Nossa alma tem sede, sede de pessoas verdadeiras, de conexões mentais, de contatos que vão além do físico. Nossa alma quer mais que aparência, ela anseia por essência.
Corpos não são suficientes para sustentar um relacionamento saudável. É preciso um “algo mais”. Alguma coisa que vem de dentro. Algo capaz de atravessar aparências e convenções e tocar no fundo da alma.
Passamos tanto tempo criando e interpretando papéis para sermos aprovados, em jogos de conquista e impressões do ego, que se esquecemos que nada é mais atraente e poderoso para atrair alguém que combina com nossa energia, do que ser quem realmente somos. Porque existe um poder na autenticidade. O poder de ser si mesmo, de ser alguém único e irrepetível em toda existência, de ser uma pessoa que não procura o que outros tem, que procura o que lhe pertence, e por isso sabe que existe amor para ela também, um tipo de amor que começa dentro de si e que sintoniza com aqueles que tem os mesmos propósitos. O tipo de amor profundo, que mata a sede da alma. E quando ela o encontra, se sente em comunhão com o Universo, pois sabe que ali encontrou algo sagrado e aparentemente raro em um mundo que presa por aparências. Ela encontrou conexão. Ter uma conexão com alguém é como encontrar um lugar para pousar o nosso coração. É dar sentido ao que carregamos dentro. Fala-se muito sobre encontrar metades, quando na verdade o que encontramos no outro não é alguém que nos complete, é alguém que nos ajude a expandir e dar sentido a algo que já carregamos dentro de nós. Pois tal como as águas do rio correm para o mar, o amor procura aqueles aos quais sente também pertencer. Não para que se tornem um só, mas para juntarem as suas solidões, as suas companhias, as suas angústias e desejos, e a elas darem mais sentido. E para isso, apenas uma companhia física, uma presença de corpos não é suficiente. É preciso conexão pois só ela sustenta o peso e a leveza do amor.
Alexandro Gruber