“O que você procura está procurando por você”
A frase “O que você procura está procurando por você”, de Rumi, convida-nos a refletir sobre a relação entre o ser humano e aquilo que ele mais deseja. À primeira vista, parece apenas uma expressão poética. Mas, em essência, ela fala sobre a unidade entre o buscador e o objeto da busca, sobre a ideia de que tudo o que ansiamos: amor, paz, sentido, Deus… já existe dentro de nós, esperando ser reconhecido.
Rumi, como místico sufista, acreditava que o ser humano vive em constante separação do divino, e que essa distância é apenas uma ilusão. Quando ele afirma que o que procuramos também nos procura, ele está dizendo que existe uma atração mútua entre a alma e aquilo que lhe pertence por natureza. Assim como a flor busca a luz e a luz a faz desabrochar, o nosso anseio por algo maior é sinal de que esse “algo” já está nos chamando.
Essa frase também pode ser lida sob uma perspectiva interna e psicológica. Muitas vezes, passamos a vida buscando fora de nós aquilo que só pode ser encontrado dentro: amor, aceitação, plenitude. Rumi nos lembra que a busca espiritual verdadeira não é uma corrida atrás de algo distante, mas um retorno ao próprio centro. O que desejamos com sinceridade é reflexo do que já está em nossa essência, por isso, quando buscamos com o coração aberto, a vida responde.
Em um mundo que constantemente nos empurra para fora, Rumi nos conduz de volta para dentro. “O que você procura está procurando por você” é um convite à confiança na sincronia da existência, à certeza de que os caminhos se cruzam no tempo certo, porque o destino do que é verdadeiro é encontrar-se.
No fim, Rumi nos mostra que a busca é apenas o caminho para reconhecer aquilo que sempre nos pertenceu. Aquilo que amamos, que desejamos profundamente, já nos ama também, apenas espera que despertemos para esse encontro.
