Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?
Este enigma me foi oferecido e gostaria aqui de me aprofundar em seu significado. Tenho falado sempre que a morte é a única certeza da vida. Todos, absolutamente todos nós vamos morrer. Essa é uma lei sem exceções. Então, uma gota dágua também vai desaparecer. Não há como impedir isso.
Quando vi que não estava encontrando respostas para a pergunta, sem perceber, comecei a cantarolar uma música bastante conhecida: Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?
Um peixe só consegue viver dentro dágua. Se for retirado ou tentar sair vai morrer com certeza - se bem que os anfíbios foram bem sucedidos nessa aventura, mas essa nova adaptação levou milhares de anos. Para um único peixe, a água é sinônimo de vida.
Entretanto, também o fato de viverem continuamente dentro dágua não os protegerá do terrível (???!) fim de todos nós. O dilema ainda continua. A continuação da música diz: Como poderei viver sem a tua companhia? Será que a companhia de alguém nos manterá vivos? Mas companhia de quem?
Bem, quando estamos apaixonados o tempo para. Será que a paixão nos tornará imortais? A paixão eu acho que não, pois ela é passageira. Talvez o encontro com nossa plenitude. Na linguagem do Jung, o encontro do homem com sua anima ou da mulher com seu animus, talvez esse encontro de nós com nós mesmos nos leve à eternidade.
Realmente já ouvi dizer que é preciso morrer para renascer. Talvez morte, neste sentido, queira dizer desapego. Não creio que a desestruturação de nossa personalidade egóica vá nos levar a algum lugar diferente dos manicômios. Precisamos sim uma personalidade bem construída e de estarmos com os pés bem plantados no chão para subirmos às nuvens. Mas, em linguagem figurada, concordo que o ego precisa morrer.
Será que essa é a resposta do enigma? Não tenho certeza. Muitas palavras. Estou em dúvida. Que bom! As certezas limitam e enclausuram e a dúvida nos liberta.
Fico com a música: Como pode um peixe vivo viver fora dágua fria? Como poderei viver sem a tua companhia?
Ofereço para vocês também esta pergunta: como impedir que uma gota dágua se evapore?
*Texto de Alexandre Perlingeiro, que é mestre em Dakshina Tantra Yoga
Este enigma me foi oferecido e gostaria aqui de me aprofundar em seu significado. Tenho falado sempre que a morte é a única certeza da vida. Todos, absolutamente todos nós vamos morrer. Essa é uma lei sem exceções. Então, uma gota dágua também vai desaparecer. Não há como impedir isso.
Quando vi que não estava encontrando respostas para a pergunta, sem perceber, comecei a cantarolar uma música bastante conhecida: Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?
Um peixe só consegue viver dentro dágua. Se for retirado ou tentar sair vai morrer com certeza - se bem que os anfíbios foram bem sucedidos nessa aventura, mas essa nova adaptação levou milhares de anos. Para um único peixe, a água é sinônimo de vida.
Entretanto, também o fato de viverem continuamente dentro dágua não os protegerá do terrível (???!) fim de todos nós. O dilema ainda continua. A continuação da música diz: Como poderei viver sem a tua companhia? Será que a companhia de alguém nos manterá vivos? Mas companhia de quem?
Bem, quando estamos apaixonados o tempo para. Será que a paixão nos tornará imortais? A paixão eu acho que não, pois ela é passageira. Talvez o encontro com nossa plenitude. Na linguagem do Jung, o encontro do homem com sua anima ou da mulher com seu animus, talvez esse encontro de nós com nós mesmos nos leve à eternidade.
Realmente já ouvi dizer que é preciso morrer para renascer. Talvez morte, neste sentido, queira dizer desapego. Não creio que a desestruturação de nossa personalidade egóica vá nos levar a algum lugar diferente dos manicômios. Precisamos sim uma personalidade bem construída e de estarmos com os pés bem plantados no chão para subirmos às nuvens. Mas, em linguagem figurada, concordo que o ego precisa morrer.
Será que essa é a resposta do enigma? Não tenho certeza. Muitas palavras. Estou em dúvida. Que bom! As certezas limitam e enclausuram e a dúvida nos liberta.
Fico com a música: Como pode um peixe vivo viver fora dágua fria? Como poderei viver sem a tua companhia?
Ofereço para vocês também esta pergunta: como impedir que uma gota dágua se evapore?
*Texto de Alexandre Perlingeiro, que é mestre em Dakshina Tantra Yoga