O sentido da existência não está fora, mas dentro de nós. Podemos compartilhá-lo com o outro, entretanto, ele não depende do outro. Sentimo-nos pequenos, incompetentes ao nos depararmos com as imperfeições não superadas, agravando ainda mais as provações. ''O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, (...)"
Fénelon assinala: "Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é".
Ser feliz é contentar-se com o que é sem que isso signifique estacionar. É o amor a si. A frase de Fénelon é uma autêntica proposta de paz interior. Contente, sem inveja e feliz com o que se é. Quem pode querer mais?
Uma pedagogia de felicidade deve assentar-se no autoamor em busca do self reluzente. Desenvolver as habilidades da "inteligência espiritual", tais como autoconsciência, resiliência, visão holística, alteridade, autoconfiança, curiosidade, criatividade, sensibilidade, compaixão e naturalidade.
Quem ama a si mesmo sente-se rico. É excelente companhia para si mesmo. Descobriu seu valor pessoal. Quem se ama dispensa a imponência das máscaras. É feliz por ser quem é.
Saber o que somos, o que a vida espera de nós, a missão particular, única e intransferível, é o exercício da singularidade.
Ermance Dufaux