A Criança Interior é o caminho para o amor, a autoestima, a harmonia e a segurança.
A tua Criança Interior é o teu verdadeiro Eu (self): um ser de amor incondicional, espontâneo, criativo, alegre e completo, que está contigo desde sempre. Deixa-te conduzir por ela, quando ela te oferecer a sua mãozinha e te mostrar que é possível voltar a olhar o mundo através dos seus olhos límpidos.
Abrir o coração a uma dimensão adormecida, esquecida ou mesmo desconhecida de nós próprios requer ousadia, confiança e uma vontade crescente de descobrir facetas veladas da nossa alma, que nos trarão um sentido expandido de nós mesmos.
A criança interior divina tem a inocência, a espontaneidade e o anseio profundo da alma humana por expandir-se e crescer. Às vezes, essa criança interior faz exigências muito intensas, apresentando-se por emoções, ansiedade, depressão, raiva, conflito, vazio, solidão, ou sintomas físicos. A força vital e natural desse arquétipo quer o nosso reconhecimento e ao ser ignorada pode acarretar sérias consequências quando adulto. Quando não fomos devidamente valorizados quando crianças, diminuímos o valor da criança interior e assim mantemos as vivências de nossa infância e seu sofrimento.
Para encontrar essa criança abandonada o mais indicado é através da psicoterapia com base no inconsciente, amparando essa criança e compreendendo seus sentimentos, pois a cura só acontece quando lamentamos nossos sentimentos mais íntimos. Jung deu a esse processo o nome de individuação, o qual parte do pressuposto de que o homem é capaz de atingir sua totalidade, isto é, de que pode curar-se.
A criança que fui chora na estrada
"A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.
Dia a dia mudamos para quem
Amanhã não veremos. Hora a hora
Nosso diverso e sucessivo alguém
Desce uma vasta escadaria agora..." (Fernando Pessoa)
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.
Dia a dia mudamos para quem
Amanhã não veremos. Hora a hora
Nosso diverso e sucessivo alguém
Desce uma vasta escadaria agora..." (Fernando Pessoa)
Neste poema, o ilustre Fernando Pessoa mostra que a nossa criança interior está perdida, mas que podemos reencontrá-la, a terapia é uma das melhores maneiras de resgatar essa criança interior, mas se você não tem disponibilidade no momento, tente este exercício abaixo. Relaxe, respire fundo e entre nessa viagem interior...reprograme seu cérebro e mude os acontecimentos conflituosos de seu passado, substituindo-os por acontecimentos de paz, carinho, amor e aceitação.
Exercício - Converse com sua criança interior:
- Do que você gosta?
- Do que você não gosta?
- O que faz você sentir medo?
- Como você se sente?
- O que você precisa?
- Como posso ajudá-la a se sentir segura?
- Como posso fazê-la feliz?
Esteja presente para essa criança. Abrace-a, ame-a, faça o que for possível para atender suas necessidades. Deixe bem claro para ela que não importa o que aconteça, você sempre estará a seu lado. Comece criando uma infância feliz para ela em sua imaginação. Esse exercício funciona melhor se você fizer de olhos fechados. Se preferir, pegue uma foto se sua infância e deixe as lembranças fluirem.
- Do que você gosta?
- Do que você não gosta?
- O que faz você sentir medo?
- Como você se sente?
- O que você precisa?
- Como posso ajudá-la a se sentir segura?
- Como posso fazê-la feliz?
Esteja presente para essa criança. Abrace-a, ame-a, faça o que for possível para atender suas necessidades. Deixe bem claro para ela que não importa o que aconteça, você sempre estará a seu lado. Comece criando uma infância feliz para ela em sua imaginação. Esse exercício funciona melhor se você fizer de olhos fechados. Se preferir, pegue uma foto se sua infância e deixe as lembranças fluirem.
Exercício Viagem Interior - de Ermance Dufaux que poderá ajudá-lo, a resgatar sua criança interior:
Olá minha criança! Vim buscar quem fui, onde ficou. Que bom te reencontrar, pois sei que um dia deixei-te na estrada para ser quem sou. Voltei agora para te buscar. Perdoe-me por te abandonar. Enquanto choravas, eu dormia o sono das conquistas passageiras. Agora, estou desperto, vim te buscar.
Não te assustes comigo. Eu não te deixei porque desejava. Não soube como fazer. Agora retorno a te buscar. Te aceito como és, incondicionalmente. Tu não és má, apenas tens imperfeições. Depois de tanto tempo, descobri que não sou capaz de viver sem teu poder.
Quero brincar, pular e ser feliz. Vem ajuda-me com tua criatividade e espontaneidade.
Ah! Minha criança de luz, como te amo! Como quero te amar! Que vontade de sentir tua espontaneidade, tua riqueza.
Quer passear comigo por este mundo? Converse com sua criança e vá percebendo teus sentimentos. Agora cuida de tua criança, arruma-a, porque tu vais levá-la ao palco de tuas lembranças. Diz a ela que lhe apresentará o mundo real.
Arrume-a. Vamos concluir a viagem interior. Ao contar três, tu vais passar de volta pela cortina e levar tua criança ao palco. Quando lá chegar, todas as pessoas da tua vida estarão sentadas nas cadeiras, aguardando para conhecê-la. Tu vais (sem sair do palco) apontar cada pessoa e falar quem é para tua criança. Vamos lá. Um, dois...Três.
Apresenta tua criança ao teu mundo exterior...
No final, todos se levantam e batem palmas. Muitas palmas de amor para tua criança interior.
Essa viagem interior é do livro: Escutando Sentimentos, de Wanderley S. de Oliveira
"Em todo adulto espreita uma criança, uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita cuidado, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa".
Carl Gustav Jung