Estudos já comprovam que a maternidade muda tudo. Muda a perspectiva de encarar o mundo, o casamento, o orçamento, o corpo da mulher. Muda o círculo de amigos, a forma de trabalhar, o conceito de diversão, o uso do tempo. Mas há mudanças muito mais profundas: vários estudos mostram que a maternidade também reorganiza o cérebro.
Katherine Ellison, no livro INTELIGÊNCIA DE MÃE cita que a maioria das mulheres tem potencial para se tornar mais esperta com a maternidade”. Do ponto de vista puramente prático de quem tem filhos, é fácil acreditar nisso: afinal, só um rearranjo cerebral explicaria como conseguimos dar conta de lembrar os horários da natação e de dar remédio, de pagar a perua escolar em dia, comprar presente para a festa do amigo e ainda saber onde foi parar o carrinho laranja favorito (embaixo do sofá), e ainda dar conta do trabalho, da casa, do marido e de si mesma.
Ser mãe ensina a gerenciar melhor o tempo. Afinal, a única maneira de lidar com todas as tarefas por fazer e ainda cuidar de uma criança (ou várias crianças) é aprender a priorizar, passando para a frente o que tem que ser feito hoje e eventualmente ignorando, sem remorsos, o que não era tão importante.
A ciência começa a demonstrar o que até então apenas intuíamos. No final dos anos 1990, Craig Kinsley e Katherine Lambert, neurocientistas da Universidade de Richmond, no estado americano da Virgínia, compararam o desempenho de ratas mães com o de ratas grávidas e sem filhos. A missão era desbravar um labirinto para encontrar alimento. Descobriram que o primeiro grupo tem melhor memória e aprende mais depressa: elas chegaram primeiro à comida em 60% das situações, ante 33% das grávidas e 7% das ratas sem filhotes. Por trás do bom resultado das ratas mães, está, acreditam os pesquisadores, um hormônio: o estrógeno. A enxurrada hormonal da gravidez também afeta o cérebro, e há evidências de que o estrógeno estimularia a potência desse órgão. “Do ponto de vista neurológico, o cérebro passa por uma revolução quando a mulher tem um filho”, afirma Michael Merzenich, cientista da Universidade da Califórnia, em São Francisco. “É uma época de aprendizagem e de grandes mudanças induzidas. Acho que não há muitas coisas mais significativas que você possa fazer para o seu cérebro além de ter um filho.” E tem mais: acumulam-se os indícios científicos de que essas melhorias” não se perdem com o tempo – pelo contrário, aguçam-se à medida que criar filhos vai exigindo da mãe habilidades diferentes a cada fase.
E um outro estudo da Universidade de Tufts (EUA) indicou que o comportamento maternal estimula a criação de novos neurônios em fêmeas de ratos e ovelhas. “Os novos neurônios produzidos durante e após a gravidez podem estar envolvidos no reconhecimento dos filhos e nos cuidados maternos durante a lactação”, explica Robert Bridges, um dos responsáveis pela pesquisa. O mesmo pode ocorrer em seres humanos. “Esses estudos abrem novas perspectivas para o desenvolvimento de habilidades”.
Mas as vantagens não param por aí. Há outras habilidades que você ganha com a maternidade:
• Percepção: Amplia-se o poder sensorial, especialmente a audição e a visão.
• Percepção: Amplia-se o poder sensorial, especialmente a audição e a visão.
• Eficiência: O desafio de aliar maternidade à vida profissional expande os recursos mentais.
• Resiliência: As mães lidam melhor com o estresse e uma das razões pode estar na ocitocina, hormônio que estimula as contrações e a produção do leite, e também funciona como antiestresse.
• Motivação: Ficam mais disciplinadas, destemidas e ambiciosas (no bom sentido).
• Inteligência emocional: Aumenta a habilidade de entender as próprias emoções e sentimentos, assim como as dos outros.