Como o nome do livro diz, estrela-guia seria a sua ''vida ideal'', a existência plena que lhe pertence e que está à espera do seu chamado. O desafio que fala no livro é como descobrir sua estrela-guia particular. Nossas bússolas internas são regidas por reações físicas, intuições, necessidades e anseios particulares. São elas que nos orientam e nos devolvem o rumo quando as nuvens e tempestades da vida nos desnorteiam. Para a autora, a chave para descobrir nossa ''vida ideal'' é saber a diferença entre o ''eu essencial'' e o ''eu social''. É nesta questão que nos concentramos aqui.
O ''eu essencial é aquela voz silenciosa que lhe pede para seguir a ''batida de um tambor diferente'' quando preferia acompanhar o rebanho. Já o ''eu social'' é responsável pela maior parte de suas decisões, aptidões e também por sua capacidade de formar uma rede de relacionamentos. A maioria das pessoas permitem que seu ''eu social'' seja seu mestre, mas para viver uma vida plena você deve seguir o contrário, seguir a pista do seu ''eu essencial'' e deixar o outro fazer o que é necessário do ponto de vista prático para levá-lo aonde você quer chegar.
Beck vem de um ambiente acadêmico em que fazer coisas ''difíceis'' é sinal de respeitabilidade. Escolheu estudar chinês na universidade, porque parecia uma opção admirável e inteligente, embora ela odiasse tudo aquilo. Essa contradição acabou deixando-a mentalmente estressada, pois não importa quão válida você acredite ser a tarefa para a qual você se propôs, se ela não faz parte de sua verdadeira vocação, o desgaste é inevitável.
Antigamente, eram maiores as chances de ser bem sucedido economicamente se seu ''eu social'' tivesse um comportamento obediente e conformista. Nos tempos atuais, porém isso mudou, segundo Beck, o direinho flui na direção de quem tem personalidade, habilidade ou sucesso. E atitude não pode ser comprada pronta, ela surge da essência da pessoa, do seu ''eu essencial''.
Portanto, fica aqui meu recado, um dos aspectos mais vitais da recuperação do ''eu essencial'' é reaprender a dizer não. Da mesma forma que um tigre enjaulado atacará quem entrar em seu espaço, seu ''eu essencial'' sabe perfeitamente quando é preciso dizer não, basta que ele possa estabelecer seus limites. Se não o fizer, você corre o risco de ficar neurótico ou depressivo - afinal, quem aguenta ser simpático com todo mundo o tempo todo?
O nosso corpo e cérebro revelam quando ignoramos o nosso''eu essencial'' através das doenças, esquecimentos, atitudes hostis ou apáticas, deslizes e vícios.
Escute seu corpo! Ou você prefere depois arcar com as consequências?