeitou, marginalizou, caluniou o seu ex-marido e quem deveria de fato te perdoar já o fez! Por que se preocupar tanto com os outros assim? Pare de fazer tempestade em copo d’água! O maior prejudicado nessa história foram vocês dois e não a sua família. Chegou a hora de pensar mais em si, com maturidade, autonomia emocional e autorresponsabilidade!
Quarto ponto: Aprenda com os seus erros. Não fale dos outros em hipótese alguma, principalmente para a família ou amigos, tente ser o mais breve possível quando perguntarem, por exemplo: “Por que vocês terminaram?” “Éramos muito incompatíveis”, por exemplo. Fale o mínimo possível, respostas curtas e claras, e jamais pense em denegrir a imagem de quem quer que seja, ainda mais sendo o pai de suas filhas! Mesmo que haja razões de sobra para falar mal de uma pessoa, o silêncio vale ouro. É melhor se arrepender do que não falou, para não machucar o outro, do que falar demais e depois se arrepender por causa das palavras duras que você usou. Aprenda a lidar melhor com suas frustrações e raiva.
Quinto ponto: O motivo disso tudo é a sua carência afetiva, dependência emocional e necessidade de ser validada pelas pessoas, para se sentir mais confortável, aceita pelos outros e segura de si. Olhar para dentro, reconhecer seus erros e pensar em não repeti-los seria o primeiro passo. Querer falar, dramatizar, perpetuar o sofrimento, não vai te fazer sentir-se melhor. Sabedoria e discrição nunca são demais.
Sexto ponto: Assumir a responsabilidade, e voltar atrás em tudo que falou, é um ato de coragem e inteligência. Se você for voltar mesmo com o seu ex-marido pelo menos duas pessoas eu sei que ficarão muito felizes e estão torcendo para que isso aconteça… suas filhas, mas não use-as como desculpa e muito menos como chantagem emocional ou manipulação para convencer seus familiares. Colocar a responsabilidade nas crianças, não é nada bom… tome essa atitude por você. Pense, repense e questione os prós e contras e tome a sua decisão! Você tem muito para pensar, analisar e se confrontar, lembrando sempre que ser verdadeira e honesta consigo mesma e com os seus sentimentos e os seus valores é fundamental. Quanto mais você se organizar pelo lado de dentro, mais as coisas se organizam pelo lado de fora.
Reflita sobre essas questões:
Nos relacionamentos em geral... Faça uma análise honesta e veja como anda seus relacionamentos em todos os âmbitos... família, amor e trabalho...
Sou enaltecida ou rebaixada? Falo o que penso com naturalidade ou tenho que ''pisar em ovos'' sempre para falar o que penso? Tenho liberdade de expressar meus sentimentos com honestidade ou muitas vezes minha voz é silenciada, reprimida, excluída para não causar discussões? Sou criticada ou elogiada? Levo a vida que gosto ou tenho que me anular sempre para corresponder às expectativas dos outros? Digo o que penso com verdade ou tenho que reprimir meus sentimentos? Relacionamento maduro é enfrentamento. Quem é que suporta as suas verdades?
Tem uma música da Legião Urbana que eu adoro: ''Quero alguém com quem conversar, alguém que depois não use o que eu disse contra mim...'' (Música: Andrea Doria - Álbum Dois).
Assuma as rédeas da sua vida. Saiba realmente o que você deseja daqui para frente e não tome nenhuma decisão se estiver insegura ou confusa. Espere. Busque a sua calma. Estou torcendo por você! Qual é a tragédia disso tudo? Nenhuma! Os empecilhos estão na sua própria mente. E pensando aqui de forma bem mais objetiva, se vocês ainda se gostam, têm filhos envolvidos, qual é o problema de vocês se darem uma nova chance? Contudo, jamais romantize a dor em hipótese nenhuma! Se forem para vocês selarem a paz, resolver e depois esquecer essas brigas do passado, tudo bem... mas se forem para voltar para os mesmos padrões de comportamentos de antes, melhor deixar tudo isso para trás. E cada um seguir o seu caminho, principalmente pelo bem-estar emocional das crianças.
Você saberá o que fazer, você é inteligente e vai dar a volta por cima. Por ter sido mãe muito jovem e por ter casado mais jovem ainda, você carrega muitas inseguranças dentro de si. O que é natural. O seu problema foi conversar com n pessoas ao mesmo tempo, que ao invés de te trazer um norte, um acolhimento, um conforto, te trouxe mais indecisões e frustrações. Vocês têm uma vida inteira pela frente… se tiver amor, respeito, confiança, cumplicidade, empenho mútuo e vontade de estarem juntos, é o que importa! E acho que ninguém poderá impedir isso. E daqui para frente, boca fechada… tem até um ditado que diz: “quanto menos pessoas souberem da sua vida, mais feliz você será. E quer saber? Eu concordo plenamente com isso. Se preocupe mais com você, com a sua vida, com a sua família que você construiu e menos com a opinião dos outros. Eu sei que pai e mãe são importantes nessas horas, para colocar juízo nas nossas cabeças, mas vamos ser sinceros? Com todo o respeito, alguns pais, infelizmente, estão com dificuldades em resolver as suas próprias questões internas, muitos vieram de casamentos que também não são nada saudáveis, como vão conseguir te ajudar? Pare e pense. Converse, converse muito com seus pais, mas na hora que for tomar uma decisão, será você por você. Você com você. Combinado? 'Adultecer' é enfrentar as consequências pelos atos não pensados, ter autonomia emocional, força, coragem, resiliência e autorresponsabilidade em todas as situações. Isso chama-se maturidade emocional.
E para finalizar, seja como uma Árvore. Vou explicar, a árvore é um dos símbolos mais lindos que refletem a resiliência, a força e a flexibilidade diante das situações conturbadas, pois ela passa por todas as estações e intempéries e continua bela, intacta e nem se a árvore pegar fogo, ela cai, ela continua em pé, esturricada, devastada, mas em pé… aprendi muitas coisas observando as árvores e a natureza em si. Se uma árvore tiver suas raízes, estrutura e base bem fortes... não tem ninguém que as derrubem. Aprenda com as árvores! Aceite-se em primeiro lugar para poder aceitar o outro na sua totalidade. Nós nascemos para amar, somos seres gregários e quando não conseguimos amar as pessoas de forma plena, vamos substituindo-as por coisas.
Bjs no seu coração!💓 Espero ter ajudado de alguma forma! 🫶🏻❣️😘 Daqui em diante, boca de siri… só assim você vai conseguir ter paz na sua vida e se livrar de problemas! Para você recomendo a meditação ou faça exercícios físicos leves, para acalmar a sua mente e viver mais em paz consigo e com os outros. E procure ajuda de um profissional. Descubra o que te faz sentir viva, priorizando o seu bem-estar! Isso daqui não é terapia, apenas um bate papo bem informal.😉Pense em tudo com calma e decida-se!
Já vou indo, mas deixo essa reflexão de Lao-Tsé:
“Uma longa jornada começa com um único passo.”
Hoje dê o seu primeiro passo em busca do autoconhecimento, do autocontrole, do amor-próprio, tão necessários para a saúde mental; E aprenda a estabelecer limites, você consegue e sua criança interior ferida agradece! 🫶🏻😘
Quem quiser compartilhar, por favor, respeite os créditos autorais.